D’us ordenou a Moshê: "Chegou a hora de punir os midianitas que maldosamente enviaram suas filhas para que Benê Yisrael pecasse. Vá à guerra contra eles. Após está batalha chegará o dia de sua morte."

Por que D’us não ordenou uma guerra contra Moav, também? Não foram os moavim que contrataram Bil’am para amaldiçoar os judeus, e suas filhas também não persuadiram os judeus a pecar?

Há duas razões pelas quais D’us não ordenou uma guerra contra Moav:

1. Os Moavim tinham um motivo para tentarem prejudicar os judeus. Tinham medo que Benê Yisrael roubasse suas riquezas e os expulssassem de seu país. Os midianitas, entretanto, sabiam que Benê Yisrael não viajaria através do país deles. Não estavam em perigo. Fizeram o mal a Benê Yisrael apenas porque os odiavam, sem motivo.

2. D’us previu que certo dia uma tsadeket, mulher sábia, chamada Ruth nasceria em Moav. Ela se tornaria judia e seria a ancestral do Rei David. Por causa dela, D’us ordenou a Moshê que não prejudicasse os moavim.

Moshê tinha ouvido claramente de D’us que morreria tão logo a batalha terminasse. Mesmo assim, começou imediatamente a preparar-se para a guerra.

D’us ordenou: "Não envie o exército inteiro! Apenas 12.000 soldados, mil de cada tribo, deverão atacar Midyan."

Os midianitas eram muito fortes. Por que D’us queria apenas um pequeno exército? Não teria sido melhor enviar centenas de milhares de soldados judeus para combatê-los?

D’us não permitiu que um judeu previamente associado às filhas de Midyan fosse para a guerra. Apenas aqueles que fossem perfeitos tsadikim estavam aptos a lutarem contra os medianitas.

Quando Moshê tentou convocar os soldados ao dever, eles se recusaram a cooperar. Todos os soldados protestaram: "Não quero tomar parte nesta guerra! D’us disse que você morrerá logo depois. Por que deveria ajudar a trazer e apressar sua morte?!"

Todo o Povo de Israel amava Moshê (mesmo aqueles que freqüentemente discutiam com ele). Moshê não sabia o que fazer. D’us ordenou: "Faça um sorteio. Qualquer soldado cujo nome seja sorteado, deve ir para a guerra."

Contra a vontade, os soldados se alinharam para a guerra. Geralmente, os líderes das tribos marchavam à frente de sua própria tribo. Nesta guerra, entretanto, Moshê não chamou os nesi’im para tomar parte. Não queria constranger a tribo de Shimon. Pois seu nassi, Zimri, estava morto. Moshê chamou Pinechas, o filho de El’lazar, e disse-lhe: "Você será o cohen mashuach milchama (o cohen ungido para a guerra) quando lutarmos contra Midyan. Você deu início à mitsvá de Kidush Hashem (santificação do Nome de D’us) por matar Zimri. Agora, complete a mitsvá vingando-se dos midianitas."

Como sempre, antes da batalha começar, os cohanim tocaram as duas trombetas de prata para Moshê.

A guerra

Moshê ordenou a Pinechas: "Quando for para a guerra, leve a arca onde estão colocados os luchot quebrados. [Benê Yisrael possuiam duas arcas: uma continha as tábuas e permanecia no Mishcan. A segunda guardava as tábuas quebradas e era levada para as guerras]. Pegue também o tsits, a faixa sagrada do cohen gadol."

Quando o exército dos judeus aproximou-se de Midyan, os soldados viram um mensageiro se aproximando deles. Era ninguém menos que Bil’am, o mágico.

O malvado soubera que seu conselho perverso tinha causado uma peste entre o povo de Israel. Estava indo a Midyan para exigir de Balac que o pagasse, por ter ocasionado a morte de 24.000 judeus.

Quando Bil’am ouviu que Benê Yisrael estava avançando para Midyan, correu em sua direção para desencorajá-los de atacar.

"Acreditam realmente que seu pequeno exército de 12.000 soldados tem alguma chance de derrotar o forte exército midianita?" zombou ele. "Nem tentem, pois serão todos mortos!"

Os soldados judeus continuaram marchando, indiferentes à zombaria de Bil’am. Pinchas e os generais deram o sinal de atacar. Bil’am percebeu que estava em perigo.