Moshê pretendia advertir todas as futuras gerações em geral, e reprovar especificamente sua própria geração pelo pecado do bezerro de ouro.
Moshê os repreendeu: "Quando vocês construíram o bezerro de ouro, corromperam a si mesmos; não prejudicaram a D’us. Anteriormente, Ele os chamara de "Seus filhos", mas depois do pecado Ele me disse: ‘Teu povo se tornou corrupto.’ Vocês não agiram como filhos com um pai quando proclamaram: ‘estes são teus deuses, Yisrael.’"
Do início da canção até o quinto verso, quando Moshê os repreendeu pelo pecado do bezerro de ouro, há quarenta palavras. Isso sugere que quarenta dias após a Outorga da Torá os judeus construíram o bezerro, e D’us então disse a Moshê: ‘Teu povo se tornou corrupto."
Moshê continuou a admoestar o povo:
"Vocês acham que fazem mal a D’us quando pecam? Prejudicam a si mesmos, pois se afastam do seu Pai Celestial.
"Vocês são um povo baixo! Quando cruzaram o mar Vermelho, D’us o partiu em doze partes para todas as tribos atravessarem. Depois Ele lhes deu o ouro e a prata dos egípcios afogados. Ele protegeu vocês dos seus inimigos, e das cobras e escorpiões durante quarenta anos no deserto. Porém, ao cruzar o Mar Vermelho vocês abrigaram um ídolo entre vocês: um de vocês, Micha, fez uma imagem que carregou consigo.
Esta imagem os acompanhou também através do deserto.
"Até os melhores de vocês pecaram após cruzar o Yam Suf; deixaram de se ocupar com a Torá em Refidim. Portanto, vocês não são um povo sábio!
D’us não age como um Pai quando vocês O obedecem? E mesmo quando são desobedientes, Ele ainda é seu Amo, que os adquiriu como servos (ao redimi-los do Egito). Portanto, vocês estão comprometidos ao Seu serviço.
"D’us os escolheu entra todas as nações do mundo e os estabeleceu firmemente. Ele os tornou uma nação com seus próprios cohanim, profetas e reis."
Uma enumeração das benesses de D’us ao povo judeu:
"Lembrem-se dos dias de antanho, considerem os anos de muitas gerações passadas, e verão como D’us mesmo então preparou o futuro papel do povo judeu.
"Se não podem entender isso, peçam aos eruditos de Torá e aos anciãos do Sanhedrin, e eles lhes dirão.
"Depois do Dilúvio, quando a humanidade se rebelou contra D’us , Ele poderia ter aniquilado a todos, como fez com a geração do Dilúvio. Em vez disso, Ele os dispersou, poupando-os da destruição pelo mérito do povo judeu, que descenderia de Shaim.
"Ele dividiu aquela geração em setenta nações, que são iguais em número aos membros da família de Yaacov, que desceria ao Egito. (Isso simboliza o amor de D’us pelo povo judeu. Ele os tem como queridos, assim como todas as setenta nações.
Muito antes do surgimento do povo judeu, D’us designou a Terra de Canaã como sua futura herança. Nesse ínterim, Ele deu a Terra de Canaã e seus onze filhos, que mais tarde a entregariam aos descendentes das doze tribos. D’us então reorganizou a história pelo mérito de Yaacov, o escolhido dos antepassados.
"’Yaacov era como o terceiro fio de uma corda. Quando entremeado com os outros dois, assegurava que a corda jamais romperia. Assim, quando os méritos de Yaacov foram acrescentado àqueles dos antepassados, Avraham e Yitschac, a estava criado o alicerce inquebrantável do povo judeu.
"’D’us escolheu o povo judeu como Seu quinhão.’"
Moshê continuou a relatar os atos de bondade de D’us para com o povo judeu:
"Ele proveu suas necessidades no deserto; Ele lhes deu água do Poço de Miriam, fez o maná descer do Céu, e providenciou para que suas roupas não se gastassem.
