Uma das mitsvot especiais de Purim é Matanot LaEvyonim, onde cada judeu e judia é obrigado a fazer ao menos uma doação a dois necessitados. O Shulchan Aruch, (código de leis judaicas) ainda acrescenta que em Purim não devemos ser rigorosos quanto aos beneficiários da nossa tsedacá, mas “Col haposhet yad litol, notnim lo”, devemos doar a qualquer um que esticar a mão para receber ajuda. Enquanto durante o ano todo é permitido investigar a situação verdadeira do solicitante e não temos de dispensar os nossos fundos de forma indiscriminada, em Purim devemos praticar a caridade sem reservas ou hesitações.
A mística judaica explica que esta atitude reflete a maneira pela qual D’us se relaciona conosco no dia de Purim, acedendo aos nossos pedidos sem avaliar os nossos próprios méritos.
O Baal Shem Tov, fundador do Chassidismo, interpreta a frase, “D’us é a tua Sombra” (Salmos 121:5) explicando que da mesma forma que a nossa sombra imita tudo que fazemos, assim também D’us age conosco. Quando somos bondosos, Ele é bondoso conosco, quando somos misericordiosos, Ele é misericordioso conosco e assim por diante. Por isto somos aconselhados em Purim de atuar com generosidade a quem nos solicitar – quem esticar a sua mão para receber devemos lhe estender de volta e ajudá-lo, e desse modo agir “medida por medida” (em hebraico, midá kenegued midá) temos o “direito” de aproveitar desse dia de Graça Divina e esticar a nossa própria mão diante do Todo Poderoso D’us, confiante que Ele também nos atenderá.
A lição da tsedacá em Purim vale para o ano todo. Dizem os nossos sábios: “Mais do que o rico faz pelo pobre, o pobre faz pelo rico”. (Midrash Raba Vayicrá 34), pois a recompensa, os dividendos Divinos são bem maiores do que qualquer tempo, dinheiro ou esforços investidos nesta mitsvá. Os Chassidim do Maguid de Mezeritch costumavam dizer: “Ame a um judeu e D’us te amará; faça uma bondade a um judeu e D’us te fará uma bondade; aproxima um judeu e D’us te aproximará.” (Hayom Yom, 27 de Cheshvan).
Todos conhecem o Yam Kineret (mar da Galileia) e o Yam haMelech (Mar Morto) em Israel. O primeiro no norte do país consiste de água fresca, sempre cristalina e azul, local de árvores e flores e crianças brincando. O segundo, no sul, tem águas mornas que parecem turvas, ar quente e carece de vegetação perto de suas margens.
Qual é o segredo das águas vibrantes do Kineret em contraste ao seu parceiro do Sul?
Para cada gota de água fresca que entra no Kineret, este mar devolve uma em troca, mandando suas águas ao Jordão. Desta maneira ele está sempre se renovando. Por outro lado, o Mar Morto retém as suas águas. Ele recebe água corrente de sua fonte, mas não repassa nada para fora. Daí, o seu nome, Mar Morto.
A vida se mede por aquilo que se faz em prol dos outros. Quanto mais doamos, mais aprimoramos a nossa própria qualidade de vida.
Purim Sameach!
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