Enquanto estamos em choque e incrédulos pelos atuais eventos, muitas almas preciosas são brutalmente tiradas de nós, particularmente, o falecimento de um indivíduo que significa tanto para a comunidade Chabad do mundo inteiro, o secretário pessoal do Rebe, RabinoLeibelGroner, de abençoada memória.
Ao mesmo tempo, sinto-me privilegiado por ter conhecido e encontrado essa pessoa especial, e tive a grande honra de ouvir em primeira mão suas histórias incríveis, como ele tinha o talento único de relatá-las e deixar você ver os eventos através dos olhos dele.
Em memória de Rabi Groner, eu gostaria de compartilhar algumas das histórias que lembro-me de ter ouvido dele no decorrer dos farbrenguens noturnos nos quais ele narrava suas lembranças, e deixava a inspiração brotar.
Que não haja mais dor e tristeza, e celebremos juntos com Mashiach e todos aqueles que faleceram. AGORA!
Espiritualidade mais que fisicalidade
Quando Reb Shmuel Zalmanov compilou o SeferHaNigunim, ele desejava inserir uma sichá do Rebe como prefácio para o livro. Portanto preparou uma determinada sichá, e entregou-a ao secretário do Rebe para que o Rebe pudesse dar aval para poder ser publicada em seu livro. O tempo passou, o livro estava completo esperando para ser impresso, mas o Rebe ainda não tinha devolvido a sichá para publicação.

Rabi Zalmanov não sabia o que fazer, pois a Sichá fora dada ao Rebe e não havia nada mais que eles pudessem fazer para apressar a revisão do Rebe.
Aconteceu naquela época que uma noiva e seu noivo fossem com suas famílias para Nova York para o Rebe oficializar seu casamento. Eles tinham marcado com o Rebe meses antes, e finalmente voaram para aquela ocasião especial. Porém, quando chegaram aos Estados Unidos, o Rebe anunciou que não iria oficiar aquele casamento como tinha pretendido fazer. Isso, explicou o Rebe, é por que a noiva e o noivo tinham viajado no mesmo voo, o que não está de acordo com a Halacha e orientação de tziniut. O Rebe portanto não concordaria em oficiar o casamento.
Quando Rabi Zalmanov soube desse incidente ficou empolgado. Finalmente, o Rebe teria algum tempo livre, pois o Rebe tinha reservado tempo para aquela Chupá e agora o Rebe não iria comparecer a ela. Portanto ele escreveu ao Rebe pedindo que o tempo que o Rebe tinha designado para estar naquele casamento, que o Rebe deveria finalmente trabalhar na sichá para o SeferHanigunim.
A resposta do Rebe não demorou a chegar: “Estar lá espiritualmente significa mais do que materialmente.”Ou seja, embora o Rebe não fosse estar presente fisicamente no casamento, ele com certeza estaria ali espiritualmente. E aquilo exige mais esforço que a presença física.
Melhor ouvir as palavras do Rebe
Um homem certa vez chamou Rabi Groner buscando o conselho do Rebe para seu negócio.
Quando Rabi Gronerapresentou a questão, o Rebe respondeu que somente iria responder se o empresário prometesse ouvir o conselho, pois seria pior para ele ir contra a palavra do Rebe do que se ele não tivesse perguntado em primeiro lugar. Porém, acrescentou o Rebe, o homem não deveria saber que o Rebe tinha solicitado este comprometimento.
Rabi Groner agora estava com a tarefa de conseguir uma garantia desse homem de que ele iria escutar o conselho do Rebe, sem revelar que o Rebe tinha feito esse pedido.
Ele chamou o homem de volta relatando a seguinte história: Quando o Rebe Anterior visitou Chicago em 1930, havia um menino judeu que se tornara um sionista e queria fazer Alyia para EretzYisrael. Seu pai, um judeu ortodoxo, era contra a ideia e tentou desencorajar o filho sobre a viagem, mas em vão. Sabendo que o Rebe estava chegando à cidade, o homem conseguiu levar seu filho para pedir o conselho do Rebe. O Rebe respondeu: ele poderia ir, mas não agora.
O filho não deu atenção à resposta do Rebe e embarcou no primeiro navio com destino a Israel. Pouco depois, chegou a triste notícia de que o navio tinha afundado com todos os trezentos viajantes. Desnecessário dizer, o pai ficou arrasado. Ele foi chorando ao Rebe: o Rebe obviamente tinha visto a tragédia chegando, pois dissera claramente ao menino para desistir da viagem. Por que o Rebe não revelara o que estava para acontecer, poupando centenas de vidas?
A resposta do Rebe foi muito firme: “Às vezes nós [eu] vemos algo e não sabemos por que estamos dizendo aquilo; mas é isso que vemos acima. E se alguém não escuta, é muito pior!”[Rabi Groner tinha ouvido essa história de um judeu em Chicago quando era um bochur, estudante, de Yeshivá.]
Ao ouvir essa história, o empresário entendeu e imediatamente prometeu a Rabi Groner que escutaria o conselho do Rebe. Poucos meses depois, o mesmo empresário ligou de volta para Rabi Groner agradecendo-lhe por pedir a promessa.