"Num local desolado, esquecido – onde perambulam criaturas destrutivas – Ele protegeu os judeus com sete Nuvens de Glória, ensinou-lhes Torá, e considerou-os como a menina de Seus olhos.
"Ele cuidou deles como a águia, rei das aves, cuida de seus filhotes."
Todos estes versículos relatando a bondade de D’us para com o povo judeu estão escritos no singular: "D’us proveu por ele na terra do deserto; Ele o guardou; Ele abre Suas asas sobre ele." Isso implica que D’us tratava cada judeu dessa maneira.
Além disso, a Torá emprega o tempo futuro ("Ele proverá por ele; Ele o guardará") para indicar que no futuro D’us fará milagres semelhantes àqueles ocorridos após o Êxodo. Moshê profetizou os atos de bondade de D’us para com Erets Yisrael:
"Ele os deixará repousar nas cidades de Erets Yisrael. Ele os alimentará com os deliciosos produtos da Terra (que têm sabor mais delicioso que os frutos de qualquer outro país) e Ele lhes dará mel para sugar das frutas crescendo sobre as rochas, e azeite de suas azeitonas e plantas que crescem na rocha nua. (Os frutos que amadurecem nas encostas rochosas das montanhas são mais doces que as frutas do vale, porque estão expostos ao sol abundante.)
"Manteiga do rebanho e leite das ovelhas, com gordura dos cordeiros cevados, e carneiros da raça de Bashan (que são muito gordos) e com cabras D’us os alimentará."
Estas previsões se concretizaram durante o reinado de Shelomô e reis subseqüentes. Moshê continuou: "Prevejo profeticamente que se os judeus guardarem fielmente as mitsvot da Torá, suas espigas de trigo crescerão até o tamanho do rim de um boi, e o vinho tinto a fluir de uma única uva encherá um copo inteiro."
De fato, quando Shlomtzion foi rainha e seu irmão Shimon ben Shetach era o líder espiritual de Klal Yisrael, as espigas do trigo cresceram até o tamanho de rins. Os Sábios as preservaram para mostrar às futuras gerações como D’us abençoa a nação por guardar a Torá.
O Castigo
"Suas más ações foram reveladas perante Ele, e grande foi a ira com a qual Seus filhos e filhas O enfureceram."
Filhas são mencionadas especificamente aqui, pois antes da destruição do Primeiro Bet Hamicdash, muitas mulheres incitavam os maridos à idolatria.
"E Ele disse: ‘Removerei deles Minha shechiná e mostrarei a eles o seu fim; quão inúteis os seus ídolos provarão ser!
"Pois eles são uma geração perversa; eles mudaram as palavras do D’us vivo, e portanto eles converteram Minha boa vontade em ira.
"Eles são filhos nos quais não há fé. Eles estiveram no Har Sinai e proclamaram:
‘Faremos e ouviremos’, e quarenta dias depois fizeram um bezerro de ouro. Construíram um Bet Hamicdash, e Eu não pretendia exilá-los de sua Terra. Mas eles foram desleais; portanto, Eu também mudei Meus planos e os exilei.
Eles acenderam minha fúria com ídolos que não são deuses; eles Me provocaram com suas vaidades. Eu os enfurecerei, midá-keneged-midá, colocando contra eles nações que não são como gente, mas são inferiores e desprezíveis como animais."
A Destruição que D’us Pensou em Trazer Sobre o Povo Judeu e Por Que Ele Desistiu
D’us proclamou: "Segundo o Atributo da Justiça, Eu deveria ter abandonado o povo judeu a um eterno exílio, para desaparecer completamente entre as nações gentias.
Desisti de fazê-lo, para que o inimigo não se orgulhasse: ‘Nossa força castigou nossos adversários – não foi um decreto de D’us’"
Os gentios atribuiriam a morte do povo judeu ao poder de seus deuses e assim o Grande Nome de D’us seria profanado.
