1 – Rambam é Estudado Diariamente por Judeus no Mundo Inteiro

Rabi Moshe Ben Maimon (1135-1204)1, conhecido no mundo judaico pelo acrônimo “Rambam” e pelo mundo em geral como Maimônides, é uma das figuras mais importantes na história da erudição da Torá. Sua obra magna é a Mishnê Torá, uma codificação sistemática da lei judaica.

O Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, chamou para uma adição revolucionária aos estudos básicos do povo judeu no mundo inteiro. Ele insistiu para que todo judeu estude uma porção da Mishnê Torá diariamente – uma sugestão que desde então tem sido realizada por pessoas no mundo inteiro.

Leia: Mishnê Torá do Rambam

2 – É o Único Livro a Abranger Toda a Lei Judaica

Na totalidade da literatura da Torá que segue a Bíblia, não há uma única obra que abranja a totalidade da lei judaica. A única exceção é a Mishnê Torá de Rambam.

O Rambam foi o primeiro a indexar o corpo inteiro da Lei Oral e compilar numa forma lógica e sistemática. Ele até mesmo incluiu leis que somente serão relevantes na Era Messiânica, como o Ano Jubileu e o serviço no Templo. Até hoje, a Mishnê Torá continua sendo a única obra desse nível.

Ao seguir o ciclo diário de Rambam, todo indivíduo tem a capacidade de estudar o corpo inteiro da lei judaica, uma meta fora do alcance para a maioria.

3 – Ele Contribui para a Unidade Judaica

O Rebe explicava que um dos principais elementos no estudo da Mishnê Torá é a unificação do Judaísmo. Quando todos estudam o mesmo material no mesmo dia, seu aprendizado é unificado ao redor dos continentes, e assim atinge uma unidade composta do pleno sopro da Torá estudada por todo o povo judeu. Além disso, quando pessoas diferentes estudam o mesmo tópico, elas irão discutir e debatê-lo, aproximando-as umas das outras.

4 – Há Três Programas Alternativos

O Rebe sugeriu três programas possíveis de estudos para se encaixar com as circunstâncias e capacidades de todo judeu, seja homem, mulher ou criança:

  1. Aqueles capazes de seguir uma escala de três capítulos por dia, o que completa a Mishnê Torá em pouco menos de um ano.
  2. Para aqueles incapazes de estudar três capítulos todo dia, o Rebe sugeriu um esquema paralelo num passo mais modesto de um capítulo por dia, o que demora cerca de três anos.
  3. Para aqueles que acham isso também difícil, o Rebe instituiu um terceiro programa. Imitando o regime de três capítulos por dia estudando diariamente sobre os mesmos mandamentos sendo estudados aqui em detalhe, esse explora o Sefer Hamitsvot de Rambam, significativamente mais curto (“Livro dos Mandamentos”), concluindo todas as 613 mitsvot a cada ano.

5 – A Mishnê Tora possui Quatorze Partes

A Mishnê Torá é dividida em quatorze livros, cada um subdividido em numerosas seções, capítulos e leis.

Segue a lista dos quatorze livros e seu conteúdo:

  1. Sefer Madda, o Livro do Amor de D'us. Mandamentos que são fritos frequentemente, para que possamos sempre amar a D'us e lembrar Dele constantemente, como recitar o Shemá, prece, tefilin, bênçãos e circuncisão.
  2. Sefer Ahavá, o Livro do Amor de D'us. Mandamentos que são fritos frequentemente, para que possamos sempre amar a D'us e lembrar Dele constantemente, como recitar o Shemá, prece, tefilin, bênçãos e circuncisão.
  3. Sefer Zemanim, o Livro dos Tempos. Mandamentos que são fetos em tempos fixos do ano, como Shabat e as festas.
  4. Sefer Nashim, o Livro das Mulheres. Leis associadas com relações conjugais, como casamento e divórcio.
  5. Sefer Kedushá, o Livro da Santidade. Leis de relações proibidas e alimentos proibidos, com os quais D'us santificou o povo judeu e os separou das nações.
  6. Sefer Hafla’á, o Livro das Promessas. Leis relativas a promessas e votos.
  7. Sefer Zeraim, o Livro das Sementes. Leis relativas à agricultura, como o ano sabático e dízimos.
  8. Sefer Avodá, o Livro do Serviço. Leis relativas a sacrifícios do indivíduo.
  9. Sefer Corbanot, o Livro dos Sacrifícios Leis relativas a sacrifícios do indivíduo.
  10. Sefer Tahará, o Livro da Pureza Ritual. Leis relativas a pureza e impureza ritual.
  11. Sefer Nezikim, o Livro das Injúrias. Leis associadas com relações civis nas quais há injúria seja à propriedade ou à pessoa.
  12. Sefer Kinyan, o Livro da Aquisição. Leis relativas a vendas e compras.
  13. Sefer Mishpatim, o Livro dos Julgamentos. Leis associadas com outras relações civis que não envolvem injúria, como depósitos, débitos, alegações e negativas.
  14. Sefer Shoftim, o Livro dos Juízes. Leis delegadas ao tribunal judaico, como administrar punição e receber testemunho, e leis relativas ao rei e suas guerras. Inclui também as leis de Mashiach e a Era Messiânica.

