A primeira campanha de mitsvá para levar Judaísmo a todo judeu, onde quer que ele se encontre.
Por Dovid Margolin e Menachem Posner
O símbolo das Grandes Festas tem sido o shofar, o antigo instrumento curvado usado para inaugurar o Ano Novo Judaico. O shofar, com frequência um chifre de carneiro …
Por Rabino Simon Jacobson – MLC - Meaningful Life Center
No limiar do Ano Novo Judaico, um tempo em que nosso contrato cósmico é renovado, temos a oportunidade de começar o ano com um novo estado de espírito, que…
Em Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, existe: é o toque do shofar, o chifre de carneiro. É um som que nos leva de volta a alguns dos momentos mais épicos na história judaica
Uma das principais razões pelas quais usamos uma maçã é pela sua doçura. Adicionada à doçura do mel, simboliza um ano ultra doce o qual esperamos que D’us nos conceda.
O Homem foi criado no primeiro dia de Tishrei. Por este motivo D'us achou justo julgá-lo cada ano por ocasião do aniversário da Criação. Conta-nos o Midrash, que foi no primeiro dia de Tishrei que Adam (Adão) pecou e que D'us lhe falou: "Do mesmo modo como neste dia tenhas permanecido perante Mim para julgamento, neste dia teus descendentes serão julgados e perdoados."
Se achar que errou, saiba que discou para o número certo, pois “errar é humano, perdoar é Divino.” O arrependimento requer paciência e persistência. Se você não conseguir na primeira vez, tente novamente até conseguir, mas não desligue!
A vida é repleta de bênçãos demais para desperdiçar tempo e atenção em substitutos artificiais. Viva, dê, perdoe, celebre e elogie; essas ainda são as melhores maneiras de fazer uma bênção sobre a vida, dessa forma transformando a vida numa bênção.
A mesma dinâmica que se aplica entre pai e filho também se aplica a nós e nosso próprio ser. Em Rosh Hashaná, Hashem cria um novo nós. A versão prévia de nós mesmos não existe mais.
Quando iniciamos uma maratona, temos a ideia de terminar a corrida. Mas se não conseguirmos, ninguém nos despreza. O mais importante é que pelo menos entramos na corrida e fazermos o melhor possível. É isso que importa.
Com certeza, sua amiga tem uma responsabilidade de procurá-la e pedir perdão se ela a ofendeu. Porém não cabe a você dizer o que ela tem de fazer. É, no entanto, seu dever fazer todo o possível para ajudar o próximo e fazê-lo sentir-se melhor. Nesse caso, parece que é dar o primeiro passo e ir procurá-la.
E procuramos. Procuramos o pai por trás da voz severa. Somos o filho pequeno que sobe nos braços do rei, arranca a máscara e exclama: “Papai!” É exatamente isto que Ele estava esperando.
O Tempo é o maior presente concedido por D'us e um dos poucos que Ele nos dá em termos iguais. Sejamos ricos ou pobres, poderosos ou indefesos, existem apenas vinte e quatro horas num dia, e um total de anos curto demais.
Todas as pessoas – todas árvores e arbustos – estão em chama. Cada pessoa possui um fogo ardente dentro de si, ansiando por um significado, compleição e amor. Assim como a chama de uma vela está para sempre lambendo o ar, subindo na direção do céu, também cada alma anseia por beijar o veu e tocar a textura de eternidade.
O ser humano não foi criado meramente para viver. Ele foi criado para um propósito mais elevado. Somente quando ele sente que está trabalhando em direção a uma meta maior é que atinge sua satisfação interior. A verdadeira alegria vem de aceitar as responsabilidades que cada pessoa recebeu de D’us.
Devemos tentar agir da mesma forma em relação aos nossos semelhantes; ajudá-los com amor e sinceridade. Devemos expressar nossa gratidão a D'us, não com palavras apenas, mas através de atos, obedecendo Seus mandamentos e seguindo Sua orientação através da Torá e do cumprimento das mitsvot, preceitos.
A preparação para Rosh Hashaná, e sua inauguração através do soar do chifre de um animal, nos ensina uma tremenda lição. Embora as pessoas sejam criaturas intelectuais e nosso intelecto seja uma das coisas que nos separam das outras criaturas, o intelecto não pode ser tudo e um fim em si mesmo.
