Pergunta:

Por que é necessário sabermos a data do “Ano Novo das Árvores”?

Resposta:

O primeiro dia do mês de Shevat é o Ano Novo das Árvores segundo a Casa de Shamai. A Casa de Hillel diz que é em 15 de Shevat (Talmud, Rosh Hashaná 2 a)

O calendário hebraico é estabelecido segundo um ciclo de sete anos. O sétimo ano é conhecido como ano de Shemitá, durante o qual a terra é deixada em descanso e nenhum trabalho é feito nos campos. No primeiro, segundo, quarto e quinto anos do ciclo de seus anos, os fazendeiros têm de separar o “primeiro dízimo” (maasser rishon) para a tribo Levita, e o “segundo dízimo” (maasser sheini) é levado a Jerusalém para ser comido. No terceiro e sexto anos, “dízimo para os pobres” (maasser ani) é dado em vez do segundo dízimo.

Os dízimos devem ser dados dos frutos que crescem na árvore a cada ano. Não se pode dar da produção do ano corrente para outro ano. Para propósitos do dízimo das árvores, o ano novo é calculado a partir do tempo em que os frutos das árvores começam a brotar.

Tu B’Shevat é a data da colheita entre um ano e o seguinte. No ano após o ano Shemitá, os frutos que brotaram antes de Tu B’Shevat pertencem ao primeiro ano do ciclo, e os frutos que nascem após Tu B’Shevat pertencem ao segundo ano do ciclo.


Lição

Pergunta:

A Torá declara “O homem é como a árvore do campo” (Devarim 20:19). O povo judeu com frequência tem sido comparado a diferentes árvores. Que lição o homem pode aprender com as árvores?

Resposta:

As árvores nos ensinam o seguinte:
Uma árvore é plantada primeiro colocando-se uma semente no solo. Depois, é necessário regar e retirar as ervas daninhas. Em todo e cada judeu, D'us plantou uma semente Divina – sua alma. É obrigação do homem regá-la com estudo de Torá e protegê-la arrancando as más influências.

Uma árvore sadia continua a crescer constantemente. Um judeu sadio deve crescer continuamente no sentido espiritual. Isso é obtido através do estudo de Torá e cumprindo seus preceitos.

Para garantir que uma árvore jovem continuará se desenvolvendo ereta, é amarrada a dois apoios, um de cada lado. Para assegurar que uma criança crescerá corretamente e com toda sua beleza, os pais devem sempre estar ao seu lado dedicando seu tempo mais precioso em seus cuidados, educá-la, amá-la e supervisioná-la continuamente.

A força da árvore depende de estar bem enraizada no solo. A raiz do judeu é sua crença.
A beleza de uma árvore é o fruto que produz. Mitsvot e boas ações são os frutos do homem.


Shamai e Hillel

Pergunta:

Qual é a base da disputa entre a Casa de Shamai e a Casa de Hillel sobre a data do Ano Novo das Árvores?

Resposta:

A Mishná (Rosh Hashaná 16a) declara que na Festa de Sucot (celebrada em 15 de Tishrei), o mundo é julgado no que diz respeito à água. Isso não contradiz a opinião do Talmud de que em Rosh Hashaná – i.e., 1º de Tishrei – o mundo inteiro é julgado, porque o julgamento de Rosh Hashaná é o julgamento geral que somente cria o potencial para a água ser dada. A determinação prática detalhada sobre a água ocorre em Sucot.

Segundo o Talmud Jerusalém (Rosh Hashaná 1:2), o significado do Ano Novo das Árvores é que até então todas as árvores vivem com a água do ano anterior. Após o primeiro dia do mês de Shevat as árvores extraem sua fonte de vida da água do novo ano. Assim, o efeito da nova água ocorre quatro meses após o período de julgamento.

Então, a disputa entre as escolas de Shamai e Hillel dizem respeito ao significado do potencial (b’koach) e o real (b’poel). A Casa de Shamai é da opinião de que o potencial é de importância fundamental. Consequentemente, segundo Shamai, como em potencial o julgamento da água ocorreu no primeiro dia do mês de Tishrei, quatro meses depois celebramos o Ano Novo das Árvores, quando o potencial começa para elas extraírem nutrição das águas que foram incluídas no julgamento do mundo inteiro quatro meses atrás.

No entanto, segundo a Casa de Hille, é dada prioridade àquilo que é real. Assim a decisão real sobre a água ocorre em 15 de Tishrei. Portanto, quatro meses depois, em 15 de Shevat, as árvores começam a viver com as novas águas.