Kreplach é o nome Yidish para os tradicionais pedaços triangulares de massa recheados com carne moída ou frango, semelhantes à pasteizinhos. Alguns fervem na água com sal ou direto na sopa de frango; outros fritam e servem como um prato separado.

Há três ocasiões no ano em que alguns têm a tradição de comer kreplach: durante a refeição na véspera de Yom Kipur; em Hoshana Rabá; e em Purim.

Dias de Julgamento

Cada uma dessas ocasiões é considerada um dia de julgamento no calendário judaico. Em Yom Kipur, D'us nos julga com relação ao próximo ano. Em Hoshana Rabá, os livros de julgamento estão finalmente selados. Na festa de Purim a nação judaica foi julgada e saiu vitoriosa contra o perverso Haman, que queria aniquilar nosso povo.1 Embora estes sejam dias de severidade e julgamento, definitivamente é uma época de aproveitar a oportunidade para misericórdia e Divina.

A carne é um alimento que pode sustentar os humanos, mas ao mesmo tempo tira a vida dos animais. Como tal, de acordo com a Cabalá, a carne representa o atributo divino de força e severidade (Guevurá), que pode ocultar a presença de D'us. Pão e massa, por outro lado, sustentam a vida neste planeta sem destruir nenhuma criatura. Assim, esses alimentos representam e são um símbolo do atributo divino da bondade (Chessed) em sua forma mais pura.

Nesses dias, quando o julgamento é mais direto, é considerado adequado comer kreplach - carne coberta com massa. A carne, significando a severidade no julgamento, quando coberta por massa branca (uma forma de pão), simbolizando compaixão e misericórdia, é uma manifestação física de nossas maiores esperanças e preces para que D'us em Sua misericórdia abrangente também revestirá Sua força com compaixão e ignorará nossos traços negativos. A comida em si nos lembra de adicionar uma reza específica neste dia para que a bondade suavize e adoce quaisquer julgamentos severos que possam estar reservados para nós.2

Uma Lição

A vida tem seus altos e baixos, e o mundo ao nosso redor está em crise. Frequentemente, podemos ver na vida mais “carne”, julgamento, do que “pão”, compaixão. Isso torna mais fácil sermos críticos em vez de compassivos.

É um esforço válido tentar envolver nossos próprios julgamentos com compaixão, promovendo assim mais paz e tranquilidade em nosso mundo pessoal. Por sua vez, que D'us infunda Sua compaixão sobre nós, mesmo que não sejamos considerados merecedores.

Veja: Receita de Kreplach