Por Tor@Mail

A Parashá desta semana, Haazinu, é uma canção de D’us para encorajar os judeus a se santificarem, e se tornarem uma nação construtiva para a qual foram criados e não se tornarem egoístas. Ela precede e nos prepara para Yom Kipur, o dia do Perdão e a Festa da Alegria: ‘Sucot’. Aqui está uma história que interliga esses assuntos.

O Rabino Meir Friman, de abençoada memória, de Kfar Chabad – Israel, era um grande estudioso e um verdadeiro servo de Hashem. Ele podia rezar por horas sem fim e seu conhecimento de assuntos espirituais era fenomenal. Mas isso era imperceptível num dia normal.

Ele sempre tinha um sorriso no seu rosto, uma piada para contar e um ensinamento positivo para aliviar a carga de qualquer um. Somente quando ele abria um livro para dar uma aula de Talmud ou Chassidut poderia se perceber o quanto era elevado.

Além de tudo, ele era um homem de ação. Quando uma das escolas de Torá de Kfar Chabad faliu, ele hipotecou sua casa, emprestou o valor para uso da administração da escola e pagou o aluguel pelo resto de sua vida.

O ano era 1973, Yom Kipur. As sinagogas do mundo inteiro estavam lotadas de judeus rezando e pedindo a D’us misericórdia para toda a humanidade, quando de repente estourou a guerra covarde do Egito e Síria contra Israel. Um jipe do exército israelense veio cantando pneu até parar na frente da Sinagoga onde o Rabino Friman estava derramando seu coração para o Criador do Universo. Um oficial apareceu na porta, chamou seu nome junto com o de outros chassidim, os acomodou no jipe e os levou embora.

A situação era pior do que podiam imaginar. O governo incompetente de Israel (assim como hoje) literalmente permitiu aos inimigos atacarem e avançarem por linhas de defesa totalmente despreparadas e sem munição no Norte e no Sul - sem nenhuma resistência.

Centenas, talvez milhares de soldados foram mortos sem nenhuma luta, e a única barreira entre os assassinos invasores e Tel Aviv era... nada. O inimigo se aproximava e a situação era trágica. Mas os judeus tinham duas armas secretas que os árabes não levaram em conta. A primeira era D’us; os árabes simplesmente pararam de repente, sem aparentemente nenhum motivo! Se eles tivessem continuado poderiam ter declarado vitória em questão de poucas horas, mas não o fizeram. Pararam inexplicavelmente!

Alguns dizem que, por causa de seu avanço tão rápido e fácil, acharam que era algum truque e emboscada dos israelenses - então pararam para verificar. Outros dizem que seus tanques avançaram tão rápido e longe que tiveram que parar para esperar a infantaria alcançá-los.

Mas a verdade é que D’us pessoalmente os parou! Um milagre revelado. E a segunda arma secreta era a alegria judaica; provida pelo Rabino Meir Friman e chabadniks como ele no fronte de guerra. O atraso incompreensível do inimigo deu chance ao exército israelense de se reagrupar, enterrar seus mortos e preparar linhas de defesa, mas mesmo assim ainda parecia terrível. Não havia uma liderança, nenhum plano e quase nenhuma esperança.

Mas quando Sucot chegou, Reb Meir, na divisão de tanques que conseguiu furar a linha inimiga no Suez, não tinha onde fazer uma sucá, mas de algum modo, no segundo dia de Sucot, um amigo chassid lhe trouxe as Quatro Espécies sobre as quais se faz uma bênção cumprindo uma das mitsvot de Sucot. Uma ideia ousada lhe passou pela cabeça.

Ele convenceria seu comandante, um israelense radicalmente ateu, a cumprir esse mandamento, assim como todo o batalhão! Ele deixou seu Lulav no tanque, e foi até o tanque de seu comandante a pouco mais de cem metros à sua frente e bateu na tampa de seu tanque.

A cabeça do comandante despontou na abertura de seu tanque e gritou. “O que aconteceu?! Por que você não está no seu tanque?!?!”

“Hoje é Sucot.” Friman respondeu.

“E aí? Que diferença faz que é Sucot? Você está maluco?? Você quer ser morto?! O que você está fazendo aqui? VOLTE PARA O ....”

“Não senhor,” ele respondeu polidamente com um sorriso no rosto. “Hoje é Sucot e queria que o senhor pegasse o Lulav e o Etrog e os sacudisse! É uma mitsvá! E gostaria que o senhor trouxesse também todos os companheiros.”

O comandante percebeu que Reb Friman não estava brincando e sabia o que estava fazendo. Era judaísmo, a única chance de restaurar a moral e o espírito da tropa.

“Venha!” Falou Reb Meir “Por que ficar tão triste? Não se pode ganhar uma guerra se você está triste! Temos que estar felizes! Afinal de contas hoje é SUCOT! Venceremos a guerra!!!”

O comandante então gritou para os companheiros atrás dele. “Todos aqueles que quiserem me seguir, venham fazer a benção do Lulav no tanque do Reb Meir!”

Em poucos minutos eles estavam reunidos em volta do Reb Meir se revezando na colocação da kipá e sacudindo o Lulav depois de pronunciar a benção.

De repente um barulho estridente e ensurdecedor passou por cima de suas cabeças seguido de uma explosão que jogou todos na areia. Eles cobriram suas cabeças com suas armas e as explosões continuaram. Todos olharam na direção do barulho e viram uma cena estarrecedora. O tanque do comandante tinha sido explodido com um morteiro e estava em chamas. Sua munição ainda estava explodindo. Um míssil egípcio destruiu o tanque onde eles estariam alguns minutos atrás.

Todos se levantaram, brancos de pavor como a neve! O comandante foi o primeiro a se recuperar do choque. “Você nos salvou Meir! Seu lulav nos salvou!”
E então abraçou fortemente Reb Meir e pegou o Lulav dele! “De agora em diante eu estarei encarregado do Lulav! Todos que quiserem fazer a brachá venham até mim TODOS OS DIAS!

E então começaram a dançar uma música chassidica animada.

Um judeu para sentir a felicidade profunda em sua vida deve realizar a vontade Divina conectando-se com D’us.

O propósito da canção Haazinu é justamente sentir que D’us se preocupa conosco, nos protege, nos circunda e quer que vivamos felizes, conectados com nossa essência que emana em todos os momentos de nosso Criador.