A Torá exortou cada indivíduo a aceitar D’us como o Único Mestre, a amá-Lo, estudar Sua Torá e cumprir as mitsvot de tefilin e mezuzá.

Dessa vez,(11:13-21) Moshê insiste com toda a comunidade a aceitar todas as mitsvot de D’us. Ele prometeu recompensa pela fiel observância das mitsvot e ameaçou com castigos, em caso de transgressão.

A Torá exorta cada indivíduo a aceitar D’us da melhor maneira que sua capacidade o permitir. Entretanto, a seção onde D’us promete recompensa sobrenatural (chuva e prosperidade) pelo cumprimento das mitsvot, e punição (seca e exílio) por seu abandono, está escrito no plural, implicando que estas sanções universais e benefícios são conferidos somente em resposta às ações da maioria (Ramban).

Comentaristas explicam que realmente ocorrem algumas formas no singular no Shemá para indicar que, mesmo dentro da comunidade em geral, D’us confere justiça individual. "Se servirem a D’us com toda sua alma e coração, Eu farei minha parte," diz D’us.

"Dar-lhes-ei a chuva em sua Terra nas estações apropriadas, a chuva de outono em Marcheshvan e a chuva da primavera em Nissan, para que sua produção cresça e vocês colham cereal, vinho e azeite."

Por isso, o versículo declara: "Eu mesmo dar-lhes-ei chuva, se cumprirem Minhas mitsvot."

D’us não confia permanentemente as chaves aos três assuntos vitais aos anjos, mas as mantém com Ele mesmo.


  1. A chave da chuva (subsistência)
  2. Procriação
  3. Techias hamaisim.

Chôfets Chaim explica: Se um anjo fosse escolhido para designar aos seres humanos sua parnassa (meio de subsistência), e percebesse aqueles que não servem a D’us apropriadamente, poderia subseqüentemente tirar-lhes o sustento, ou pelo menos boa parte dele. Como resultado, centenas de milhares de pessoas morreriam todos os dias. O próprio D’us, portanto, é a fonte de toda misericórdia e sustenta todas as criaturas, mesmo as que não são merecedoras.

Similarmente, um anjo condenaria à morte grande número de mulheres dando à luz, porém D’us é paciente e concede perdão. D’us Ele próprio trás cada criança, neshamá, ao mundo, trazendo mais luz e felicidade ao mundo.

Finalmente, se um anjo tivesse que determinar quem deveria erguer-se em techiat hamaitim (ressurreição dos mortos), ele excluiria grande parte dos judeus que não estudaram Torá. D’us, entretanto, decidirá por Si mesmo, e em Sua misericórdia achará mérito para estes judeus; Ele poderá considerá-los dignos de techiat hamaisim porque sustentaram eruditos a fim de que não interrompessem seu estudo de Torá.

A Torá é tão difícil de ser adquirida quanto o ouro, e tão fácil de se perder quanto o vidro, que se quebra caso não seja tratado cuidadosamente.

Assim como a pessoa é cuidadosa para não perder seu dinheiro, da mesma forma deve tomar cuidado para não perder a Torá que estudou (negligenciando as repetições).
Com que freqüência a pessoa deve revisar aquilo que aprendeu?

Nossos sábios ensinaram que: "Aquele que revisou seu aprendizado 101 vezes vale incomparavelmente mais que aquele que o fez apenas 100."

101 vezes não é, porém, o número máximo: não há limite para a revisão.

Certa vez o Sha’agas Aryeh (contemporâneo do Vilna Gaon) pediu que lhe fosse preparada um refeição festiva. "Qual é a ocasião?" perguntaram-lhe. E ele respondeu: "Acabei de completar o Talmud Bavli pela milésima vez."