As leis de Shemitá expressam conceitos fundamentais da Torá:
1. Observando-as reconhecemos que não possuímos a Terra.
D'us ordenou: "Descanse no sétimo ano para que saiba que Minha é a Terra."
2. Durante a Shemitá, o fazendeiro é forçado a virar-se diretamente ao Todo-Poderoso e implorar-Lhe que provenha seu sustento, pois está proibido de trabalhar para prover a si mesmo de alimentos. Desta feita, chega a compreender que mesmo nos outros seis anos nos quais é permitido trabalhar, ele ceifa apenas por causa da Providência do Todo-Poderoso, e não como resultado de sua própria labuta.
O judeu não deve tornar-se auto-confiante e pensar que sua prosperidade é resultado do trabalho de suas próprias mãos. Ele deve estar cônscio de dois pontos:
- A fertilidade da terra e prosperidade da colheita são determinadas por fatores além de seu controle como as chuvas, calor ou geada, e assim por diante. D'us pode enviar animais selvagens, insetos, ou outros agentes prejudiciais para destruir a produção inteira, se Ele assim o desejar.
- Não só isso, como o próprio crescimento da planta não é resultado automático de ter sido semeada. Nada consegue crescer, brotar, desenvolver-se, ou sequer existir sem a Vontade do Todo-Poderoso. Se Ele retirar Sua Vontade de Conceder Vida de algo no universo, nem que seja por um instante, cessaria de existir.
O tipo de profissão escolhido pela pessoa não lhe garante uma vida de prosperidade ou pobreza. D'us despeja riquezas sobre cada indivíduo conforme Ele julga adequado. Portanto, cada um deve implorar-Lhe, a Quem é o Mestre de todas as riquezas que lhe conceda sustento.
A lição de Shemitá aplica-se não somente ao fazendeiro judeu, mas igualmente ao lojista, industrial, vendedor, profissional liberal e operário.
Em qualquer estágio de sua carreira ele pode sucumbir ao equívoco de que é seu trabalho ou esforços que asseguram-lhe o sustento. Tampouco seu negócio, nem sua indústria ou empregador são seus "fornecedores de sustento." Há apenas Um Que é o encarregado, e somente Ele determina se alguém terá sucesso em seus esforços ou não. Não importa quão desesperadamente um homem luta para ser bem sucedido em seus negócios, seus planos serão sabotados e darão em nada, se assim for decretado no Céu. Por outro lado, se o decreto Celestial for que deva prosperar, um esforço mínimo garantirá o mesmo resultado.
3. O Todo-Poderoso pretende que o ano seja de inatividade do trabalho, a fim de que os agricultores possam dedicar-se ao estudo da Torá. Da mesma forma que Ele proibiu que trabalhássemos em Shabat a fim de dedicarmos este dia, assim Ele destinou cada sétimo ano a ser uma época de incremento nos estudos da Torá.
A Torá nos conta as conseqüências acarretadas por um judeu que falha em observar Shemitá:
D'us disse: "Eu te ordeno a trabalhar seis anos e permitir à Terra descansar no sétimo, porém tu a privas de seu devido descanso. Portanto, serás exilado, e ela então será recompensada de todos os anos de descanso dos quais a privaste." (Vayicrá 26:43).
Hoje em Dia Também Observamos Shemitá?
Apesar da destruição do Templo Sagrado, todas as leis acima mencionadas também vigoram atualmente na Terra de Israel.
Os proprietários de terras em Israel devem cumprir a mitsvá de Shemitá. Podem regar as plantas o suficiente apenas para que não ressequem. Os que guardam o ano de Shemitá sabem que não terão entradas durante um ano, por não trabalharem em seus campos; porém são heróis que confiam em D'us.
Os produtos de Shemitá não podem ser vendidos comercialmente, por causa de sua santidade; nem mesmo após o ano de Shemitá, uma vez que são sagrados para sempre. De acordo com muitos rabinos esses não podem sequer ser exportados para países fora de Israel.
Consumidores de produtos importados de Israel devem certificar-se de que não estão comprando nada que tenha crescido em anos de Shemitá. Produtos frescos de Israel geralmente chegam ao exterior durante o ano de Shemitá, e no seguinte. Enlatados fabricados em Shemitá permanecem no mercado ainda por muitos anos.
Os judeus que vivem na diáspora também podem participar da mitsvá de Shemitá doando dinheiro a um fundo especial de auxilio aos agricultores que guardam Shemitá.
O Midrash compara os judeus que se abstém de trabalhar a terra durante Shemitá aos anjos. Sua confiança em D'us eleva-os tanto que parecem mais anjos que seres humanos.
Nossos Sábios ensinam: "Mashiach virá ao final de um ano de Shemitá". Os que observam o ano de Shemitá como se deve contribuem para a chegada de Mashiach.
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