O rav e tsadik Aharon de Strashele cresceu e foi educado na casa do Alter Rebe, ao lado do Miteler Rebe, filho do Alter Rebe.

Quando o Alter Rebe nomeou o Miteler Rebe, como educador de jovens, este os instruia com o maior carinho, explicando de que forma os rapazes podiam corrigir suas ações. Seu método educativo era o de aproximar.

Rabi Aharon tinha um grande coração e era inteligentíssimo, mas apesar de sua bondade era também muito temperamental, além de rigoroso e sério, e se alguém não se comportava bem, desfazia dele por completo.

Aconteceu que durante alguns meses o Miteler Rebe não esteve bem de saúde, e suas aulas tiveram que ser ministradas por Rabi Aharon. Este educava e orientava os rapazes ao seu próprio modo, e por ser temperamental, muitas vezes acabava ofendendo e ferindo seus alunos.

Certa vez, Rabi Aharon entrou em “yechidut” [audiência privada] com o Alter Rebe e queixou-se de que seu estudo, em geral, e suas orações, em particular, estavam sem vitalidade interior.

O Rebe apoiou-se sobre seus braços sagrados, meditou e, depois de alguns instantes, levantou sua cabeça e disse: “cada um recebe de acordo com seu trabalho” (Yov, 34,11) –

A resposta ao comportamento do homem vem lá de Cima: ‘medida por medida’. Quando se ofende um judeu, mesmo que seja com a intenção de servir a D’us, e para o bem dele, lá de cima também agem com ele do mesmo modo: portas e portões são trancados diante dele. O oposto também ocorre quando uma pessoa aproxima um judeu. Lá nos céus, abrem-se diante dele as portas e portões celestiais, santuários da Torá e da Avodá aqui em baixo.

Há aspectos do Serviço Divino que a pessoa só deve utilizar para si próprio, e a anulação é um deles. Quanto às outras pessoas, é preciso pensar, antes.

O verdadeiro método é que precisamos estimular e aproximar os outros com amor e carinho, pois a verdade é que toda e qualquer coisa boa que outra pessoa faça e por menor que possa parecer, possui um valor imensurável pelo prisma iluminado e puro da Chassidut.