Baseado em Likutei Sichot, vol. 18, págs. 183-185

“O princípio da sua massa você deve separar como chalá... um presente a D'us.” (Bamidbar 15:20-21)

A mitsvá da chalá nos obriga a separar uma porção de todo (grande) pedaço de massa que assamos e dá-la como presente ao cohen.

O Midrash (Vayikra Raba 15:6) afirma que imediatamente após este mandamento vem um texto na Torá sobre alguém que adorava ídolos.

“A aproximação dos dois assuntos nos ensina,” diz o Midrash, “que aquele que cumpre a mitsvá da chalá, é como se ele tivesse abolido a idolatria; enquanto aquele que não cumpre a mitsvá da chalá, é como se mantivesse a idolatria.”

Como este simples ato de separar um pedaço de massa está associado com o grave pecado da idolatria?

A resposta é que, no seu âmago, a idolatria não significa apenas a adoração de uma deidade além do único e verdadeiro D'us, mas também a crença enganosa de que qualquer poder, como a natureza, funciona independentemente Dele. Ou seja, até a crença de que qualquer entidade existe independente de D'us, é contrária à nossa crença que “não há nada além Dele” (Devarim 4:35).

O Midrash, portanto, compara a observância da chalá à abolição da idolatria, e a falha em separar chalá a manter a idolatria.

Desde plantar a semente até assar a massa, o preparo do pão agrega um grande nível de envolvimento e talento humano. Numa escala mais ampla, a massa representa nossos esforços para prover as nossas necessidades através daquilo que parece ser um processo natural e no qual nossos retornos parecem ser diretamente influenciados e controlados pelo nosso esforço. No entanto, quando a primeira coisa que fazemos com nossa massa é separar uma porção como um presente para D'us, estamos reconhecendo que todos os nossos esforços humanos “nem sequer começaram” a gerar nossa renda.

Mas que, em verdade, é a bênção de D'us que traz nosso sustento e sucesso.

Igualmente, a separação da chalá demonstra nossa crença de que como D'us traz o mundo inteiro à existência renovada a cada momento, a massa que damos a D'us é realmente Dele. Portanto, ao separar chalá, anunciando ao mundo que nem os poderes da natureza nem os esforços do homem existem separados de D'us, estamos refutando e abolindo a enganosa teoria da idolatria.