O conceito de Bitachón é confiança plena em D’us; segurança total. Bitachón é a certeza de que vai acontecer somente o bem, e isso atrai as bênçãos para que elas aconteçam. É um escudo tão firme que torna-se impossível ao mal transpassá-lo.

Bitachón é diferente de Emuná que é a aceitação das coisas boas e ruins, e do conceito de que tudo vem de D’us.

Vou dar um exemplo através de um fato ocorrido. Certa vez uma senhora que estava com depressão e já tinha feito vários tratamentos sem obter resultados. Estava em Nova York. Ouviu falar do Rebe e resolveu pedir-lhe uma bênção de refuá sheleimá. Quando passou pelo Rebe falou: “Rebe, preciso de refua, pois tenho depressão!” O Rebe então exclamou: “Depressão? É proibido ter depressão!!!” A exclamação do Rebe foi tão real e convincente, tão curta e ao mesmo tempo tão profunda que para ela bastou; convenceu-se de que o problema simplesmente não existia – mudou completamente a sua maneira de encarar os problema e se curou.

Na história de Yaacov e Essav, conta-se que Yaacov ficou com medo de Essav quando estava voltando para casa, apesar da promessa de D-us de que Ele iria protegê-lo. Por quê? Yaacov teve medo de que ele tivesse feito algum pecado e merecesse castigo. Teve humildade, mas perdeu o bitachón.

O Rebe nos explica baseado neste trecho, que a pessoa pode pensar que errou e merecer algum castigo, mas a força da fé e confiança é tão grande que mesmo que a pessoa não mereça, ela vai obter tudo de bom!!

Mas, não é para a pessoa pensar que pode errar e compensar este erro com o bitachón, pois o verdadeiro bitachón faz com que a pessoa cumpra Torá e Mitsvot da melhor maneira possível pela grande ligação com Hashem e por medo de magoa-Lo, e não por temor ao castigo.

Se a pessoa já passa por sofrimento, tem que usar a Emuná.

O Maguid de Mezrich, cita o Talmud, enfatizava a seus alunos que devemos agradecer a D’us pelas coisas positivas, como também pelas coisas negativas da mesma forma. Um de seus discípulo não entendeu essa explicação, e o Maguid o enviou ao Rab Zucha de Anipoli, que era muito pobre para buscar uma resposta. O discípulo obedeceu imediatamentevisitando Rab Zucha. Este morava em um casebre humilde e vivia em extrema pobreza e com doenças. Resolveu perguntar ao Rab Zucha o que achava do comentário do Maguid. Como resposta, ouviu do Rab Zucha que ele não sabia quais eram as coisas ruins pelas quais deveria agradecer sendo que tudo estava bom para ele e não tinha nenhum problema.