D'us censurou Aharon e Miriam: "Erraram em comparar Moshê a outros profetas. Era permitido a outros profetas continuarem a manter relações maritais, mas era necessário que Moshê se separasse de sua esposa. Como ousaram falar sobre um homem grande como Moshê, que é Meu servo leal?"
D'us estava irado com Aharon e Miriam, e tratou de puni-los. Antes de fazê-lo, contudo, Ele fez com que a Nuvem da Shechiná se elevasse e partisse de sobre o Tabernáculo. Como para demonstrar que D'us não consegue suportar ver tsadikim sofrendo. Apesar de suas palavras não terem sido proferidas por malícia, mas por preocupação pelo bem-estar de Moshê, e apesar deles não terem falado por trás das costas, mas em sua presença, D'us considerou que Miriam e Aharon eram culpados de lashon hará (maledicência). Ele imediatamente golpeou-os com tsaraat (lepra), a penalidade para maledicência e difamação.
Tanto Aharon quanto Miriam ficaram com tsaraat, mas Aharon apenas por um instante. Logo em seguida, sua tsaraat desapareceu. A de Miriam permaneceu, pois ela é quem começara a falar sobre Moshê. Todavia, Aharon ficou tão angustiado ao ver a pele de sua irmã de um tom leproso-esbranquiçado, que esta mera visão constituía uma grande punição para ele também.
"Por favor, meu mestre," implorou Aharon a Moshê, "não nos culpe, pois pecamos. Nós três nascemos de uma só mãe. Se Miriam ficar leprosa é um golpe tão duro, como se metade de nossa carne estivesse morta."
"Por favor, ore a D'us para que a cure, ou então ela deverá permanecer uma eterna leprosa. Um cohen que é parente de um leproso não pode declará-lo puro. Somos filhos dos mesmos pais, portanto, nunca poderei declará-la pura."
Moshê clamou a D'us que curasse Miriam. Desenhou um pequeno círculo ao redor de si, ficou no centro e implorou a D'us: "D'us, (em Cuja Mão está todo o poder de cura), por favor, cure-a agora! Não deixarei este círculo até que minha irmã esteja curada!"
Manteve sua prece curta, para que zombadores não dissessem: "Vejam Moshê! Para sua irmã ele reza extensamente, mas não para nós!"
D'us respondeu ao pedido de Moshê dizendo que Miriam se recuperaria instantaneamente: "Você acha que é certo que ela seja readmitida imediatamente ao acampamento? Suponha que ela tenha ofendido seu pai e que estamos zangados com ela, não mereceria ser banida de sua presença por uma semana? Miriam não ofendeu seu pai humano, ela Me ofendeu! Ela deve, por conseguinte, ser banida como uma leprosa por duas semanas. Não obstante, ela deve ser isolada apenas por uma semana e então se tornará pura. Mesmo punindo Miriam, Devo conceder-lhe sua honra especial de tsadeket. Uma vez que Aharon, que é seu parente, não pode examiná-la e declará-la pura ou impura, Eu, pessoalmente devo agir como seu cohen. Eu a colocarei em reclusão como leprosa, e Eu a declararei pura."
Deste modo, todos perceberam que a longa estadia em Chatserot era em prol de Miriam.
Miriam foi recompensada na mesma moeda. Em menina, esperou por Moshê à beira do Nilo por cerca de um quarto de hora, até que a filha do Faraó o resgatasse das águas. Em troca, D'us fez com que uma população de mais de dois milhões de almas, incluindo Moshê e Aharon, bem como as Nuvens de Glória e a arca esperassem por ela por sete dias. Isto demonstra que mesmo a menor boa ação que a pessoa realiza é generosamente recompensada.
Após Miriam ter se recuperado da tsaraat um milagre lhe ocorreu.
Quando Miriam foi acometida de tsaraat, ficou fatalmente doente. Mesmo depois que a lepra desapareceu, ainda estava muito doente. Seu marido Calev, com grande auto-sacrifício, nutriu-a até que sua saúde se restabelecesse com alimentos e remédios apropriados.
Quando se recuperou, a felicidade de Calev era imensa, pois abandonara a esperança de que ela quiçá recuperasse plena saúde. Ele realizou uma segunda cerimônia oficial de casamento, como se estivesse se casando com Miriam pela primeira vez. Um milagre ocorreu: Miriam rejuvenesceu e sua face tornou-se resplandecente. Tanto Miriam quanto sua mãe Yocheved mereceram o milagre do rejuvenescimento como recompensa Celeste por terem arriscado suas próprias vidas quando, como parteiras no Egito, desobedeceram as ordens do Faraó para matar as crianças judias ao nascerem.
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