Os Dez Mandamentos já foram explicados na Parashá Yitrô. Entretanto, como a Torá os repete nesta Parashá, explicaremos novamente.
O Primeiro Mandamento
Anochi - Crê em D’us!
"Eu sou D’us, teu D’us! Sou tanto um D’us de misericórdia, chamado D’us, como um D’us severo, chamado Elokim. Não sou dois deuses distintos! Sou Aquele que faz tudo acontecer. Vocês viram como afoguei os egípcios no Mar Vermelho, e ao mesmo tempo salvei vocês dividindo as águas."
O Segundo Mandamento
Ló Yihyê Lecha - Não Tenhas Outros Deuses!
"Não digas: ‘Servirei a D’us e servirei outros deuses, também. Eles serão Seus ajudantes!’ Deves servir apenas a Mim.
"Não podes fazer uma imagem Minha, mesmo que penses que isto te ajudará a servir-Me melhor."
O Terceiro Mandamento
Ló Tissa - Não Pronuncie o Nome de D’us em Vão!
Este mandamento proíbe jurar falsamente ou sem necessidade em nome de D’us.
D’us punirá todo aquele que diga Seu nome em vão.
Por causa deste mandamento, quando lemos a Torá ou rezamos, chamamos D’us de "Hashem" que significa "O Nome." Chamando-O de D’us , e não A-do-nai mostramos que não usamos o santo Nome de D’us desnecessariamente.
O Quarto Mandamento
Shamor et Yom HaShabat - Santificar o Shabat!
Devemos nos abster de trabalho proibido no Shabat, e também santificá-lo fazendo ou ouvindo kidush e havdalá . É um bom hábito que cada membro da família ajude a preparar o Shabat, e não deixar todas as tarefas para a dona de casa.
Nossos grandes sábios tinham muitos servos a quem podiam dar ordens de deixar tudo pronto para o Shabat. Mesmo assim, costumavam eles mesmos fazer os preparativos para o dia sagrado.
O Midrash nos conta:
Os Chachamim Ajudavam na Preparação para o Shabat
- Rav Chisda cortava os vegetais para a refeição do Shabat.
- Rabá e Rav cortavam madeira.
- Rav Zêra acendia o fogo.
- Rav Nachman arrumava a casa e providenciava a louça de Shabat.
O Quinto Mandamento
Cabed - Honrar Pai e Mãe!
Se um filho honra seu pai e sua mãe, D’us diz: "É como se Eu vivesse entre eles e o filho tivesse honrado a Mim!"Uma das melhores maneiras de o filho honrar os pais é guardar a Torá. Se o filho é um tsadic, isso é um mérito para os pais.
O Sexto Mandamento
Ló Tirtsach - Não Assassinar!
Se o povo judeu não tiver assassinos dentre eles, a sua recompensa será que exércitos inimigos não passarão por Êrets Yisrael. Haverá paz absoluta.
O Sétimo Mandamento
Ló tin’af - Não Cometas Adultério!
D’us deseja que o marido e a esposa sejam fiéis um ao outro. Como recompensa por guardar este mandamento, D’us dará felicidade e alegria ao povo judeu.
O Oitavo Mandamento
Ló Tignov - Não Furtar!
Este mandamento proíbe essencialmente o "roubo" de um ser humano, ou seja, o sequestro. Porém, incluí também todo tipo de roubo e desonestidade. Um judeu deve ser honesto em todos seus negócios. Se o povo judeu não roubar, D’us os recompensará com a vitória sobre seus inimigos.
Uma história:
Mais Esperto que o Ladrão
Um comerciante tinha viajado a outra cidade para adquirir mercadorias. Levou com ele uma bolsa contendo 500 moedas de ouro. Ao chegar a seu destino, encontrou uma estalagem na qual passaria a noite. Mas estava preocupado com o dinheiro, pois poderia ser roubado. Deveria deixá-lo no quarto, ou carregá-lo consigo todo o tempo?
Não conhecia pessoa alguma na cidade, por isso decidiu que o melhor seria esconder as moedas. Cavou um buraco no solo, a um canto do quarto, e lá escondeu a bolsa. Cobriu tudo com terra.
