Rosh Hashaná, o Ano Novo, não encontra o judeu despreparado. Já em Elul, um mês antes, a chegada de Rosh Hashaná é anunciada pelo som do Shofar.
O shofar é tocado a cada manhã, durante todos os dias da semana, exceto no shabat e na véspera de Rosh Hashaná. Esta interrupção é feita para distinguir entre o shofar tocado durante Elul, feito sem pronunciar nenhuma bênção, pois é realizado por costume e tradição e não por ordem da Torá, e o toque do shofar em Rosh Hashaná, que é uma mitsvá, preceito, ordenada expressamente na Torá e antecedido por uma bênção especial.
O costume de tocar o shofar desde o primeiro dia de Elul vem desde os dias de Moshê, (Moisés) segundo nossos sábios. No primeiro dia de Elul, Moshê subiu ao Monte Sinai para lá passar quarenta dias e quarenta noites pela terceira vez. Passou seus primeiros quarenta dias no Sinai quando lá subiu no sétimo dia de Sivan, um dia após a Revelação.
O toque do shofar durante o mês de Elul é uma chamada para o arrependimento e uma preparação para o novo anoDurante este período, Moshê recebeu a Torá, com toda a explicação e detalhes dos preceitos. Desceu quarenta dias mais tarde, a 17 de Tamuz, carregando as Tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. Encontrando o Bezerro de Ouro no acampamento, quebrou as Tábuas, e no dia seguinte subiu novamente ao Monte Sinai para rezar pelo perdão de D'us.
Na véspera do primeiro dia do mês de Elul, Moshê retornou mas suas preces não haviam sido totalmente atendidas. Finalmente, Moshê subiu ao Sinai pela terceira vez. Os quarenta dias terminaram a 10 de Tishrei - Yom Kipur - quando Moshê desceu, trazendo consigo as segundas Tábuas e a Divina mensagem de perdão. Desde então, nossos sábios nos dizem, os quarenta dias que vão do início de Elul até Yom Kipur permanecem como dias de graça Divina e perdão especiais, culminando no Dia da Expiação.
Assim, o toque do shofar durante o mês de Elul é uma chamada para o arrependimento e uma preparação para o novo ano; sendo o último mês do ano, é uma época propícia para a busca interior e um balanço espiritual.
Como um lembrete adicional da importância deste período, o Salmo 27 é acrescentado às preces diárias de Shacharit e Minchá (rezas matutinas e vespertinas) em algumas congregações; em Shacharit e Maariv (rezas matutinas e noturnas) em outras.
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