É quando engajamos nossas faculdades intelectuais e espirituais que somos realmente nosso "eu" humano. É nesses momentos – quando empregamos nossa mente para literalmente nos recriar por meio da autocrítica e refinamento de nosso caráter e comportamento – que fazemos jus ao nosso papel como parceiros de D’us na Criação, como a única de Suas criaturas que possui a liberdade de originar e criar.
Às vezes, depois de uma tragédia, nossa preocupação é despertada por um dia ou dois; depois nos esquecemos e seguimos em frente com outras coisas. Fale sobre crianças com os políticos e eles desviam o olhar. Quanto a mim, creio que nossa negligência com as crianças é o escândalo da nossa era.
Mesmo antes de nascermos, afirma o Midrash, D’us forma uma imagem celestial representando aquilo que pode ser conseguido ao final de nossa vida. Ao entrarmos neste mundo, embarcamos numa missão para atingir aquele nível de realizações, para fazer nosso ser terreno físico igual àquela elevada imagem celestial.
O período de tempo antes e durante Rosh Hashaná é não somente a ocasião que exige um balanço espiritual, mas também exige uma profunda avaliação interior das enormes capacidades que a pessoa tem, como ser humano – a coroa da Criação, e como judeu a quem o Criador deu Sua Divina Lei da Vida (Torat Chayim). Pois Rosh Hashaná é o dia no qual o homem foi criado.
O cosmos inteiro depende de um apoio. Como os pontos fosforescentes que formam caracteres numa tela, como uma imagem holográfica que parece viva – desligue o plug e tudo aquilo some sem deixar vestígios. Se D’us puxasse o plug de Sua criação (D’us não o permita), o próprio espaço desapareceria. Até o tempo seria anulado – o mundo jamais teria existido, sua história seria apagada. Nada, zero – somente uma lembrança.
Somente o homem pode tornar D’us Rei, pois somente o homem possui a capacidade de livre arbítrio – sem o qual o próprio conceito de "soberania" carece de significado. Ao nos submeter livremente à soberania Divina em Rosh Hashaná, redespertamos Seu desejo de ser Rei e de infundir nova vitalidade em Seu envolvimento com toda a criação.
Em Yom Kipur vamos todos à sinagoga, sentamo-nos, ficamos em ponto morto, esperando que a esteira rolante comece a mover-se. O rabino "ataca" de um lado, o chazan (cantor) o "agarra" pelo outro, e então começa o Col Nidrê, o sermão, as orações, a leitura da Torá, o Yizcor, o toque do shofar, e, e antes que você se dê conta, o dia está terminado.
Infelizmente, após passar o entusiasmo dos Grandes Dias Festivos, é natural que o ímpeto gerado pela experiência arrefeça. Para muitos de nós, a cada ano que passa, vemos outro ano de aperfeiçoamento em potencial transformado em um ano de oportunidades perdidas.
D’us é totalmente capaz e totalmente poderoso. Portanto, pareceria uma questão relativamente simples para Ele tornar-Se Rei: tudo que Ele precisa fazer é criar um mundo, povoá-lo com criaturas, e governar sobre elas. Mas isso por si só não faria d'Ele um Rei, pelo menos não no supremo sentido da palavra.
Aquilo que funcionava há trinta anos não funciona mais hoje. As pressões da vida contemporânea são enormes. Estamos vivendo numa era de mudanças sem precedentes. Quando o vento sopra mais forte, é então que se precisa de raízes mais profundas.
Quando o homem come o animal, algo de maravilhoso acontece. A carne do animal se torna elevada à carne do humano. O simples animal agora se torna parte do gênero humano. A humanidade agora tem mais energia que nunca, para desempenhar melhor suas ações.
O ano, um corpo de tempo com 365 órgãos e membros, também possui um cérebro — as 48 horas de Rosh Hashaná. É isso que as palavras hebraicas rosh hashaná literalmente significam — "cabeça do ano."
A liberdade nunca é fácil. Precisamos de ajuda para ser aquilo que podemos nos tornar. Precisamos de um código moral para nos lembrar o que é certo e o que é errado. Precisamos do apoio da família e da comunidade. Precisamos de rituais para praticarmos a coreografia da virtude.
Para aquele criado num lar judaico tradicional ou orientado desde a infância a observar a Torá e as mitsvot, talvez o caminho a percorrer seja curto e familiar. Mas para aqueles cuja formação religiosa é superficial ou ainda comparam o judaísmo ao "monoteísmo ético" teórico ou a uma civilização desenvolvida ao acaso, o caminho de volta não é somente desconhecido, mas, na verdade, cheio de obstáculos.
