O Rebe explica porque homens notáveis como os espiões não quiseram entrar na Terra Santa:
Enquanto os judeus habitavam no deserto, estavam envolvidos apenas com assuntos espirituais como o estudo da Torá. Todas suas necessidades físicas: alimento, bebida e roupas eram providos milagrosamente por D'us. Os espiões não queriam ter envolvimentos mundanos que seriam essenciais ao entrarem em Canaã. Estes líderes perceberam que os judeus teriam que trabalhar a terra, envolver-se em atividades comerciais e afins. Com certeza, estas atividades seriam guiadas pela Torá: o povo não praticaria o roubo, a calúnia a maledicência, não se intrometeria nos assuntos do próximo, etc. Também cumpririam os preceitos de maasser (dízimo), Shemitá (o ano sabático), terumá (a cota dos cohanim), etc. Todavia, o tempo deixado para o estudo e a prece seria mais escasso.
A alegação dos espiões era: "Por que deveríamos mudar o tipo de trabalho espiritual no deserto, pelo trabalho na terra de Israel? Lá, na Terra Santa lidaremos com os frutos da terra - não com a maná dos Céus; lá teremos que lidar com os canaanitas, diferente do deserto onde somos uma nação reclusa."
Os espiões concluíram que a terra Santa tornar-se-ia um "país que devora seus habitantes" - que acabaria consumindo e devorando sua espiritualidade e santidade.
Os espiões estavam errados!
"A terra é extremamente, extremamente boa". Embora o trabalho em Israel se concentrasse em assuntos simples, isso é o desejo de D'us - que mesmo as coisas mundanas da vida tivessem um cunho de Judaísmo, de terem sido realizadas por um judeu da maneira adequada, ordenada Divinamente. Isso é mais caro ao Todo Poderoso que o elevado estudo da Torá no deserto.
Hoje nos encontramos em um difícil exílio. É impossível estudar Torá oito horas por dia; tudo o que podemos fazer é participar de aulas de Torá comunitárias - muitas das quais não são profundas, mas tratam de leis simples ou histórias de nossos sábios, etc.
Não devemos desanimar.
"A terra é extremamente, extremamente boa." Se superarmos o desânimo e as dificuldades e nos conduzirmos de maneira judaica, mesmo nos assuntos mais simples e corriqueiros da vida, cumpriremos a suprema vontade de D'us tão eficazmente quanto através do profundo estudo da Torá no deserto. E se o fizermos com alegria, será ainda mais precioso aos olhos de D'us.
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