6 – Um ciclo que se renova a cada ano

O Rebe iniciou e incentivou o estudo diário do Rambam na primavera de 1984. O Rambam desde então tem sido estudado por homens, mulheres e crianças ao longo do espectro de observância judaica. Os participantes comemoram o estudo do Sefer HaMitsvot do Rambam a cada ano, celebrando sua conclusão e recomeço do estudo.

7 – Conclusão do Ciclo Celebrado Anualmente

Todo ano, celebrações especiais de siyum (compleição) ocorrem, reconhecendo e celebrando a conquista daqueles que estudaram durante o ano passado. Eventos Siyum HaRambam ocorrem anualmente em numerosas locações ao redor do globo.

O Rebe fazia a compleição anual com exposições minuciosas sobre o capítulo final da obra do Rambam, conectando-a com o primeiro capítulo.

8 – Celebrações em Tiberíades, Fez e Cairo

Dentre os numerosos locais onde as celebrações são feitas, deve-se fazer menção especial sobre aqueles lugares associados com o próprio Rambam. Em Israel, grandes eventos públicos são realizados anualmente no local de repouso do Rambam em Tiberíades. Celebrações também são feitas em Fez, Marrocos, onde o Rambam morou após escapar com sua família da Espanha, bem como no Cairo, Egito, onde ele escreveu a obra.

9 – Tem Três Nomes

O Rambam chamou sua obra de Mishnê Torá (lit., segundo para a Torá,” ou “estudo da Torá [inteira].” Em sua introdução ao livro, ele explica a razão para esse nome: “Uma pessoa poderá estudar a Lei Escrita e então estudar esse texto e compreender com ele a Lei Oral inteira, sem necessidade de estudar qualquer outro texto entre eles.”

A obra também é mencionada como o Yad HaChazacá (lit., “A Mão Forte”, ecoando as palavras de Shemot 6:1). É chamada assim porque a palavra hebraica para mão, yad, é numericamente equivalente a 4, o número de livros na Mishnê Torá.

O método mais comum de se referir ao livro é simplesmente como “o Rambam”, o nome do seu autor. A própria palavra Rambam é um acrônimo (em hebraico) para Rabi Moshê Ben Maimon, Moses filho de Maimon.

10 – É a Única Obra em Hebraico do Rambam

O Rambam escreveu muitas outras obras, as mais famosas seu Comentário sobre a Mishná, Sefer Hamitsvot, e Morê Nevuchim (Guia para os Perplexos). Porém, todos os outros trabalhos foram escritos originalmente em judeu arábico (o idioma das massas na Península Ibérica e Norte da África, onde o Rambam morou), e foram traduzidas por outros para o hebraico e outros idiomas. A Mishnê Torá é a única obra do Rambam que ele próprio escreveu em hebraico.

11 – Centenas de Comentários Foram Escritos Sobre Ela

Centenas de comentaristas elucidaram o texto da Mishnê Torá, começando com os contemporâneos de Rambam (alguns dos quais escreveram comentários críticos para desaprovar algumas das suas regras.) Na verdade, comentários sobre Mishnê Torá continuam a ser escritos até hoje, revelando as intermináveis profundezas de suas palavras.

12 – Incorpora Filosofia, Saúde e Astronomia e Muito Mais

A obra do Rambam abrange uma vasta gama de tópicos, além daquilo que alguém poderia presumir se relacionar com a lei judaica. A primeira seção da Mishnê Torá apresenta as bases da filosofia e da crença judaicas, como a unidade de D'us e a liberdade de escolha. Há um capítulo com orientação sobre manter um estilo de vida saudável, ensinando que todas as nossas ações deveriam ser permeadas com santidade e Divindade. O Rambam também explica com profundidade os cálculos astronômicos usados para determinar a aparência da lua nova, que serve como base para o calendário judaico.

Leia mais: Conselhos Práticos do Rambam

13 – Conclui Com as Leis de Mashiach

Entre as distinções da Mishnê Torá é que conclui com dois capítulos descrevendo a personalidade de Mashiach, sua vinda, e como será a vida após sua chegada.

O Rambam conclui o capítulo final com essas palavras:

“Naquela era, não haverá fome nem guerra, inveja nem competição, pois o bem vai fluir em abundância e todos os deleites estarão livremente disponíveis como o pó. A ocupação do mundo inteiro será somente conhecer a D'us. Portanto, os judeus serão grandes sábios e conhecerão as questões ocultas, entendendo o conhecimento de seu Criador segundo a plena extensão do potencial humano, conforme declara Yeshayahu 11:9: ‘O mundo ficará repleto com o conhecimento de D'us como as águas cobrem o leito do oceano.’”