Uma das quatro mitsvot de Purim é fazer uma refeição festiva no dia de Purim. Aqui estão alguns dos alimentos tradicionalmente consumidos pelos judeus de várias comunidades em Purim.

1. Feijão, Sementes e Arroz

Comer sementes e feijão (ou arroz1) em Purim é citado no Código da Lei Judaica. Uma razão para isso é que a rainha Esther (assim como Hatach, identificado no Midrash como Daniel) essencialmente “jejuava”, comendo uma dieta vegetariana de sementes e feijões, o que lhe permitia manter-se casher.

Como tal, alguns têm o costume de comer esses alimentos na noite de Purim logo após o término do Jejum de Esther.2 Outros, entretanto, os comem a qualquer hora em Purim, não especificamente à noite.3

2. Sementes de Papoula

A semente mais popular é a semente de papoula, já que a palavra no idioma iídiche para “sementes de papoula” é mon, que soa semelhante ao nome Haman, o vilão da história de Purim.

3. Hamantaschen

O doce clássico de Purim, o hamantaschen de três pontas, é tradicionalmente recheado com sementes de papoula. (Um significado de hamantaschen é “bolsos cheios de sementes de papoula.”). Ao mesmo tempo, existem muitas razões para comer hamantaschen sem relação com a semente de papoula.

4. Carne

Nos feriados judaicos, somos ordenados a comer carne,4 um alimento especial que realça o clima de celebração, e Purim não é exceção.

5. Vinho

Na meguilá, lemos que Purim foi instituído como dias de “mishtê e alegria”. Embora mishtê possa se referir a um banquete, significa literalmente “beber”. Além disso, Purim foi instituído como um dia alegre, e o salmista declara: “o vinho traz alegria ao coração do homem”.5 O Talmud, portanto, destaca que devemos beber em Purim até que “não possamos discernir entre 'maldito é Haman' e 'abençoado é Mordechai'. ”6

6. Kreplach (pateizinhos)

Muitos, incluindo Chabad, têm o costume de comer kreplach, pastéis recheados com carne, em Purim. Uma explicação para esse costume é que, na maioria dos feriados, a santidade do dia é revelada pois nos abstemos de muitas formas de trabalho. Há três ocasiões no ano em que comemos uma refeição festiva com carne, embora o trabalho seja permitido e a santidade do dia seja um tanto obscurecida: Purim, véspera de Yom Kipur e Hoshaná Rabá — os três dias em que comemos kreplach, nos quais a carne permanece escondida pela massa.7

7. As orelhas de Haman

Existem vários alimentos de Purim que diferentes comunidades chamam de oznei Haman (“orelhas de Haman”), incluindo kreplach, hamantaschen e até mesmo uma massa que lembra orelhas.

O que os ouvidos têm a ver com Purim?

O rabino Shimshon Chaim Nachmani (falecido por volta de 1779) explica que grande parte do milagre de Purim ocorreu porque Haman “ouviu” sua esposa Zeresh e construiu uma forca alta onde enforcaria Mordechai. Isso finalmente enfureceu o rei e prenunciou a queda de Haman. Comer “orelhas” comemora essa reviravolta na história.8

8. Koylitsh

Alguns têm o costume de comer chalá doce comprida, trançada conhecida como koylitsh. A forma nos lembra da corda na qual Haman desejava enforcar Mordechai, e a doçura é porque... bem, Purim é um dia doce.

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9. Nunt (Nougat)

Nunt é feito de nozes ou sementes cozidas em mel até que fiquem grudadas como um único alimento. Quando Haman convenceu o rei a fazer um decreto contra os judeus, ele os descreveu como “uma nação espalhada e dispersa entre os outros povos...” No sentido espiritual, a falta de unidade entre o povo judeu é parte do que causou o decreto. E quando nos unimos em prece, fomos salvos. Isso demonstra que quando permanecemos unidos formamos uma única e forte unidade.9

10. Kneidlach, Bolinhas de Matsá

Em iídiche, as bolas de matsá são chamadas de kneidlach, que soa como kinderlach, “crianças”.

No Sinai, as crianças eram consideradas fiadoras da Torá. O Talmud relata que durante a história de Purim, o povo judeu reafirmou sua aceitação da Torá, então os filhos foram novamente os fiadores.

Talvez outra razão seja que, como relata o Midrash, o milagre de Purim aconteceu por mérito de milhares de crianças judias que Mordechai reuniu para rezarem e aprenderem Torá. De fato, nossos sábios afirmam que seremos redimidos deste exílio pelo mérito do aprendizado da Torá pelas crianças.

Que seja rapidamente em nossos dias!