"O difícil fazemos imediatamente; o impossível demora um pouquinho mais."
- General Montgomery
O buraco no telhado
Um rabino está em frente de sua congregação e informa-lhes que um grande buraco foi encontrado no telhado da sinagoga.
"Agora, tenho boas notícias e más notícias para vocês" - continua o Rabino. "As boas notícias são que temos o dinheiro para consertar o estrago; as más são que o dinheiro está no bolso de vocês."
Doze judeus em uma missão
A porção desta semana narra a história de doze homens que foram enviados por Moshê do deserto para irem e inspecionarem a Terra de Israel e seus habitantes. O objetivo da viagem era preparar o povo judeu para a subseqüente conquista e colonização da Terra.
Ao despachar os espiões em sua missão, Moshê presenteou-os com uma lista de perguntas que precisavam responder. "Observem a Terra" - disse-lhes Moshê. "Como ela é? E as nações que ali habitam - são fortes ou fracas? São poucas ou numerosas? E como é a terra na qual eles residem - é boa ou má? E como são as cidades onde moram - abertas ou fortificadas?"
Quando os espiões retornaram de sua ronda de 40 dias em Israel, apresentaram ao povo um relatório de suas descobertas.
"Chegamos à Terra aonde fomos enviados" - disseram os espiões - "e de fato ali fluem o leite e o mel, e estes são seus frutos. Mas o povo que habita o país é poderoso, as cidades são bastante fortificadas e vimos também o filho do gigante.
"Não podemos ir até aquele povo, pois é forte demais para nós" - proclamaram os espiões.
O relatório que os espiões trouxeram de volta desmoralizaram a nação judaica e acabou com sua motivação para entrar na Terra. Como resultado, os espiões foram severamente punidos e a geração inteira por fim morreu no deserto, jamais conseguindo chegar à Terra. Somente 39 anos depois, no ano 1276 AEC, os filhos e netos desta geração cruzaram as fronteiras de Israel e estabeleceram a Terra Prometida.
Matar o mensageiro?
Uma das muitas questões levantadas por comentaristas bíblicos diz respeito à razão para os espiões receberem castigo. Moshê deu-lhes uma lista detalhada de perguntas sobre a Terra; ele os instruiu a fazerem suas próprias observações, sobre o que estaria à espera do povo em sua chegada.
Isso é exatamente o que fizeram os espiões. Voltaram com uma resposta a todas as perguntas de Moshê, e relataram aquilo que entenderam como sendo a realidade da situação. Se Moshê esperava que eles encobrissem suas observações - que a Terra era habitada por homens poderosos e suas cidades eram grandemente fortificadas - em primeiro lugar, ele jamais deveria tê-los enviado!
Por que os homens foram responsabilizados por relatarem aquilo que tinham visto?
Introduzindo a paralisia
A resposta é que se os espiões tivessem simplesmente relatado ao povo a realidade da situação como eles a viram, tudo estaria perfeitamente bem. Porém eles fizeram mais que isso. Usaram as dificuldades observadas como um incentivo para apresentar a opção de renderem-se e capitularem face à crise.
Se os espiões tivessem voltado e dito: "Amigos, vimos um povo poderoso e cidades bem protegidas na Terra, portanto agora precisamos bolar uma estratégia eficaz para levar a termo nossa missão desafiadora" - eles teriam cumprido esplendidamente sua tarefa. No momento em que reagiram aos obstáculos dizendo "Não podemos mais fazer isso," eles influenciaram todo um povo a abandonar seu destino designado por D'us.
Os espiões são condenados na tradição judaica por substituírem o "como faremos isso" por "podemos fazer isso?"
Conquistando sua escuridão
Cada um de nós tem um campo de ação na vida que precisa ser conquistado, um espaço que precisa ser transformado em uma "terra santa." Alguns de nós precisamos lutar contra o medo, tentação, vício, ou vergonha. Como os desafios colocados no caminho da recuperação às vezes são assustadores, somos naturalmente tentados a acreditar que somos incapazes de superar nossas trevas, e assim rendermo-nos a nossos demônios.
Embora este sentimento seja compreensível, é um triste engano que deve ser combatido tenazmente, pois ele nos rouba a oportunidade de liberar nossa alma e chegar à nossa "Terra Prometida" pessoal.
A escolha da resignação nos impele a permanecermos "empacados" pelo resto de nossa vida num deserto estéril feito de vergonha, insegurança e fraqueza.
A questão jamais deveria ser: "Posso fazê-lo?" Os recursos para reparar o buraco em nosso teto pessoal estão sempre presentes. Todo problema é passível de ser lidado. A única questão verdadeira é: "Como faço isso?"
Baseado em um discurso do Lubavitcher Rebe, Shabat Shelach 1989.
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