É notável o papel decisivo das mulheres judias em cada evento importante da nossa história.
Lag Baomer, marca a sobrevivência dos discípulos do Rabi Akiva (século I e.C.), após uma praga que dizimou os seus alunos. Estes mesmos alunos, junto com seu mestre, avivaram e perpetuaram a continuidade da Torá Oral. Entre estes foi Rabi Shimon bar Yochai, autor do Zohar e elo vital na transmissão da luz interior da Torá, a Cabalá.
O Talmud declara que estes discípulos resguardaram a Torá naquela época.
Ao conhecermos mais sobre a vida do Rabi Akiva, podemos compreender o quão significativa foi a influência feminina neste período crítico da história judaica. O Talmud nos relata sobre as circunstâncias familiares deste grande sábio e destaca que atrás de sua subida de pobre e ignorante pastor à fileira dos maiores eruditos do nosso povo, estava uma mulher, sua fiel e corajosa esposa Rachel.
Rachel, filha de um dos homens mais influentes daquele tempo, sentiu o grande potencial do simples rapaz que trabalhava para seu pai e manifestou sua vontade de casar com ele, com a condição que ele fosse estudar a Torá. Ele iniciou o seu estudo com quarenta anos de idade e progrediu rapidamente até se tornar o ilustre Rabi Akiva que todos conhecemos. O casal passou por muitas privações, mas Rachel enfrentou tudo com perseverança e equanimidade e até vendeu os seus lindos cabelos para poder sustentá-los.
Rabi Akiva reconheceu publicamente a grandeza de sua esposa quando disse aos seus alunos: “Tudo que eu aprendi e tudo que vocês aprenderam, devemos a ela.”
Isto significa que a estrutura inteira da Torá Oral, a própria base da existência do nosso povo e o nosso modo de viver, é na verdade atribuída a uma mulher judia! A mensagem na prática desta história é que todas as mulheres têm tremendo potencial com consequências de grande alcance que afetam não somente a sua vida pessoal e a do seu marido e filhos, mas também toda a nação judaica.
Estamos nos aproximando da festa de Shavuot e ao analisarmos os acontecimentos que precederam a outorga da Torá há 3316 anos, revelamos como, de fato, este papel fundamental da mulher na perpetuação da Torá, foi traçado por D’us desde o nascimento do nosso povo. Ao pedir que Moshê preparasse a jovem nação Israelita para o recebimento de Sua dádiva preciosa - a Torá, o Todo Poderoso ordenou: “Assim falarás à casa de Yaacov e dirás aos filhos de lsrael.” (Shemot 19:3) Nossos sábios explicam (Mechilta) que a casa de Yaacov refere-se às mulheres judias e os filhos de Israel aos homens e que Moshê Rabeinu teria de falar primeiramente com as mulheres.
Entre as explicações dadas para este fato é que a continuidade da nossa herança legada por D’us e a preservação de sua santidade depende do grau da compreensão e compromisso da mulher. Por isso era fundamental assegurar a participação feminina. Quando a mulher compreende e se compromete, quando ela se envolve e se dedica, ela se torna a fonte da força e inspiração para o marido e para a família e o verdadeiro alicerce que sustenta o lar judaico.
A mulher foi dotada com vastos recursos interiores. Como descobri-los?
Hoje, mais do que nunca, é vital que cada mulher judia estude a Torá, tanto a sua dimensão mística para deixar desabrochar o seu inato amor e reverência a D’us e outras emoções espirituais, quanto às leis e conceitos necessários para poder observar as mitsvot que ela é requisitada a cumprir. Estas abrangem um currículo amplo e variado, incluindo as leis intricadas de Shabat, Cashrut, Taharat Hamishpachá (Pureza familiar), todos os outros preceitos não contingentes de horários fixos e basicamente todas as mitsvot proibitivas.
Em verdade, muitos rabinos estudiosos seriam felizes se conseguissem completar no seu estudo da Torá, tudo que as mulheres tem direito e obrigação de saber.
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