Elul é também o mês de balanço da alma e o serviço Divino exige profundo auto-conhecimento…
Caridade… lança um manto de proteção não apenas sobre o doador, mas sobre o povo judeu como um todo…
“Prepare o trono sagrado” (Zohar).
A santidade exige preparação. Nossa principal tarefa não é criá-la mas sim nos tornarmos um receptáculo para a santidade, que surge de acordo com a maneira da preparação.
Elul é o último mês do ano judaico. Como preparação para Rosh Hashaná, o Dia do Julgamento, que vem logo em seguida. Elul é marcado por vários costumes especiais e tradições.
Elul é também o mês do balanço da alma. Um empresário ocasionalmente precisa calcular seu lucro e suas perdas, bem como fazer um balanço detalhado. Nós também precisamos conduzir uma auditoria anual do estado de nossa “empresa” espiritual. Durante o ano inteiro estamos envolvidos em obter lucro: servir a D'us através do estudo de Torá, cumprimento das mitsvot, prece e boas ações. No mês de Elul, fazemos um balanço geral de tudo que fizemos no decorrer do ano.
Além disso, a melhor época possível para esta contabilidade da alma é o mês de Elul, pois então os Treze Atributos Divinos de Misericórdia brilham. Essa revelação pode ser comparada a um rei que emerge de seu palácio e vai para o campo, em plena vista de seus súditos. Somente então é possível engajar-se adequadamente na introspecção espiritual sem o perigo de mergulhar na desesperança e no desespero. Pois, afinal, o Rei está com ele no campo – Ele tem em mente o nosso benefício.
Um pré-requisito para um adequado balanço da alma é a total aceitação e subordinação ao jugo celestial. Essa auto-subordinação pode produzir um generoso “crescimento”, assim como uma semente semeada no solo e coberta produz brotos e um campo muito maior que si mesma.
Embora engajar-se neste trabalho espiritual possa ser difícil, fazer um esforço sincero ajuda a gerar a necessária força interior para fazermos nosso serviço real, prático, de acordo com as expectativas Divinas.
Algumas Leis e Costumes
Escute o Toque do Shofar
Começando com o primeiro dia de Elul, até (mas não incluindo) a manhã antes de Rosh Hashaná, é costume tocar o shofar (chifre de carneiro) após a prece matinal nos dias de semana. O chamado do shofar estimula o coração. Seus toques diários proclamam: “Acordem, seus dorminhocos! Examinem suas ações e se arrependam.”
Recite Salmos Adicionais
A partir do primeiro dia de Rosh Chodesh Elul até, e incluindo Hoshana Raba, recitamos duas vezes ao dia o Salmo 27. Este costume é baseado no comentário do midrash “O Eterno é minha luz…” em Rosh Hashaná” … minha salvação…” em Yom Kipur,” … Ele me ocultará em Sua tenda” em Sucot.
Os chassidim e os sefaraditas incluem isto nas Preces Matinais e Vespertinas; o costume lituano é recitá-lo durante as Preces de Shacharit e Arvit, respectivamente, Matinais e Noturnas.
Recite Selichot
A tradição sefaradita é começar recitando selichot imediatamente após Rosh Chodesh Elul. O costume askenazita é recitar selichot começando na noite de sábado da semana na qual cai Rosh Hashaná, desde que sejam deixados quatro dias antes de Rosh Hashaná. Portanto, se Rosh Hashaná cair na segunda ou na terça-feira da semana, a recitação de selichot é iniciada na noite de sábado da semana precedente.
Aumente em Doação para Caridade
Durante Elul, a caridade funciona como um escudo contra os maus decretos e prolonga a vida. Lança um manto de proteção não somente sobre o doador, mas sobre o povo judeu como um todo. Quando uma pessoa transcende seu instinto natural e dá sem ser vista, D'us por Sua vez lhe concede mais do que ele mereceria receber.
Retorno em Penitência
Os fundamentos da penitência são triplos: abandonar o pecado que tem cometido, arrependimento e confissão. Abandonar o pecado consiste fazê-lo tanto na prática quanto em pensamento, associado a uma firme resolução de não repeti-lo. Arrependimento é entender que separar-se de D'us é mau e amargo, e a intensa percepção de que há um preço para a transgressão.
A confissão pode ser expressa oralmente: “Eu pequei, fiz tal e tal; arrependo-me de minhas ações e tenho vergonha delas, e jamais as repetirei.”
[Baseado no Livro de Nosso Legado, s.v. Elul.]
O arrependimento exige arrepender-se do passado e tomar uma resolução positiva para o futuro, porém o primeiro passo é consertar e organizar adequadamente o presente, para que seja bom e correto em todos os aspectos da ação, fala e pensamento. Somente então, quando o presente é como deveria ser, a pessoa pode fazer o trabalho necessário para compensar as falhas e elementos indesejáveis do passado, e criar linhas de orientação e disciplina para o futuro.
O mês de Elul é propício para o auto-balanço, e para o arrependimento nas três “vestes” da alma – pensamento, fala e ação. O serviço Divino exige completo auto-conhecimento. Assim como ignorar nossas falhas pode ser incapacitante, o mesmo pode acontecer quando esquecemos de nossas forças. A pessoa deve conhecer-se bem: tanto as próprias habilidades e talentos quanto as deficiências e fraquezas.
[traduzido e adaptado da Introdução a Pokeach Ivrim]
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