Dos vinte e quatro tipos de transgressão, declara Maimônides, quatro tipos são tão graves que D'us nega Sua graça especial ao transgressor, embora em outros casos D'us ajude o que deseja se arrepender a cumprir suas boas intenções de retornar a D'us.
Cada um desses homens representa um certo tipo e um certo ideal, do qual devemos procurar nos aproximar. Ao se referirem ao fato de que nasceram todos no mesmo dia, nossos sábios, sem dúvida, desejaram frisar que os traços característicos dessas três figuras são idênticos.
Nós acreditamos em D'us - não somente por ter Ele criado o mundo, mas também porque Ele conduz e determina tudo: os destinos individuais dos homens, dos animais, da plantas e até a última partícula de areia da praia. Tudo que temos é dado por D'us, pois tudo é d'Ele.
Já assistiu a um equilibrista na corda-bamba? Sempre que parece que cairá de um lado, inclina-se subitamente para o outro, e assim recupera e consegue seu equilíbrio! Devemos então lidar com quaisquer de nossos hábitos que tendam a ser extremos, para adquirirmos o "meio-termo" feliz.
Em muitos casos, a própria teshuvá, uma vez a caminho, reúne forças e produz uma "abertura do coração". O bloco inicial contra a conscientização das falhas é totalmente superado. Pois o primeiro despertar da consciência leva a uma abertura mais larga e profunda e a uma reação mais forte.
A romã é uma fruta nativa do Irã, mas cultivada em toda a região do Mediterrâneo há milhares de anos. A palavra (em inglês, pomegranate) deriva do latim, pomum (maçã) e granatus (com sementes), devido ao seu formato semelhante à maçã e às centenas de sementes que preenchem o fruto. Em hebraico, a palavra para romã é rimon, que também significa “sino”.
Chana, uma mulher, precisou ensinar essa perspectiva. Ela nos ensinou que a prece, o arquétipo feminino, tem empatia. É uma súplica vinda do nosso íntimo, das profundezas do nosso coração, conectando-nos com o desejo Divino de forjar uma conexão conosco.
Vemos então que o primeiro passo para o coroamento de Hashem como nosso rei é aumentar o nível de sensibilidade para captar as mensagens que Ele nos envia. Como aprendemos da Guemará em Berachot, quando Hashem fala através de fenômenos naturais ou através de eventos históricos, precisamos sintonizar nossos ouvidos, levantar nossa antena e receber Sua mensagem. Este é o primeiro passo na Teshuvá.
Qual é este serviço? É, como dizemos em nossas preces, “arrependimento, prece e caridade” que afastam o mal e trazem o bem. Porém as palavras são ilusórias... Teshuvá não é arrependimento, Tefilá não é prece e tsedacá não é caridade.
Todos se divertem muito celebrando o ano novo. Por que levamos o nosso tão a sério? Para que falar em julgamento? Por que todas as preces? Não podemos apenas festejar?
Rosh Hashaná é um paradoxo. De certo modo é celebrada como um dia de festa: comidas especiais são servidas em meio a grandes reuniões familiares e estendemos cumprimentos alegres desejando a todos ao nosso redor um ano bom e doce. Entretanto, o Halel, uma prece de alegria e agradecimento usualmente recitada nas festividades judaicas, é omitido em Rosh Hashaná. Como explica o Talmud: ‘Os livros da vida e da morte estão aberto perante D'us e o povo judeu quer cantar louvores?’
Mas Chana respondeu: “Não, não é vinho, mas minha alma que extravasa a D’us. Pois meu desejo por um filho tem um propósito e um significado além das buscas e tolices do ser humano. Meu filho, a jóia preciosa dos desejos de meu coração, eu já o dediquei a D’us.”
“Querida, você está totalmente certa. Vamos correr pela chuva. Se D'us nos fizer ficar molhadas, bem, talvez seja porque precisamos ser lavadas,” disse Mamãe.
Nós também somos feitos de barro, como descreve a Torá em Bereshit: “D'us criou o ser humano de barro da terra.” Quando nos permitimos ficar abertos à nossa própria vulnerabilidade e fracionamento, nos tornamos capazes de uma integridade mais profunda e mais poderosa que aquela que conhecíamos antes.
Há uma opinião que afirma que Yitschac nasceu em Rosh Hashaná, e que por isso lemos sobre seu nascimento na Torá no primeiro dia de Rosh Hashaná, e sobre o sacrifício de Yitschac (Akedá) no segundo.