Há um famoso ditado que afirma: “A história se repete”. Isso significa que aquilo que aconteceu uma vez, acontece mais e mais vezes, e há uma grande sabedoria nesse dito, pois se você sabe o que aconteceu, e como, pode preparar-se para isso.

Vejamos como isso funciona em conexão com Shavuot.

Shavuot, como todos sabemos, foi quando a Torá nos foi outorgada no Monte Sinai. Essa é a “história” de Shavuot. Ela se repete? Se você for ao deserto do Sinai para encontrar o Monte Sinai – isso não será fácil, pois atualmente ninguém sabe com certeza qual montanha é o Monte Sinai. Mas suponha que você pudesse estar lá no sexto dia de Sivan (o 1o dia de Shavuot) – poderia ter o mesmo tipo de Revelação que ocorreu há mais de três mil e trezentos anos?

Não creio que você iria ver ou ouvir alguma coisa ali. Sabe por quê? Porque você teria de ser muito elevado para conseguir experimentar aquilo que nossos ancestrais vivenciaram naquele tempo. Você teria de ser tão sagrado e puro como eles foram. Foi para os escolhidos que os céus se abriram e eles tiveram visões de D’us, como nos relata também o Profeta Yechezkel no primeiro capítulo de seu livro, que é a Haftará do primeiro dia de Shavuot. Porém, mesmo assim, nossos ancestrais não poderiam ter recebido a Torá sem uma preparação adequada.

No momento em que eles deixaram o Egito, contaram quarenta e nove dias em preparação para o recebimento da Torá, inclusive os Três Dias de Preparação pouco antes do grande evento. Está escrito em nossos livros sagrados que todo ano há uma “repetição” de tudo que aconteceu em qualquer festa em particular, seja Pêssach, Shavuot, ou outra data importante.

A “repetição” vem de D’us; Ele não muda; Ele está sempre preparado, sempre pronto a dar. Cabe a nós estarmos preparados para receber.

Como nossos ancestrais, devemos nos tornar sagrados em pensamentos, na fala e acima de tudo em nossa conduta diária, em nossas ações. Não temos outra maneira de nos tornar sagrados por meio da Torá e das mitsvot. Se assim fizermos, então com certeza apreciaremos, pelo menos em certa medida, parte daquelas maravilhosas experiências de nossos antepassados no dia que foi o primeiro Shavuot, o dia da Outorga da Torá no Sinai.