O infeliz viajante não podia imaginar que estava sendo observado. O estalajadeiro, um homem desonesto, assistia suas ações através de um furo na parede, esfregando as mãos satisfeito com a descoberta. Assim que o comerciante saiu, o estalajadeiro cavou e roubou a bolsa.
Pelos dias que se seguiram, o homem de negócios nem ao menos pensou sobre o dinheiro, pois considerava-o a salvo. Quando chegou o dia em que precisou do dinheiro, foi direto ao canto do quarto. Em choque, ficou olhando para o buraco vazio; a bolsa se fora! Esmiuçou o cérebro para tentar lembrar onde poderia estar. Não falara a ninguém sobre o esconderijo; alguém deveria tê-lo vigiado. Após fazer uma completa busca pelo aposento, o mercador descobriu o buraquinho. Percebeu que o hospedeiro deveria tê-lo observado através dele. Agora era necessário um truque bem esperto para conseguir o dinheiro de volta. O que faria?
O comerciante teve uma idéia. Após acalmar-se um pouco, foi em busca do hoteleiro. "Ouvi dizer que é um homem sábio!" disse ele. "Poderia por favor aconselhar-me, pois tenho um problema?"
"Certamente," respondeu o homem, lisonjeado.
O mercador prosseguiu: "Veja só, eu trouxe comigo duas bolsas. Uma contém 500 moedas de ouro, e a outra, 800. Decidi esconder a primeira, mas estou na dúvida sobre o quê fazer com a segunda. Acha que é seguro escondê-la no mesmo local? Ou ao contrário, deveria eu dá-la para alguém na cidade guardá-la?"
"Não a dê a ninguém!" respondeu o albergueiro. "A pessoa pode ser desonesta. É muito arriscado. Sugiro que você o esconda."
Secretamente, o estalajadeiro pensou: "Agora conseguirei a segunda bolsa, também!" "Obrigado pelo bondoso conselho," disse o comerciante. "Preciso sair agora para uma reunião com alguns outros mercadores. Quando voltar, farei da maneira que sugeriu."
Assim que saiu, o hospedeiro pôs a bolsa roubada no esconderijo. "O mercador colocará a segunda bolsa lá também," pensou alegremente. "Logo terei ambas em meu poder."
Mais tarde, o mercador voltou ao seu quarto. O plano teria dado certo? Acharia sua bolsa?
Foi ao esconderijo e, graças a D’us, lá estava o dinheiro! "Bendito seja D’us, que devolveu a propriedade perdida ao seu devido dono!" bradou ele.
Rapidamente deixou a estalagem, para nunca mais voltar.
O Nono Mandamento
Ló Taané - Não Dês Falso Testemunho!
É proibido testemunhar perante um Bêt Din (justiça) sobre um acontecimento que não foi observado pessoalmente pela testemunha. Se alguém testemunhar baseado em relatos de terceiros, mesmo se estiver convencido da integridade do acusado, estará transgredindo este mandamento.
O Décimo Mandamento
Ló Tachmod - Não Desejes Aquilo que Não te Pertence!
Há vários tipos de inveja: você pode estar com inveja porque seu amigo é um tsadic maior que você e aprende mais Torá. "Olhe quantas horas ele estuda. Invejo-o, realmente," talvez diga. Ou pode invejar suas posses materiais: "Seu carro é melhor que o meu! Ele tem dinheiro que jamais terei!"
Algum destes tipos de inveja é permitido?
Sim, o primeiro é. Você pode invejar as conquistas espirituais de outra pessoa, mas não suas posses mundanas.
Por que somos geralmente invejosos das coisas que os outros possuem?
O yêtser hará (má inclinação) é astuto e deseja que pensemos que os objetos dos outros são melhores que os nossos.Para que possamos cumprir a mitsvá de "Não cobice!" devemos crer que D’us dá a cada pessoa o que é melhor para ela.
Se temos que ser invejosos, que o sejamos das maiores conquistas alheias da Torá. Isto nos fará tentar aprender com mais empenho e a cumprir mais mitsvot nos refinando.
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