Por Rabi DovBer de Mezeritsh
No âmago de toda existência está a palavra Divina que constitui sua alma – sua essência e seu propósito. Esta palavra Divina são as Divinas palavras da Criação: ("faça-se a luz", "Que a terra produza vegetação", etc.) – o que expressa o desejo de D’us de que exista uma coisa específica e sua função, dentro de Seu total propósito da Criação. É esta Declaração Divina, que foi o instrumento original de sua criação, e que permanece aninhada dentro dela, alimentando-a continuamente com existência e vida.

A alma do homem desceu às armadilhas e sofrimentos da vida física para conseguir o acesso àquelas centelhas de santidade. Habitando um corpo físico que se alimentará, vestirá, e fará uso dos objetos e forças da existência física, a alma pode redimir a Declaração Divina que eles incorporam. Pois quando o homem se utiliza de algo, direta ou indiretamente, para servir ao seu Criador, ele penetra na concha da existência comum, revelando e percebendo sua Divina essência e propósito.

Existe um significado mais profundo para o versículo: "O faminto e o sedento, neles suas almas se abrigam por si mesmas." Uma pessoa pode ansiar pelo alimento e sentir apenas a fome de seu corpo; mas na verdade, sua ânsia física nada é além da expressão e invólucro externo de um desejo mais profundo – sua alma ansiando pelas centelhas de santidade que são o objeto de sua missão na vida física.