Esse artigo faz parte de uma série com foco nas preces das mulheres ao longo dos tempos e o que podemos aprender com elas sobre o impacto da tefilá.


A prece é potente, poderosa. E uma oração do fundo do coração é especialmente poderosa. Houve uma mulher em particular que mudou seu destino não uma, mas duas vezes, provocando um milagre notável. Essa mulher era nossa matriarca, Lea.

Rezando por um Marido

Como filha mais velha de Laban , Lea estava destinada a se casar com Esav , o filho mais velho de Yitschac. Sua irmã mais jovem, Rachel, estava destinada a se casar com o irmão mais novo, Yaacov. Mas Lea não suportou isso. Ela não conseguia imaginar a vida de casada com um homem perverso, idólatra e imoral. Então ela rezou como se sua vida dependesse disso. Na verdade, o versículo afirma: “Os olhos de Lea eram ternos”. 1 Rashi explica que seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Ela chorou e rezou a D'us para mudar o seu destino, e sua prece foi aceita. Ela não apenas não se casou com Esav, mas casou-se com Yaacov antes mesmo de sua irmã.

Rezando por uma Filha

O que mais ela atingiu com suas preces? Quando Lea descobriu que estava esperando um menino, ela fez um cálculo mental. Ela sabia que seu marido, Yaacov, teria 12 filhos, progenitores das 12 tribos de Israel . Lea já tinha seis filhos. Se ela desse à luz um menino, seriam sete de Lea. Cada uma das servas tinha dois meninos, o que significaria que Rachel ficaria com apenas um. E então Lea rezou para D’us e milagrosamente, o feto se transformou de menino em menina! Ela chamou sua filha de Diná , da palavra hebraica din , ou “julgamento”. 2 Ela julgou a si mesma, declarando que queria que o feto masculino fosse uma mulher e, de fato, ela conseguiu exatamente isso.

O Pensamento Leva à Introspecção

Você já se perguntou por que Lea merecia ter mais filhos do que Rachel? O versículo diz: “E o Senhor viu que Lea era odiada, então Ele abriu seu ventre; mas Rachel era estéril.” 3 De uma perspectiva espiritual, Lea não era apenas a pessoa Lea, mas “Lea o conceito espiritual”. E entender por que a fonte espiritual de Lea tem mais filhos nos dá uma visão não apenas sobre o que rezar, mas como rezar.

De acordo com os ensinamentos do Chassidismo , a fonte espiritual de Lea era de um nível oculto de Divindade -(alma de'itkasya), correspondendo ao pensamento, que está oculto. A fonte espiritual de Rachel, por outro lado, era de um nível mais revelado de Divindade -(alma de'itgalya), correspondendo à fala, que é revelada. 4

Adivinha qual as pessoas preferem? A maioria de nós prefere sentar e conversar do que se esforçar para pensar conscientemente. É preciso mais esforço para contemplar, meditar e realmente se engajar no pensamento como uma disciplina.

E, no entanto, o pensamento consciente é necessário para poder rezar com sentimento. Uma vez que nossos sentimentos nascem apenas através do pensamento, se quisermos ser capazes de rezar com amor e reverência a D'us, então temos que pensar Nele. Em vez de permitir que nossos pensamentos sejam trens na pista, a oração é um momento para contemplar a grandeza de D'us e toda a bondade que Ele nos concedeu. E é Lea, em sua fonte espiritual, pensando em D'us, que leva a “filhos” espirituais: emoções de amor e paixão por D'us.

Em uma era de distrações e falta de foco, a oração é um momento para sintonizar e focar em nossa verdadeira realidade. E não apenas podemos gerar emoções de amor e reverência a D'us, mas também podemos rezar por milagres. Como Lea.

Nota da Alma: É preciso esforço para se concentrar na oração e dedicar tempo para pensar em D'us, mas é isso que leva a um verdadeiro relacionamento emocional com D'us.

Inspirado por Derech Mitzvotecha 30a e Teshurá 15 de Tamuz 5777, pág. 81.