Há duas montanhas em Êrets Yisrael na vizinhança de Shechem – monte Guerizim e monte Eval. Moshe ordenou que no dia que os judeus entrassem em Êrets Yisrael, sob liderança do seu sucessor, eles deveriam viajar diretamente àquele lugar, para pronunciar as bênçãos e as maldições de D’us da seguinte maneira:
Seis tribos deveriam subir o monte Guerizim: Shim’on, Levi, Yehuda, Yissachar, Yossef e Binyamin. Mais seis no monte Eval: Reuven, Gad, Asher, Zevulun, Dan e Naftali.
O aron Hacodesh (Arca Sagrada), os cohanim e os mais velhos dentre os leviyim deveriam ficar no vale entre as duas montanhas, os cohanim formando um círculo interno em volta do aron e os leviyim formando um círculo externo em volta dos cohanim. Virando seus rostos em direção ao monte Guerizim, os mais velhos entre os leviyim proclamavam a primeira bênção para que as tribos das duas montanhas pudessem ouvir: "Abençoado é o homem que não faz uma imagem esculpida ou fundida." As tribos das duas montanhas deveriam responder: "Amen – que assim seja." Então os mais velhos dentre os leviyim viravam-se para o monte Eval e pronunciavam a primeira maldição: "Amaldiçoado é o homem que faz uma imagem esculpida ou fundida." As tribos das duas montanhas deveriam responder: "Amen – que assim seja."
Os leviyim deveriam continuar a pronunciar alternadamente uma bênção e uma maldição. (Apesar de que a Torá escrita somente declara as maldições, cada maldição era antes formulada positivamente, como uma bênção).
Por que D’us ordenou que os judeus escutassem a bênçãos e maldições no dia que entrassem na Terra Santa?
Este seria um novo pacto, uma nova aceitação da Torá na própria Terra Santa. As duas montanhas serviriam como testemunhas eternas que lembrariam os judeus de sua promessa de cuidar da Torá em Êrets Yisrael.
Os leviyim deveriam amaldiçoar aquele que cometesse um dos onze pecados apontados (e abençoar aqueles que se abstivessem deles). Estes pecados são geralmente cometidos em segredo, portanto não podem ser punidos por uma corte de justiça.
Eles são:
* Abençoado seja o homem que não molda secretamente uma imagem de idolatria! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não despreza seu pai e sua mãe! Amaldiçoado seja aquele que despreza seu pai e sua mãe [um pecado cometido freqüentemente em segredo]!
* Abençoado seja o homem que não move a demarcação de fronteira do seu vizinho [secretamente, para roubar sua terra]! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não induz o cego a errar no seu caminho (que não dá conselhos errôneos para um indivíduo ignorante)! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não perverte o julgamento de um guer (convertido), de um órfão e de uma viúva! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com a mulher do seu pai! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com um animal! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com a sua irmã! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com a sua sogra! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não atinge seu próximo secretamente [falando mal dele]! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que não pega suborno [ou qualquer outro ganho financeiro] para matar um inocente! Amaldiçoado seja aquele que o faz!
* Abençoado seja o homem que cumpre todas as palavras da Torá! Amaldiçoado seja aquele que não o faz!
A última bênção e maldição é abrangente. Moshê abençoou o judeu que aceita a Torá sobre si e amaldiçoou aquele que não o faz. O povo deveria responder "amen" depois de cada bênção ou maldição.
O livro de Yehoshua relata que no dia em que entraram em Êrets Yisrael, os judeus viajaram até os montes Guerizim e Eval e pronunciaram as bênçãos e as maldições assim como a Torá ordenou.
Depois disso, Moshê continuou a pronunciar bênçãos pelo cumprimento da Torá e reprovações pela sua transgressão.
Bênçãos e Advertências
Na Parashá de Bechucotai, no livro de Vayikrá, D’us prometeu bênçãos para Benê Yisrael por cumprirem a Torá e punições – D’us nos livre – por deixá-la.
Moshê estava muito preocupado. Ele temia que depois de sua morte o povo judia trangredisse a Torá! Por isso, pediu a D’us: "Posso dar aos judeus mais bênçãos e advertências?" D’us concordou com o pedido de Moshê. Quando Moshê expressou estas bênçãos e advertências adicionais, o Ruach Hakodesh (Espírito de Profecia) pairou sobre ele. A maioria das punições que ele predisse ocorreram na época da destruição do segundo Bet Hamicdash.
Assim como explicado anteriormente, as bênçãos não são a recompensa final pelo cumprimento da Torá, assim como as maldições não são a punição final pela violação desta. Um pagamento completo pelas mitsvot será dado somente no Mundo Vindouro. Até certo ponto, se o povo judeu cumpre a Torá plenamente, D’us o livra de preocupações materiais e o abençoa com abundância para lhes dar a oportunidade de cumprir mais mitsvot. Por outro lado, se negligenciam a Torá e as mitsvot, D’us os pune com sofrimentos, que limitam suas oportunidades de cumprir mitsvot.
As bênçãos e as maldições, então, indicam para o povo judeu se eles estão ou não seguindo o caminho correto. Se forem afligidos por uma ou mais maldições, eles devem reconhecer que o seu comportamento possuí falhas e devem reparar seus caminhos.
Sucesso
D’us nos promete sucesso em nossos negócios na cidade (pelo mérito das mitsvot que nós cumprimos como moradores urbanos – mitsvot como viver em uma sucá em sucot, afixar mezuzot em nossas portas, e cercar nossos terraços e tetos). Igualmente, nossos campos serão abençoados (pelo mérito do cumprimento das mitsvot associadas à agricultura – dando parte da colheita para os levitas e necessitados).
Ele abençoará nossas crianças, nossa produção e nossos animais.
"Abençoado serás em sua chegada, abençoado serás em sua saída!" Serás abençoado ao entrar na casa de estudos e ao sair para os teus negócios. (D’us promete abençoar o judeu que faz da sua "chegada à casa de estudos" i.e., o estudo da Torá, como o principal objetivo de sua vida.)
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