Na correria e no alvoroço da vida, é fácil ficar preso por detalhes e se espantar vendo como o tempo passa tão rápido. Mas uma das coisas mais belas do mês de Elul é usar conscientemente o tempo para reflexão, introspecção e preparação antes dos “Dias de Reverência” entre Rosh Hashaná e Yom Kipur.

Uma importante ação a realizar durante Elul é ter mezuzot e tefilin checados. Fazer isso significa contratar um sofer (“escriba”) certificado, experiente, especialista em STaM: Sefer Torá, tefilin e mezuzá.

O escriba Rabi Yosef Yitzchak (“Fitz”) Rabin explica que “segundo a letra da lei, os tefilin não precisam ser checados a menos que surja uma questão externa, e as mezuzot somente precisam ser checadas duas vezes em sete anos. Mas uma pessoa proativa e diligente deveria ter seus tefilin e mezuzot checados anualmente durante o mês de Elul.”

“Com a mitsvá da mezuzá,” diz o escriba Rabi Yitzchok Raskin, “a intenção é primeiro e antes de mais nada cumprir a mitsvá de afixar mezuzot casher nas portas e portões da casa. Além disso, há um benefício extra para a família: a proteção Divina para o lar, seus bens e para as pessoas que moram ali enquanto estão dentro ou fora de casa.”

‘Uma Enorme Responsabilidade’

Rabin usa essa analogia: “Para sustentar a vida, não se adquire comida de brinquedo em uma cozinha de uma criança. Vamos ao supermercado para comprar.

Comida de brinquedo é para a o alimento verdadeiro, real, o mesmo que uma mezuzá vazia ou um rolo de papel, ou rolo fotocopiado, é para o verdadeiro rolo da mezuzá.” Cumprir a mitsvá significa entender que o estojo é apenas um ornamento.

Rabino Yosef Rabin (fto: Ira Berger)
Rabino Yosef Rabin (fto: Ira Berger)

“A pessoa deve ter uma mezuzá adequada escrita por um sofer certificado, que é diligente, responsável, cuidadoso, informado e temente a D'us,” diz Rabin. “É uma enorme responsabilidade, especialmente porque a mitsvá eleva o físico ao mundo espiritual.”

Raskin oferece este conselho: “Há muitos escribas e lojas. Não presuma que a mezuzá comprada com um estojo ou de uma loja é casher. Conheça o escriba e sua reputação antes de comprar seus tefilin e mezuzot.”

No Shemá, é declarado que para cumprir a mitsvá da mezuzá, um rolo deve ser escrito à mão. Mas isso não é suficiente. Para uma mezuzá ser casher, um escriba deve saber e colocar em prática mais de 700 leis envolvidas com sua escrita. Essas incluem detalhes como a atenção e preparação pessoal do sofer, a pena, a tinta preta e pergaminho usado, e como cada letra deve ser desenhada.

Rabino Yitzchok Raskin
Rabino Yitzchok Raskin

O pergaminho usado deve ser totalmente processado de um animal casher. Quase sempre é de uma vaca, mas a pele de carneiro ou de cabra também podem ser usadas. Rabin explica que o sofer deveria imergir regularmente em um micvê, rezar pelo sucesso em seu trabalho e declarar verbalmente sua intenção antes de escrever. No decorrer de todo o processo, ele deve ser plenamente conhecedor das palavras sagradas que está escrevendo; não pode haver distrações. Na verdade, alguns usam tampões no ouvido para afastar ruídos externos.

Mezuzot, porém, especialmente aquelas afixadas no lado exterior de uma casa, estão sujeitas a todos os tipos de clima, como umidade, chuva, temperaturas extremas e sol – e todos estes fatores podem terminar causando quebras no pergaminho ou alterar as letras causando um rompimento ou desbotamento da tinta. Essas questões com frequência impactam se uma mezuza permanece ou não realmente casher.

“Para um judeu”, diz Rabin, “Torá e mitsvot são o que nos ajuda a estabelecer a nossa conexão com D'us. Elas nos dão vitalidade e significado à vida. Tefilin e mezuzot são uma parte importante disso, e como qualquer relacionamento que a pessoa preza, dá a ele sua melhor atenção.”

Neste pergaminho, o sofer, escriba, colocou a perna da letra “Dalet” distante da esquerda, fazendo com que parecesse um “zayin” tornando o pergaminho impróprio para uso.
Neste pergaminho, o sofer, escriba, colocou a perna da letra “Dalet” distante da esquerda, fazendo com que parecesse um “zayin” tornando o pergaminho impróprio para uso.
Nesse pergaminho está faltando o “tagim” ornamental acima da letra “ayin”.
Nesse pergaminho está faltando o “tagim” ornamental acima da letra “ayin”.