Se ele não tivesse prometido – o homem explicou – ele deixaria de seguir as palavras do Rebe, pois não faziam nenhum sentido para ele. Mas ele não iria trair sua promessa. E como ocorreu, se aquele fosse o caso, ele teria perdido muito dinheiro.
Quando relatou ao Rebe como ele fizera o homem prometer, o Rebe agradeceu a Rabi Groner, pois ouvira uma história de seu secretário que jamais escutara antes.
Quatro Dias no Ohel
Um homem pediu ao Rebe uma bracha para sua esposa. Ela não estava bem e os médicos explicaram que ela precisaria passar por quatro cirurgias.
No dia seguinte, o Rebe anunciou que iria ao Ohel. Quando retornou, o Rebe pediu a Rabi Groner para perguntar sobre o bem estar da mulher. Foi informado que os médicos tinham mudado de ideia e ela agora iria precisar apenas de três cirurgias.
No dia seguinte, o Rebe foi novamente ao Ohel. Naquela noite, chegou a notícia de que ela precisaria apenas de duas cirurgias. O mesmo se repetiu no terceiro dia, quando os médicos disseram que na verdade ela precisava apenas de uma cirurgia, e finalmente, no quarto dia, após o Rebe ir ao Ohel, o marido relatou que sua esposa não precisaria mais fazer nenhuma cirurgia.
[Geralmente, o Rebe ia ao Ohel uma vez por mês. Toda viagem ao Ohel significava que o Rebe iria jejuar o dia inteiro e ficar de pé durante muitas horas. Mesmo assim, o Rebe fez isso por quatro dias pelo bem dessa senhora judia.]
A que horas o bebê nasceu?
Um homem certa vez ligou para o 770 pedindo uma bracha urgente para sua esposa. Quando ela estava entrando em trabalho de parto, estavam ocorrendo sérias complicações para o nascimento do bebê.
Finalmente, pela manhã chegou a notícia que Baruch Hashem o bebê tinha nascido, ele e a mãe estavam bem. Ao ouvir a notícia, o Rebe estranhamente queria saber a hora exata em que o bebê nascera. Rabi Groner enviou a mensagem ao pai, que foi perguntar à equipe médica a hora exata do nascimento.
Ao ouvir a pergunta incomum, a reaçãodo médico não foi nada agradável:
- Fique feliz, seu bebê está saudável! Que diferença faz a que hora ele nasceu?”
Mas o homem insistiu. Era um pouco estranho esta confusão de não estarem querendo dizer a hora exata. Mas finalmente, a enfermeira encarregada pôde confirmar que o nascimento tinha ocorrido às 5h30 da manhã.
Quando respondeu ao Rebe, este explicou a Rabi Groner: Quando eu soube das complicações, isso me preocupou a noite toda e a ponto de não conseguir dormir. Finalmente, às 5h30 caí no sono. Percebi que o nascimento não poderia ter sido em outra hora da manhã…
Shiduch do céu
Shiduch do céu Um bochur se aproximou de Chabad, e foi estudar no 770. Chegou a hora para shiduchim, e uma moça foi sugerida a ele. Após ter a aprovação do Rebe, ele prosseguiu com o shiduch. Porém sua família era contra e pressionou-o a desistir da moça.
Mais uma vez, ele perguntou ao Rebe se deveria continuar, e o Rebe concordou.
Vendo que sua família ainda estava infeliz, ele perguntou pela terceira vez, e o Rebe ainda concordava com o shidush, Os pais o ameaçaram dizendo que não iriam participar do casamento, mas o rapaz não iria desistir, pois tinha a bracha do Rebe.
Finalmente, a mãe foi ao 770, irrompeu no BeitMidrash, correu até seu filho e lhe deu um tapa no rosto. “Você não vai se casar com ela!” gritou a mãe.
Porém, seu filho não iria ceder. Vendo o desgosto da mãe, alguns chassidim a aconselharam de que talvez fosse ter melhor ela falar com o próprio Rebe, pois o rapaz somente escutava a instrução do Rebe. E assim ela fez. Entrou emYechidut e expressou seus motivos por que em sua opinião este shiduch não era adequado para seu filho.
O Rebe respondeu: No céu, há vários livros de shiduchim, Quando seu filho veio pedir meu conselho, concordo, não vi oposição a este shiduch nos livros celestiais. Quando ouvi que a família não concordava, chequei todos os livros uma segunda vez. E assim fiz na terceira vez que ele me perguntou, e ainda não encontrei nenhuma questão com este shiduch em todos os livros, portanto nada pude fazer além de aprovar o shiduch.”
Após ouvir esta resposta, a mãe percebeu que seria tolice ela se opor ao casamento e concordou imediatamente. [O Rebe jamais falaria sobre a sua própria grandeza ou poderes espirituais. Mas quando era para salvar um shiduch de um jovem casal, o Rebe saía do seu caminho e revelava que tinha acesso a todos os arquivos celestiais de shiduch, sobre os quais ele baseia sua bracha para os chatan e Calá.]
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