Publicado no “Lechaim Weekly” com permissão
Likrat Shabat on line da Yeshivá Tomchei Tmimim
Adaptado de Likutê Sichot do Rebe, Vol. I.
O início de Parashat Tazría, diz a Torá: “Se uma mulher conceber, e tiver um menino.” De acordo com um dos comentários, esse versículo é uma alusão ao povo judeu e sua Redenção Final com Mashiach.
“Uma mulher” simboliza o povo judeu; “conceber” é uma alusão ao serviço dos judeus de mitsvot (mandamentos) e boas ações; “um menino” refere-se ao resultado final desse processo – o nascimento da Era Messiânica.
A Redenção Final é chamada de “homem” como símbolo de força, uma vez que após a redenção do Universo por intermédio de Mashiach não haverá mais possibilidades de exílios posteriores, e a época Messiânica perdurará para todo o sempre.
Esse mesmo conceito aparece num Midrash que se refere à décima canção, a canção final que o povo judeu cantará com Mashiach. A décima canção é chamada de “shir”, no masculino, ao passo que as nove canções que já foram cantadas são chamadas de “shirá” no feminino. Para se entender o motivo de ser o povo judeu representado simbolicamente como uma mulher, precisamos analisar a palavra mulher em hebraico.
Eva (Chava) foi chamada de “ishá” (mulher) “porque foi do homem (ish) retirada.” A palavra “ishá”, portanto, expressa o relacionamento da mulher com seu marido, e mostra seu desejo inato de com ele reunir-se.
De modo semelhante, espiritualmente falando, D’us é “masculino”, ao passo que o povo judeu é “feminino”. Tal qual Chava (Eva) foi criada a partir de Adam (Adão), a alma de cada judeu é “retirada” do próprio D’us, e é “realmente uma partícula de D’us Acima.” Portando, o desejo inato de cada judeu é reunir-se com Seu Criador, a fonte de seu ser. Riqueza material e prazeres físicos jamais podem satisfazer o anseio que um judeu sente por D’us; nem deleites espirituais podem saciar por completo esse desejo. Conscientemente ou não, um judeu busca, durante a vida, essa união que é a força propulsora de sua existência.
Dando continuidade à metáfora da “semente”, esse desejo inato de unir-se com D’us deve ser plantado justamente no solo, expressando-se no cumprimento de mitsvot na prática.
Se uma semente for plantada no ar, jamais brotará; apenas boas intenções e sentimentos positivos para com o judaísmo jamais darão os resultados almejados. Só pelo estudo da Torá e da prática das mitsvot, de modo real e concreto, pode o judeu cultivar a “semente” possibilitando-lhe crescer.
É óbvio que o objetivo subjacente do serviço de um judeu no mundo é a suprema “germinação” – a Era Messiânica. Traduzir os sentimentos positivos em ação – fazer mais uma mitsvá, mais uma boa ação para outro judeu – é o que trará a revelação de Mashiach e a redenção do mundo inteiro.
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