Shavuot está chegando e, a não ser por um milagre médico, estaremos comemorando em casa ... de novo!

Como membro da equipe do site Chabad.org/AsktheRabbi e como escritor da equipe editorial, enquanto nossa nação se preparava para celebrar várias festas sozinha, temos respondido a perguntas difíceis de idosos isolados, famílias em dificuldades e muitas outras.

Mas o objetivo era simples: ajudar o maior número possível de pessoas a celebrar o mais normalmente possível. E com criatividade, força, fé e compaixão, nós, o povo judeu, passamos com êxito todas elas. Apreciamos nossa matsá, bebemos nosso vinho e colocamos um sentimento extra em nossos desejos de comemorar o próximo ano em Jerusalém.

Claro que sentimos falta de ir à sinagoga diariamente, mas sabíamos que poderíamos celebrar Pessach em casa, por que que lugar melhor existe para celebrar Pessach do que um lar judaico?

Mas Shavuot é uma história diferente.

O Rebe, Rabino Menachem M. Schneerson, de abençoada memória - incentivou todos os judeus, desde recém-nascidos a idosos, a estarem presentes durante as preces na primeira manhã de Shavuot, quando revivemos a experiência de escutar a leitura dos Dez Mandamentos. E a leitura da Torá só pode ocorrer se você tiver a) um rolo da Torá e b) um mynian, quorum de 10 homens judeus adultos, nenhum dos quais eu convenientemente terei na minha sala de estar.

Então, o que será de Shavuot sem a leitura da Torá? Será como Yom Kipur sem um par de sapatos sem couro ou uma festa de aniversário sem bolo?

Mais do que Pessach e mais do que o Lag BaOmer, pensei em Shavuot com semanas de antecedência. Como eu mesmo comemoraria e o que deveria escrever para nossos leitores em todo o mundo se perguntando como comemorar Shavuot?

Após consultar uma autoridade rabínica de nossa comunidade, eu estava pronto para escrever nosso guia sobre a celebração de Shavuot em casa, incluindo a diretiva de que cada um de nós deve ler os Dez Mandamentos (de fato, no Chumash) tentando recriar a experiência na sinagoga da melhor maneira possível.

Mas eu ainda não estava satisfeito. Como é possível que não iremos para a sinagoga em Shavuot?

Então me lembrei de uma das lições centrais da festa, quando celebramos a dramática união do Céu e da Terra e como D’us se comunicava diretamente com a nação judaica.

Onde D'us escolheu conduzir esse evento histórico vital? Nem no Monte do Templo em Jerusalém, nem na cidade de Hebron repleta de significado espiritual e histórico, e nem mesmo em um grande centro populacional.

Ele escolheu uma montanha anônima no deserto varrido pela areia. Por quê?

O Midrash faz exatamente essa pergunta. Observando que a entrega da Torá foi acompanhada por chamas de fogo e um dilúvio de água, os sábios explicam que a Torá foi dada em um lugar onde todos são livres para vagar, acompanhados de coisas que estão disponíveis, gratuitamente, para qualquer pessoa em qualquer lugar. A lição, explicam eles, é que a Torá não é domínio de um grupo de elite, limitado a qualquer conjunto de circunstâncias. Pelo contrário, é igualmente acessível a todos que a desejam, onde quer que estejam.

E esta é a lição que tomo para mim.

Minha casa não possui assentos ou outros aparatos associados a uma sinagoga, mas minha casa é o Monte Sinai, e é nesse local que estarei celebrando esse Shavuot.