Moshê continuou a ensinar as mitsvot que se aplicam à época em que o povo judeu vive em Erets Yisrael. Nestas, incluem-se mandamentos a respeito da agro-pecuária e cuidado com animais; sobre vestuário, vida familiar e comportamento comunitário.

Moshê também repetiu algumas mitsvot que não eram novas, a fim de explicá-las mais ampla e profundamente. Por exemplo: um judeu não pode vestir shatnez (uma mistura de lã e linho); deve atar tsitsit a uma vestimenta de quatro cantos; e não se pode utilizar pesos e medidas adulterados. Explicaremos agora algumas das novas mitsvot.

Yefat Toar

Durante uma guerra, o exército judaico às vezes captura inimigos e os mantém como reféns. O que acontece se um soldado judeu vê uma mulher cativa e deseja casar-se com ela?

D’us disse: "Se Eu proibir os judeus de se casarem com não judias cativas, alguns soldados podem não conseguir derrotar seu yetzer hará (mau instinto). Eles pecarão, de qualquer maneira. Portanto, permitirei isto; contudo, eles devem observar leis especiais, bastante difíceis. Assim, talvez o soldado mude de idéia."

Que leis são estas? As leis de yefat toar aplicam-se apenas sob a liderança de um rei judeu; atualmente, elas não se aplicam:

1. Quando o soldado judeu levar a yefat toar, a cativa de guerra, à sua casa, ela deve raspar todo o seu cabelo.

Por que D’us ordenou isto? Talvez o soldado tenha se sentido atraído pela sua beleza. Ao raspar seu lindo cabelo, ele poderia não desejá-la mais.

2. Ela deve deixar suas unhas crescerem, para que tenham uma aparência horrível.

3. Ela deve despir-se de suas belas vestimentas.

O soldado agora olharia para ela e se perguntaria: "Como pude sequer pensar em casar-me com ela, em vez de com uma mulher judia? Ela não é tão bela quanto pensei. Estava errado em querê-la! Ele talvez a deixe ir, agora.

Contudo, se ainda a quiser como esposa, ela permanece em sua casa por um mês. Ela deve se preparar para ser uma guiyoret (convertida). Somente após a conversão um judeu poderia casar-se com ela.

Durante esse mês, ela deveria prantear seus pais, os quais estava deixando. O soldado a veria chorando e infeliz. Isto poderia fazê-lo pensar: "Será que eu realmente preciso de uma mulher assim? Afinal de contas, talvez seja melhor não me casar com ela!"

Se ele ainda a quisesse, e ela concordasse em tornar-se judia, o Bêt Din (tribunal) a tornaria guiyoret após um mês. Ela deveria observar todas as mitsvot, e ser tratada como qualquer mulher judia.

No passado, era permitido a um homem ter mais de uma esposa. Se esse soldado já tivesse uma esposa judia, a cativa tornava-se sua segunda esposa. A Torá, através de uma alusão, adverte que ele provavelmente odiará a yefat toar, a cativa de guerra. Como sabemos disto?

Porque o próximo assunto do qual a Torá fala é sobre um marido que tem duas esposas e odeia uma delas. Quando o soldado viu a yefat toar pela primeira vez, ficou cego por sua beleza. Não levou em conta se ela seria ou não uma esposa adequada para si. Uma vez casado, começou a pensar: "Como pude querer essa moça? Ela não é tão fina, delicada e educada como uma esposa judia deve ser!" Ele se lamentaria e se arrependeria de ter se casado com ela, até que, finalmente, começaria a odiá-la.

Se isso acontecesse, ele poderia pensar: "Farei dela uma escrava! Ou talvez a venda como escrava!" Mas a Torá o proíbe de agir assim: "Você a tomou por esposa, agora, deve tratá-la bem!"