Quando tocou o telefone na casa do Reb Shlomo ele correu para atender, esperando uma ligação importante de negócios. No entanto, foi a supresa da sua vida: a voz era do Skulener Rebe: Rabino Eliezer-Zusya Portugal de Skulen.
Reb Shlomo era um homem rico que morava na cidade do México, mas não deixava os negócios dominarem sua vida. Ele era humilde e se satisfazia com pouco e seus filhos receberam educação da Torá e valores Chassídicos. Sendo um chassid Skulener, ele viajava periodicamente para Nova York para visitar seu Rebe, que se mudou para lá da Romênia depois do Holocausto. Ele nunca esperava receber um telefonema do próprio Rebe.
O Rebe perguntou como ele e sua familia estavam e em particular a educação das crianças. R. Shlomo agradeceu e explicou que graças a D'us estava tudo bem. Então o Rebe perguntou sobre seu filho Moishele, "Tem certeza que ele está tendo uma boa educação pela Torá?"
Moshe era um menino muito esperto, na idade depois do Bar-Mitsvá, mas também tinha muita energia e com frequência se tornava levado.
"Certamente", respondeu Reb Shlomo com orgulho. "Ele está para terminar o Tratado do Talmud de Sucot em duas semanas. Ele estuda muito bem, graças a D'us."
"Então você já deu a ele algum prêmio pelas conquistas dele nos estudos? Se não deu, aconselho prometer ao menino que se terminar o tratado de Sucot e responder bem às perguntas que o professor preparará, então ele receberá de você um prêmio especial que poderá escolher.
"Lembre-se, deve deixar o menino escolher." Concluiu o Rebe.
Reb Shlomo ficou impressionado, honrado e agradecido ao Rebe. Quando ele contou ao Moishele, ele pulou de alegria. Passou então a estudar dia e noite até que sabia bem o material. Ele foi otimamente no teste e então foi a vez do Reb Shlomo comprar o presente. No entanto, o que Moshe escolheu como presente não fazia sentido: uma longa corrente de ferro grosso, com um grande cadeado com o qual ele pudesse fechar e abrir a corrente.
O pai não ficou nada feliz com sua escolha, mas lembrou as palavras do Rebe que ressaltou a necessidade do filho escolher o presente. Ele comprou e deu ao Moishe.
Alguns dias depois Moishe estava brincando no quintal da frente de casa e o pai estava se preparando para ir para a reza de Minchá na sinagoga. Quando ele saiu de casa, tinham dois criminosos esperando num carro, com janelas escuras, para sequestrá-lo e exigir um resgate.
Era um padrão que estava se repetindo no México e algumas vezes as vítimas nunca voltavam com vida mesmo sendo pago o resgate.
Começou fácil para os sequestradores. Assim que Reb Shlomo saiu de casa na hora pontual, um deles colocou uma mordaça para ele não gritar e o outro segurou suas mãos, então o derrubaram no chão e o bateram e chutaram até que ele ficasse desacordado. Então o arrastaram até o carro.
Mas então o cenário mudou, pois eles nunca poderiam imaginar que seu carro para fugir estivesse preso por uma longa corrente de ferro num poste de luz perto dele. Em choque, ele soltaram um pouco o cativo ainda meio grogue, que no entanto estava suficientemente alerta para fugir tão rápido quanto podia e tirando a mordaça para gritar por ajuda.
Uma multidão se juntou e a policia foi chamada. Os bandidos perceberam que estavam numa situação perigosamente vulnerável. A multidão não deixaria eles fugirem a pé então entraram no carro correndo e deram partida no motor, mas o carro não sai do lugar preso ao poste pela corrente fortissima de ferro. Depois de muito acelerar a corrente finalmente se soltou do poste e continuou presa no carro.
A polícia chegou logo e não foi dificil alcançar o carro que arrastava uma longa corrente, então eles foram presos facilmente.
Depois de ser acudido, Reb Shlomo passou algumas horas depondo na delegacia e quando chegou em casa de noite foi direto ao quarto do Moshe perguntando como a corrente tinha parado lá. Moshe então confessou que foi ele, não resistindo à tentação de usar sua corrente nova.
O pai pegou o filho nos ombros e, depois de abraçá-lo com força despejou-lhe um monte de beijos emocionados: "Você salvou minha vida com tua levadeza!”
Algum tempo depois ele viajou para Nova York para encontrar com seu Rebe de novo e contou toda a história, agradecendo pelo conselho providencial. O Rebe ficou feliz e ainda acrescentou que já que os bandidos tinham quebrado o presente do Moshe, que ele deveria lhe dar um novo presente.
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