Ele os encontrou em uma terra deserta. (Devarim 32:10)

Rashi explica esse versículo como elogio ao povo judeu. “D'us os encontrou fiéis a Ele no deserto, pois eles aceitaram Sua Torá, Sua soberania e Seu jugo sobre si mesmos.”

Por que a Torá se refere à fé do povo judeu como algo que D'us “encontrou”?

Um achado é um objeto de valor que chega inesperadamente a uma pessoa. Nas palavras do Talmud (Sanhedrin 97a) , um achado acontece “na ausência de conhecimento,” ou seja, sem planejar.

A fé do povo judeu em D'us portanto é chamada um “achado”, porque fé, por definição, é um comprometimento e lealdade a D'us que transcende a razão; seguimos D'us fielmente, não importa se entendemos ou não Seus caminhos. Nossa fé portanto é comparável a um “achado” que não é o produto apenas do pensamento racional.

Rashi alude a essa ideia declarando que o povo judeu no deserto aceitou a Torá de D'us, Sua soberania e Seu fardo sobre eles mesmos.” Essas palavras enfatizam que além de aceitar a Torá de D'us, que eles podiam aprender e compreender, o povo judeu também aceitou a soberania e o domínio de D'us, submetendo-se a Ele incondicionalmente, sem quaisquer limites (racionais) quaisquer que fossem.

E como nossa fé supra-racional é um “achado”, assim é o relacionamento e comprometimento de D'us conosco, reciprocamente, como um “achado” – transcende totalmente qualquer razão ou sistema.

Likutei Sichot vol. 34, pág. 210