Para pessoas com necessidades especiais, o furacão dá um prêmio a quem mantiver conexão humana.
Voluntários do Friendship Circle (‘Círculo da Amizade’) contactaram seus amigos com necessidades especiais antes da chegada do Furacão Sandy.
Nas horas antes que o Furacão Sandy atingisse o solo na segunda-feira, um e-mail foi enviado a vários grupos de voluntários do popular projeto Friendship Circle que reúne adolescentes voluntários com crianças portadoras de necessidades especiais.
“Esperamos que este e-mail encontre você e seus familiares em segurança,” começou a mensagem, escrita por coordenadores de vários grupos do projeto dirigidos por centros Chabad-Lubavitch no estados do Atlântico e do Nordeste dos Estados Unidos. “Por favor, saiba que eventos como este podem ser muito traumatizantes para seu amigo especial e sua família.”
Embora as filiais do Friendship Circle em todo o mundo promovam uma série de iniciativas, desde visitas domiciliares até grandes reuniões e celebrações festivas, desta vez o chamado à ação era para oferecer um alô amigo e a certeza de que aqueles na rota do Sandy não estavam sozinhos.
“Pense no quanto adultos racionais, ‘típicos’, estão estressados! Agora imagine seus amigos especiais que estão interiorizando a febre da mídia, o estresse da família e/ou nervosismo, o vento e outros elementos não usuais – pode ser bastante assustador!” aconselhava o e-mail.
“Em resumo, seu amigo especial pode estar vivendo sob as cobertas, ou então não suportando o medo da tempestade que está para chegar – e ele ou ela pode estar realmente precisando de você!”
“Um telefonema, e-mail ou texto de alguém perguntando se estão bem significa muito para as pessoas, e crianças com necessidades especiais não são exceção”, diz Nancy Sinelli, diretora educacional do Círculo da Amizade em West Bloomfield, Michigan.
“Os voluntários podem ajudar seus amigos a se sentirem a salvo, mantendo a situação da maneira mais normal possível,” continua ela. “Crianças com necessidades especiais, especialmente autistas, têm problemas com transições, portanto é importante que os pais as preparem para o que pode acontecer, seja evacuando-as ou apenas mudando para outra parte da casa.”
“O que realmente assusta essas crianças é o medo do desconhecido,” acrescenta Sinelli. “É como se pensassem: ‘Preciso saber o que está acontecendo, e o que está para ocorrer em seguida.’”
Para jovens com problemas sensoriais, ruídos altos podem ser um desafio ainda mais difícil, e isso inclui vento, chuva e, em alguns casos, a água.
“Muitas dessas crianças têm problemas com isso, portanto tente mantê-las em local seguro, onde esteja o mais silencioso possível,” acrescenta Sinelli.
“Crianças são muito sensíveis à maneira de sentir das pessoas em volta. Portanto tente dar à criança uma sensação de segurança e calma.”
“Não subestime o poder de simplesmente fazer contato e dizer a elas que você e todos nós estamos pensando nelas,” encorajava o e-mail. “Talvez possa haver até algo mais tangível que você possa resolver por elas. São em momentos como este que a conexão humana é particularmente importante.”
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