"Esta geração," jurou Ele, "que viu Meus milagres no Egito e no deserto, e não obstante testaram-Me dez vezes, não entrarão na Terra. Diga ao povo que Eu juro que cumprirei seu pedido. Pediram para falecer no deserto, e falecerão. Todos os homens com idade entre vinte e sessenta anos - aqueles que podem ser recrutados para o exército, mas recusaram-se a enfrentar os canaanitas em combate - morrerão com a idade de sessenta anos, e cavarão suas próprias sepulturas.
"Seus filhos carregarão o resto da punição vagando pelo deserto por quarenta anos, até que todos os homens da geração que deixou o Egito atinjam a idade de sessenta anos e pereçam."
De que maneira as palavras de D'us se realizaram?
Todo ano, na noite em que os judeus tinham pecado, 9 de Av, chorando sem um bom motivo, quinze mil judeus morriam.
Assim, ficava perfeitamente claro que todos que morriam em Tish'á Beav (9 de Av) - e ninguém morria em qualquer outra data - estavam sendo punidos pelos seus erros.
Na véspera de Nove de Av, àqueles que atingiram a idade de sessenta anos, Moshê proclamava: "Vão, cavem suas sepulturas!"
Cada judeu cavava sua própria sepultura, e lá descansava na noite de Tish'á Beav. Os que sobreviviam não podiam deixar seus túmulos de manhã até que Moshê proclamasse: "Todos os que estão vivos, levantem-se!"
Os membros daquela geração, que ouviram a Voz de D'us no Monte Sinai, pareciam-se com anjos, apesar de seus pecados. Na morte, seus corpos não se decompuseram.
Na véspera de Tish'á Beav do quadragésimo ano no deserto, ocorreu um acontecimento maravilhoso. Como de costume, os homens cavaram sua própria sepultura, porém na manhã seguinte descobriram que ninguém falecera. Não obstante, não ousaram acreditar que a mortandade findara, uma vez que muitos homens que tinham vinte anos à época do decreto de morte ainda estavam vivos. Por isso, pensaram que haviam errado ao calcular o início do mês. Voluntariamente, voltaram a seus túmulos pelas seis noites seguintes.
Ao verem a lua cheia aparecer em 15 de Av, tiveram certeza de que era o meio do mês. Perceberam então que o severo decreto fora abolido.
Celebraram o dia 15 de Av como Yom Tov (Dia Festivo): com grande alegria. Esta é uma das razões pelas quais celebramos anualmente esta data como um dia de júbilo.
Na verdade, os quarenta anos de peregrinação no deserto beneficiaram os que entraram na Terra. Quando os canaanitas ouviram que os judeus estavam a caminho da Terra, derrubaram suas árvores e queimaram as casas, para que os que estavam entrando encontrassem um país devastado e deserto. D'us deteve os judeus no deserto até que os canaanitas tivessem novamente cultivado o solo e reconstruído suas casas.
Mais ainda, D'us disse: "Se Eu trouxer o povo a Israel imediatamente, cada um correria para seu campo e seu vinhedo e devotaria todas as energias para cultivá-los. Segregarei os judeus no deserto por um período de quarenta anos, durante o qual estudarão Torá enquanto comerão a maná. Então, entrarão em Israel purificados."
O decreto de morte não incluía os seguintes grupos:
- Yehoshua e Calêv.
- As mulheres da geração do deserto. Elas não participaram dos pecados do povo, porém foram sempre leais a D'us e a Moshê.
- As crianças com menos de vinte anos.
- Os homens com idade acima de sessenta anos.
- Os membros da Tribo de Levi, uma vez que não participaram no pecado do bezerro de ouro, no dos espiões, e em outras rebeliões.
- Todos esses grupos entraram em Israel.
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