O que você faz diante do desespero?

Na porção semanal da Torá, apenas dois espiões não se deixaram levar pelo pessimismo: Yehoshua e Calev. Dez espiões circularam por Israel e ficaram assustados. Havia gigantes por lá e coisas que pareciam muito ameaçadoras. Eles então desistiram do sonho falando que seria um erro ir para Israel.Apenas dois ousaram se opor a esse pensamento e declararam: “A terra é muito, muito boa”.

Hoje sabemos que eles estavam certos. De onde vem a força, de, mesmo estando em minoria, ser otimista? De onde se pode obter tanta coragem e determinação como Yehoshua e Calev?

A parashá nos remete a duas direções: de prece e de conexão, em direção ao passado e ao futuro.

Em relação ao passado, somos informados de que enquanto visitava a terra de Israel, apenas um dos espiões, Calev, visitou os túmulos dos patriarcas e matriarcas, na Caverna de Machpelá (Hebron). Calev orou por si mesmo e pediu para não ser influenciado pelas ideias dos dez espiões e para não se juntar à esmagadora maioria. Ele sabia que Deus queria trazer o povo para Israel e pediu para poder manter a sua lealdade e independência espiritual. Em tempos de crise, ele não olhava para as manchetes dos jornais do dia e para o que escreveriam sobre ele, mas olhava para Abraão, nosso patriarca, e Sara, nossa matriarca, e o que diriam sobre ele.

Em relação ao futuro, o segundo espião que fazia parte da minoria chamava-se Hoshea. Mas Moshe adicionou uma letra (yud) ao seu nome, fazendo com que passasse a se chamar Yehoshua (Josué). Rashi explica que também orou por ele: que Deus o salve (mesma raiz do nome de Yehoshua) das ideias dos espiões. Há poder em tal oração, na bênção de uma pessoa justa, do Tzadik. A oração de Moshe foi atendida.

Muitas vezes estamos expostos à incerteza, à confusão, ao constrangimento. Diante de tais desafios no presente, a ligação com o passado e o futuro pode nos dar senso de proporção e força. Nossa história é mais forte e eterna do que às vezes parece.