Moshê continuou a enumerar os pecados de Benê Yisrael. Estas transgressões foram cometidas após a Outorga da Torá, e por isso, tiveram um enorme peso. Benê Yisrael deveria saber disso.
Foi este o discurso de Moshê: "Após a Outorga da Torá, permaneci no Monte Sinai por quarenta dias e noites, sem comida ou bebida. Finalmente, D’us deu-me duas maravilhosas luchot (Tábuas) feitas de safira. Elas continham os Dez Mandamentos.
"Mas D’us deu-me também notícias chocantes. ‘Desça rapidamente!’ ordenou Ele. ‘O povo que você trouxe do Egito cometeu um pecado terrível. Enquanto esteve fora, fizeram uma imagem de um bezerro de ouro. Devo destruí-los. Farei de você então, Moshê, uma grande nação!’
"Quando ouvi estas palavras, disse: ‘Sei que Tu amas teus filhos. Na verdade, não deseja destruí-los."
"Na segunda vez em que estive no céu, D’us disse: ‘Você, Moshê, quebrou as luchot. Não desejo que as futuras gerações o culpem por não as terem recebido. Por isso, as escreverei novamente. Porém, devido ao pecado que cometeram, Benê Yisrael não merece mais as luchot feitas por Mim. Moshê, você deve entalhá-las. Gravarei então as palavras nas luchot.’
"Perguntei: Onde conseguirei a pedra para as luchot?"
"D’us mostrou-me uma mina repleta de safira sob Seu Trono Celestial de Glória. Disse-me: ‘Pegue a pedra de safira e corte as luchot exatamente do mesmo tamanho que as primeiras. Pode ficar com os pedaços que sobrarem do bloco de safira. Você merece ser rico! Quando o povo estava atarefado reunindo ouro e prata em yetzias Mitsrayim, você se preocupou aapenas em encontrar o caixão de Yossef e em levá-lo consigo.’"
D’us queria que Moshê fosse rico para que as pessoas lhe respeitassem e escutassem, honrando-o.
D’us prometeu: ‘Escreverei os Dez Mandamentos sobre as luchot que você entalhou. Coloque as luchot no aron.’
"Construí um aron (Isto foi antes de ser construído o Mishcan. Betzalel mais tarde fez um outro aron).
"Eu trouxe as Segundas Tábuas em Yom Kipur. Disse-lhe que D’us os perdoou pelo pecado do Bezerro de Ouro, e coloquei as luchot no aron."
"Embora tenham pecado, D’us ainda os ama. Sua única exigência é: temam-No."
O que isto significa, sempre temer a D’us?
Compare seu comportamento quando você está sozinho e quando está com outras pessoas. Você age da mesma forma? Você reza da mesma maneira quando está sozinho e quando está com outros? Recita uma berachá da mesma maneira quando ninguém está ouvindo e quando há alguém por perto?
É difícil estar sempre consciente da presença de D’us. Por que? Porque não O vemos, então fica fácil esquecê-lo ou fingir que Ele não está presente. As pessoas nos parecem mais reais que D’us porque as vemos com nossos próprios olhos.
Como cumprimos a mitsvá de "temer D’us?" Devemos estudar sefarim que mostram como estamos sempre nas mãos de D’us. Se não fosse por Ele, não estaríamos vivendo, respirando, falando, ou nos movendo. Devemos também entender que D’us sabe de todas nossas ações, e conhece até nossos pensamentos.
Nossos sábios ensinam: "Há um olho que vê e um ouvido que escuta, e todos seus atos são anotados em um livro. (Pirkê Avot 2:1)."
Imagine que você viaja a um país onde o governo vigia os estrangeiros. Embora você não veja a polícia, sabe que está sendo espionado o tempo todo. Gravadores secretos foram instalados em seu quarto de hotel. Uma câmera oculta registra tudo que você faz. Parece assustador?
D’us deseja que nos lembremos que Ele está sempre nos vigiando. Isto nos ajudará a agir de maneira correta todo o tempo.
Se você vir um cão raivoso ou um homem com uma arma correndo em sua direção, entrará certamente em pânico. Imediatamente, seu coração começa a bater desenfreado; talvez seus joelhos tremam. Você fica aterrorizado. Ninguém precisa ensiná-lo a ter medo. Por outro lado, se ouvir algo do tipo: "Rosh Hashaná está chegando; D’us decidirá se você deve viver ou morrer," seus joelhos não começam a tremer. Você não entra em pânico. Você tem que meditar profundamente sobre isso, antes de começar a sentir-se assustado.
Agora você pode entender porque é tão difícil aprender como temer D’us.
Devemos treinar nossa mente a fazê-lo. Moshê nos ensinou que é uma das mitsvot mais importantes da Torá. D’us não nos criou com um medo instintivo d’Ele. Ele deseja que nos esforcemos para cumprir este preceito fundamental, e desta forma seremos merecedores de Suas bênçãos.
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