L’Chaim 1425 4 Sivan, 5776 – 10 de junho 2016
O Midrash ensina que os judeus receberam a Torá depois que ofereceram as futuras gerações como garantias.
Recentemente todos os nossos filhos vieram nos visitar, com todos os nossos netos. Estava repleto de gente, caótico, muito divertido e bastante revelador.
As interações inter-geracionais, e as interações intra-geracionais, são muito importantes. Em muitas maneiras, provêm reforço à família nuclear (pais e filhos). Obviamente, essas reuniões familiares estão se tornando cada vez mais raras em nossa sociedade móvel, cada vez mais fracionada, especialmente aqueles onde a dinâmica continua positiva, co contrario dos argumentos quase vazios, tensões e discórdias que ocorrem, cura para as feridas do passado e rivalidades mal resolvidas.
E nossa era digital é uma espada de dois gumes, por um lado contribuindo com as facções, distância e falta de comunicação, superficial, e por outro lado nos permitindo manter contato de maneira muito mais íntima e imediata do que era antes. O imediatismo do e-mail ou texto, ou os visuais do FaceTime ou Skype, etc., permitem que nos comuniquemos, fazermos parte da vida dos outros, desafiar a distância e as distrações em maneiras nunca antes imaginadas.
Obviamente, não sou o primeiro a fazer essas observações, mas seu poder e pungência me abalaram profundamente durante a visita deles, enquanto eu observava e interagia com meus filhos, agora crescidos, e especialmente meus netos, mesmo enquanto eu lutava com problemas da minha saúde e seu impacto sobre o meu futuro.
Face à inevitável incerteza de nossos futuros, os filhos, e especialmente os netos, nos transmitem não apenas esperança, não apenas uma sensação de continuidade, mas uma garantia de que nossas vidas têm valor, significado e substância. Não fomos apenas um parceiro na criação, mas revelamos alguma coisa do Eterno. De geração em geração isso nos inclui numa comunidade mais ampla, nos transforma em partes integrantes de um todo maior.
Se brincamos com nossos netos, ou os vemos brincar uns com os outros – na verdade se somos tios e tias, ou até os primos, que fazem parte e ampliam uma família – e enquanto observamos à próxima geração interagindo com sua própria próxima geração, participamos de uma continuidade que enfatiza nossos momentos e amplia nossas almas. Descobrimos um enraizamento espiritual em nossos encontros físicos, elevando a rotação mundana de um brinquedo ou a leitura de um livro numa experiência quase sagrada, como as elevações místicas que surgem com as repetições da prece.
Passar por tudo isso é o simples júbilo de estar – estar ali e estar junto. E à medida que eles adquirem competência, nós, também, recuperamos a nossa, sentindo-nos renovados, por assim dizer, com suas alegres descobertas.
Nós os encontramos brevemente e com pouca frequência, e mesmo quando mantemos contato, interesse e envolvimento, ansiamos por uma presença prolongada.
Porém cada momento é uma bênção, e enquanto nós, a geração mais velha, batalhamos com nossos próprios conflitos interiores, nossas próprias aflições, nossos próprios (ainda) vindouros, é um conforto ter não apenas a conexão, mas o relacionamento com filhos e netos. Um presente do Todo Poderoso, nós os abençoamos, porém ainda mais, eles nãos abençoam.
L’Chaim 1425 – 4 Sivan, 5776 – 10 de junho, 2016
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