Moshê previu que depois que o exílio expiasse os pecados do povo judeu, o exílio terminaria e D’us punirá as nações por perseguirem os judeus . "Depois que D’us sujeitar os judeus a todos estes sofrimentos, a ponto de os tsadikim dentre eles ficarem oprimidos e abandonados, Ele terá pena deles.
"Ele reprovará Seu povo: ‘Onde estão os deuses que vocês serviram, a ‘rocha’ na qual vocês colocaram sua confiança? Deixem que os ídolos a quem vocês ofereceram sacrifícios e oferendas de bebidas se ergam para ajudar e proteger vocês!
"’Vocês verão agora pela redenção que Eu estou trazendo que Eu era, Eu sou e Eu serei, e não há deuses além de Mim. Com Minha palavra eu mato neste mundo, e reviverei os mortos no futuro. Eu puni o povo judeu, e Eu os curarei ao final dos dias.
Ninguém salvará o exército de Gog das Minhas mãos, quando eles vierem para fazer guerra.’"
O verso "Eu mato e faço vivos" (32:39), é uma promessa explícita na Torá Escrita de que D’us ressuscitará os mortos.
Moshê continuou a profetizar em nome de D’us : "Pois Eu levanto Minha mão ao céu e juro, tão certo quanto Eu vivo para sempre, que afiarei a lâmina de Minha espada, julgarei com rigor e punirei Meus adversários que afligirem os judeus, e retribuirei àqueles que Me odeiam por terem oprimido o povo judeu."
D’us diz: "Eu vivo para sempre, e portanto tenho tempo suficiente para me vingar."
"Farei Minhas flechas embebidas com o sangue dos inimigos e Minha espada devorará sua carne pelo sangue judeu que eles derramaram e pelos judeus que escravizaram. Eu os punirei por eles mesmos e pelos crimes de seus ancestrais.
"Quando D’us finalmente vingar o sangue de seus servos, o povo judeu, as nações gentias começarão a entoar louvores a Benê Yisrael. ‘Veja esta nação que se apegou a D’us durante todas as provações do exílio, e não O abandonou! Eles sempre cofiaram em Sua bondade e grandeza! Por fim, Ele vingou o mal cometido contra eles.’
D’us fará vingança não apenas por assassinato, mas também por atos de roubo e violência cometidos contra Seu povo. Ele os aplacará e consolará por todo o seu sofrimento, e a partir daí a Terra será também aplacada."
O acima constitui uma promessa inequívoca de futura Redenção, pois na época da reconstrução do Segundo Bet Hamicdash as nações gentias não louvaram os judeus, mas ao contrário, zombaram deles. D’us também não vingou o sangue derramado dos judeus ou aplacou Seu povo.
A primeira parte da shira – a respeito do pecado, dispersão e castigo de Benê Yisrael – foi cumprida exatamente como a Torá previu. Agora esperamos a futura Redenção, quando D’us cumprirá as últimas promessas
Moshê e Yehoshua ensinam a canção de Ha’azinu a Benê Yisrael. Moshê explica a Benê Yisrael que tudo na Torá é significativo
Tanto Moshê quanto Yehoshua ensinaram a canção Ha’azinu ao povo. Yehoshua o fez no Shabat, o último dia de vida de Moshê, na presença de seu mestre, para que mais tarde o povo não pudesse alegar: "Enquanto seu professor estava vivo, você não ousava falar!"
Embora Yehoshua agora tivesse sido oficialmente designado como sucessor de Moshê, ele não ficou arrogante. Permaneceu humilde e justo como quando ascendeu àquela honra. Para indicar isso, a Torá o chama pelo seu nome original, "Hoshaia" (32:44).
Moshê explicou aos judeus: "Para entender a Torá, vocês devem aplicar a mente, olhos e ouvidos. Nada na Torá é vazio ou insignificante. Se vocês deixarem de entender o significado, é porque não se esforçaram o suficiente. Além disso, o estudo de Torá jamais deixa de produzir recompensa, pois garante a vocês vida longa na Terra aonde D’us os está levando (e vocês não serão exilados).
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