Todo judeu tinha de oferecer o sacrifício pascal no Templo de Jerusalém por ocasião de três festas - Pêssach, Shavuot e Sucot. Pêssach era aquela que reunia o maior número de peregrinos: milhões de judeus vindos de todas as partes. Um mês antes de Pêssach todas as estradas levando a Jerusalém eram reparadas e todos os poços reabastecidos, para que os peregrinos pudessem ter todo o conforto possível. A alegria e o entusiasmo espiritual da população não tinha limites. O clímax acontecia no dia antes de Pêssach, quando a oferenda do cordeiro pascal iniciava-se, ao entardecer. Todos os sacrifícios pascais eram oferecidos durante uma única tarde!

Durante o tempo da oferenda, todos os devotos reunidos, liderados pelos levitas, entoavam salmos de agradecimento. Então os cordeiros pascais eram tostados, pois não era permitido fervê-los. À noite, o grupo familiar que se havia cotizado para trazer uma oferenda pascal, reunia-se em uma casa e celebrava o "sêder" junto, da mesma maneira que fazemos agora, exceto, é claro, que no lugar do "Zêroa" (osso do antebraço) que colocamos na travessa do sêder em lembrança do sacrifício pascal, partilhavam realmente do próprio cordeiro pascal.

Jerusalém era uma cidade jubilosa durante aqueles dias de Pêssach, e muitos não-judeus costumavam se dirigir para lá, vindos de perto e de longe, para testemunhar a maravilhosa celebração de Pêssach.

Nos tempos de hoje, celebrando o sêder no exílio e relembrando aqueles dias gloriosos na nossa pátria, quando o Templo estava em seu total esplendor, exclamamos ao iniciar o sêder:

"Este ano nós estamos aqui, mas que no próximo ano possamos celebrar na Terra de Israel," e concluímos o sêder com as palavras:

"No próximo ano em Jerusalém!"