Maakê – Construir Cercas em Áreas Perigosas

Moshê ordenou: "Se você se mudar para uma casa com laje ou varanda que utilizará, deve imediatamente construir uma forte cerca protetora que a circunde."

A cerca deve ter no mínimo dez tefachim (80 cm) de altura.

D’us protege os tsadikim de qualquer infortúnio. Não obstante, temos de tomar precauções contra acidentes, pois D’us quer que ajamos de acordo com as leis da natureza, que Ele criou.

Também é proibido que alguém deixe largados em sua propriedade objetos perigosos ou que ofereçam riscos, tais como uma escada quebrada. Esta mitsvá também se refere a qualquer situação perigosa, como piscinas ou escadas altas.

Se alguém ferir-se ou morrer porque um proprietário não tomou as devidas precauções, este é culpado pelo acidente; apesar de que nenhum acidente ocorre acidentalmente", ou seja, sem o consentimento Divino. Não obstante, somos advertidos para não sermos os agentes culpados de algum infortúnio.

Histórias

Nossos Sábios Preocupavam-se com a Segurança

Certa vez, na cidade de Nahardaya, em Bavel, havia um muro instável. Contudo, as pessoas passavam perto dele. Elas asseveravam umas às outras, dizendo: "Este muro está assim há treze anos, e nunca ocorreu nenhum acidente. Provavelmente, é seguro!"

Todavia, dois sábios, Rav e Shemuel recusavam-se a andar rente ao muro. "É perigoso," diziam. Eles sempre se desviavam de seu caminho, para não passar perto do muro.
Um dia, Rav Ahada bar Ahava, que era um grande tsadic, visitou os chachamim (sábios).
Os três saíram juntos, e chegaram perto do muro. Shemuel disse a Rav: "Vamos circundá-lo, como sempre fazemos."

Rav replicou: "Desta vez não será necessário, pois Rav Ahada está conosco. Seu zechut (mérito) é tão grande que tenho certeza de que nenhum mal nos sucederá."

Outro sábio, Rav Huna, estava preocupado com sua adega. As paredes estavam tão vacilantes que ele temia entrar na adega. Mas era uma pena desperdiçar tantos barris de vinho. Se as paredes ruíssem, esmagariam os barris, e o vinho se perderia.

"Como posso retirar o vinho em segurança?" perguntou-se Rav Huna. Então, teve uma idéia: "Sei que as paredes não tombarão enquanto o tsadic Rav Ahada lá permanecer. Vou chamá-lo."

Rav Huna convidou Rav Ahada à sua casa. Eles discorreram sobre assuntos da Torá. Rav Huna e seu convidado adentraram a adega, enquanto continuavam a falar de temas da Torá. Rav Huna fez sinal para que seus criados removessem os barris para fora. Assim que a adega foi evacuada, Rav Huna conduziu seu inocente amigo para fora. Neste instante, as paredes ruíram! Quando Rav Ahada percebeu que foi usado para salvar o vinho de seu anfitrião, ficou aborrecido:

"Você correu um grande risco," reclamou para Rav Huna. "Não sou um tsadic perfeito. Poderíamos ambos termos sido soterrados sob os escombros! Ninguém pode colocar-se numa situação de perigo e então confiar num milagre que o salvará!"

Vemos dessa história que Rav Huna não se considerava um tsadic fora do comum. Era um homem muito humilde, a despeito de sua grandeza. O Talmud nos conta muitas coisas maravilhosas sobre Rav Huna. Em seus últimos anos, sempre que havia uma forte tempestade, costumava percorrer a cidade numa carruagem. Ele inspecionava todas as casas, para verificar quais delas eram seguras. Quando avistava uma parede cujas estruturas estavam abaladas, aconselhava o proprietário a reconstruí-la. Com freqüência, Rav Huna encontrava um pobre cuja choupana era frágil. Caso o pobre lhe dissesse: "Não posso arcar com as despesas de uma reforma." Rav Huna contribuía com seu próprio dinheiro para reconstruir a casa.

Mitsvá Goreret Mitsvá

Dizem nossos sábios: Um pecado leva a outro, uma mitsvá atraí outra.

Como as mitsvot desta parashá estão relacionadas umas às outras?

A parashá começa com o tema da yefat toar. Se um judeu se casar com uma yefat toar, ele terá duas esposas. Elas discutirão, e o marido logo odiará uma delas. A yefat toar provavelmente dará à luz um ben sorer umorê (filho rebelde).

O início da parashá nos mostra como uma averá leva à outra.

Analogamente, mitsvot conduzem a mais mitsvot.

Se alguém cumpre a mitsvá de afugentar o pássaro-mãe de seu ninho, D’us o recompensará com uma casa. Então, ele terá a chance de cumprir a mitsvá de construir uma cerca de proteção (maakê). Em decorrência disto, D’us lhe dará campos, onde cumprirá a mitsvá de kilayim (não semear duas espécies diferentes juntas). D’us, então, lhe concederá animais, com os quais cumprirá a mitsvá de não arar sua plantação usando dois animais diferentes, atrelados juntos.
Como recompensa, D’us lhe dará roupas com as quais poderá agora cumprir a mitsvá de tsitsit. E assim a lista continua.