Aconteceu há mais de 200 anos.
O Rabino Shneur Zalman de Liadi, o fundador e primeiro Rebe do movimento Chabad, escreveu pessoalmente seu próprio Sefer Torá.

A santidade do Rebe era incomparável e essa Torá , extraordinariamente preciosa, além do normal.

Quando ele faleceu em 1813, o Pergaminho passou automaticamente para as mãos de seu filho e sucessor, Rabino DovBer, que transferiu os chassidim para a cidade de Lubavitch e fez da cidade o centro do movimento Chabad.

Mas, quatorze anos mais tarde, ele também faleceu e, como morreu durante uma viagem, foi enterrado a muitos quilômetros de Lubavitch, na cidade de Niajin. Uma sinagoga foi construída próxima de seu túmulo e o sagrado Sefer Torá foi mantido lá para ser lido regularmente pela comunidade judaica local.

Mno entanto, um grande incêndio irrompeu na cidade e, já que todas as construções eram feitas de madeira, o fogo logo se alastrou devorando casa após casa chegando à sinagoga.

Todos estavam tão ocupados em lutar contra as chamas, salvando o que podiam ou ajudando os outros, que ninguém se lembrou da Sinagoga. Exceto um dos filhos do segundo Rebe de Lubavitch, o Rav Menachem Nachum. Ele correu com todas as suas forças para a Sinagoga com a intenção de salvar o Sefer Torá. Ao chegar, viu-se sozinho; ninguém estava lá para ajudá-lo, as chamas já estavam tomando as paredes externas e o calor estava se tornando insuportável. Mas sem hesitação ele correu para dentro do local sagrado.

A sala estava repleta de fumaça. As chamas espalhadas tornavam impossível respirar ou enxergar, mas Rav Menachem Nachum correu na direção da arca e, de repente, parou onde estava ... ele havia esquecido em casa a chave da porta da arca! Correr de volta para casa estava fora de questão, pois em poucos minutos todo o lugar se tornaria um inferno. Se ele não pegasse o Sefer imediatamente, seria tarde demais. Mas havia pouca chance de que a arca estivesse aberta, ele tinha as únicas chaves e as portas sempre estavam cerradas.

A sala estava em chamas. Ele fez um movimento em direção à arca, esperando contra todas as probabilidades que poderia ter sido esquecida aberta, quando de repente, através de um vácuo na fumaça espessa, ele viu um homem parado diante dele, abrindo a porta da arca.

De onde ele veio? Como entrou?

A fumaça e o calor eram insuportáveis. O homem removeu o Sefer Torá virou-se para ele quando percebeu incrédulo que não era outro senão o sagrado rabino Shneur Zalman, seu avô, o Alter Rebe, que havia partido deste mundo mais de vinte anos antes!

Rav Menachem pegou o Pergaminho, deu alguns passos para trás incapaz de tirar os olhos do rosto radiante do Alter Rebe, então se virou e correu para salvar sua vida, saindo milagrosamente do prédio momentos antes que ele desmoronasse completamente.


Um judeu nunca é "apagado" e é possível permanecer de certa forma ‘vivo’, como o Rebe Shneur Zalman. Isto tem conexão com dois fundamentos do judaísmo: 1) Mashiach e a 2) Ressurreição dos mortos (Os dois últimos dos 13 princípios de Maimonides). Mashiach trará todos os judeus de volta à sua consciência judaica, porque espiritualmente eles sempre estiveram completos, faltando polir seus botões. Na Ressurreição dos Mortos os corpos serão reconstruídos através do osso luz que D’us criou indestrutível.

A Torá, Árvore da Vida (Mishlê 3:18), alimenta a alma e o corpo. Ao ser outorgada no Monte Sinai, a morte realmente cessou e os judeus deveriam viver eternamente (assim como Adam) se não tivessem pecado. (Talmud Shabat 88b) Quando o mundo for redimido D’us se revelará e uma nova era terá início.

Em Rosh Hashaná através de nossas orações coroamos novamente D’us como o Rei do Universo, Aquele que possui “a chave” da vida e da morte, da paz e da turbulência, da luz e da escuridão. Então imploramos nestes dias que Ele nos perdoe e nos inscreva para um ano bom e doce revelando toda a Sua glória ao mundo, retornando Sua moradia na Terra, com a reconstrução do Terceiro Templo Sagrado em Jerusalém. Que seja ainda este ano!

Shaná Tová!