Quem governa o mundo? É uma pergunta feita por teólogos e pela cultura popular. Parece que mais do que nunca, as pessoas são dominadas pelo poder e quem está no controle.
Segundo os ensinamentos da Torá, D'us governa o mundo. Embora nos dias de hoje, parece que é governado pela Rússia, pela mídia, Twitter, mulheres, homens, meninos, meninas – ou uma mistura deles todos.
Apesar de o mundo parecer estar sendo dirigido por si mesmo, em auto-piloto ou no caos total. D'us criou o universo e prontamente Se ocultou dentro dele. Quanto menos Divino algo parece, mais ocultação está em jogo.
De modo contrário, quando você observa um lindo pôr do sol, quando nasce um bebê ou você partilha uma mitsvá, está sentindo D'us revelado. Essa justaposição é por desígnio, Ele está aqui, mas está oculto. Isso requer que prestemos atenção.
D'us nos orientou para vermos nossas vidas como mundanas e encerradas dentro das chamadas leis da natureza, para que sejamos compelidos e buscá-Lo e encontrar propósito, mesmo quando parece que não há nenhum, dentro da nossa jornada de vida pessoal.
Quando cada um de meus filhos era bebê, o primeiro jogo favorito que jogávamos era “esconde-esconde”. Eu ficava surpreendido por ver como cada criança reagia a este jogo simples. Meu rosto está atrás das minhas mãos, o bebê pode ver meu pescoço, minha testa e meu queixo, porém “Bum” e estou de volta, e se transforma no mais engraçado e divertido dos jogos. A criança sabe que estou ali, mas a maior alegria vem quando ela tem de me encontrar.
A história de Purim contada na Meguilát Esther (Rolo de Esther) e toda a celebração que a festa representa, sempre tem sido a mais agradável para mim. É a autêntica história de uma princesa e seu heroísmo. É a antítese da caricatura Disney de sonhos e desejos femininos.
Esther é uma moça comum sem aspirações por um belo príncipe para levá-lo ao pôr do sol com um final feliz. Ela é levada contra sua vontade ao palácio, inexplicavelmente escolhida pelo rei sobre todas as donzelas no vasto reino e permanece ali no harém do Rei Ahasuerus ou Achashverosh. Enquanto isso, o rei tem um perverso conselheiro chamado Haman, que está repleto de ódio por Mordechai, o líder judeu. Haman trama designar um dia para um genocídio contra todos os judeus no Império Persa e convence o Rei Ahasuerus a assinar o decreto. É então que Esther reconhece que há um objetivo por ela ter sido escolhida como rainha: no lugar certo na hora exata, então ela começa a usar sua posição para o bem do povo judeu. Ela salva o dia.
Então volte para… quem governa o mundo? Mulheres! Bem, quase de volta.
Quando você ler a história completa de Esther, com todas as suas tramas, altos e baixos, algo que encorajo você a fazer duas vezes durante a festa de Purim, você é atingido por um fato bastante significativo: D'us parece ter ido embora. D'us está nos detalhes, mas está oculto, não aparece em lugar algum do texto. Em cada uma das histórias dos feriados judaicos, falamos sobre os abrangentes milagres de D'us, da abertura do mar, relâmpago, trovão, o óleo, a nuvem de glória e assim por diante.
Este feriado não é diferente. Tem um grande milagre: o povo judeu é salvo da morte certa!
E para ler a história, você nem sequer precisa sabê-la. É fácil ficar enamorado com todas as coincidências e eventos da sorte: Esther é apontada como rainha; Mordechai é seu primo, então ela tem o pulso da comunidade judaica inteira; Mordechai termina salvando a vida do rei; o rei tem uma noite sem dormir; Esther convence o rei. E tudo isso é apenas uma extraordinária boa sorte?
Talvez alguns vejam dessa maneira.
Mas a mensagem de Purim é enxergá-la sob outro prisma, de uma forma Divina. O próprio nome Esther significa “ocultar”, e a Meguilá tem o mesmo radical que “revelar”. A Meguilá Esther está nos dizendo que precisamos revelar aquilo que está oculto. Todo e cada dia. A Mishná aborda este ponto com um princípio interessante. Declara que se a Meguilá for lida de trás para frente, do final para o começo (a maneira como leio uma revista), a pessoa não cumpriu a mitsvá de Purim.
Por que precisamos dessa lei? Está nos dizendo algo mais. Se alguém lê a história como se tivesse acontecido no passado - “para trás”- está cometendo um erro. Esta não é uma história para outras épocas, ela transcende o tempo; é uma história para hoje!
Todos nós vivemos vidas que parecem uma série de acaso, boa sorte e coincidências. Mas na realidade, é tudo milagroso, e tudo deveria ser celebrado. É tão fácil aceitar como certo aquilo que consideramos normal e usual. Mas não faça isso. Não aceite como garantido, e não veja como normal. Aprecie todas as coisas pequenas e aparentemente insignificantes. Encontre D'us em sua história.
Veja o Divino no sincronismo, no “não considere como garantido, não o veja como normal as pessoas com quem partilhamos este planeta. Reserve um tempo para reconhecer as conexões que temos com cada um, local e globalmente.
Nem sempre é fácil. É por isso que é importante. É uma escolha a fazer. Sinta-se com poder. Olhar em volta e ver que caminhamos em milagres todo dia é revelar a ocultação do relacionamento Divino/humano.
Por que isso é importante? (Tão importante que quando Esther e Mordechai escrevem sua história, eles intencionalmente deixam de fora o nome de D'us). Por que é assim que desenvolvemos uma atitude de intenção, propósito e gratidão. E então finalmente podemos chegar à alegria desenfreada de uma criança.
Então quem governa o mundo? D'us. Mas talvez serão as “meninas” que deixam todos saberem disso.
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