Outra explicação para o costume difundido de se permanecer despertos e estudar Torá durante toda noite no primeiro dia de Shavuot é a tradição de que, no dia no qual os judeus receberam a Torá, dormiram até um horário avançado da manhã, a tal ponto que Moshê teve que despertá-los para que chegassem Har Sinai para recebê-la.

Para consertar esse desvio – a aparente falta de expectativa e preparação adequada para a entrega da Torá – costuma-se passar toda a noite em claro, ocupando-se do estudo da Torá, demonstrando a nossa vontade e o nosso desejo de recebê-la, justamente quando a sua luz se manifesta com a maior intensidade – em Shavuot.

No início, esse era um costume apenas dos justos e piedosos mais elevados. No entanto, estudar toda a noite sem interrupção transformou-se em um costume e prática aceita e difundida entre todas as camadas da população. Nos dizeres dos rabinos cabalistas místicos aparecem recomendações para que não nos ocupemos nesta noite com assuntos vãos ou conversas fúteis, quanto mais maledicências ou intrigas.