No último Pêssach, milhões de pessoas cantaram juntas. Pessoas de Los Angeles a New York, Paris a Bombaim, e até Jerusalém, todas estavam unidas em melodia. Quatro palavras – tão simples, tão poderosas – "No Próximo Ano em Jerusalém!"
O misticismo judaico ensina que Jerusalém é o barômetro do mundo. Não pode estar em paz se o mundo está em guerra, e aquilo que ocorre dentro de suas muralhas afeta toda a humanidade. Todas as preces viajam através de Jerusalém até os Céus; simultaneamente, D’us derrama bênçãos sobre Jerusalém, e de lá elas se irradiam para o mundo.
Ela é lembrada todos os dias em cada uma de nossas preces, em casamentos, funerais e em cada ocasião judaica. Todas as sinagogas do mundo estão voltadas em sua direção. Embora nossos ancestrais fossem exilados de Jerusalém há 2000 anos, ela jamais nos deixou. Não é tão significativo que o mundo inteiro esteja preocupado com aquilo no qual os judeus têm se concentrado por milhares de anos?
O Midrash conta a história de dois irmãos que moravam em lados separados de uma montanha. Um era abençoado com esposa e filhos, mas era pobre; o outro era abençoado com riqueza, mas não tinha família.
Eles se tornaram sócios numa fazenda, e repartiam irmãmente a produção. Como se amavam, cada um sentia o sofrimento do outro. O irmão rico pensava: "Meu irmão tem uma família grande. Precisa ganhar mais que eu, e durante a noite movia secretamente parte de sua produção para o setor pertencente ao irmão. O irmão com família pensou: "Meu irmão é tão solitário, não tem ninguém que olhe por ele. Precisa mais do que eu, e secretamente deslocava parte de sua produção para o setor do irmão.
Cada qual ficou surpreso ao ver que, não importa de quanto abrisse mão, sua produção não diminuía. Sabendo que D’us age de maneiras misteriosas, não questionavam muito. Então certa vez, já tarde da noite, deram de encontro um com o outro no alto da montanha. Ambos estavam carregando parte da produção. Caíram nos braços um do outro e choraram.
Suas ações, tão puras e altruístas, afetaram a própria montanha onde estavam. D’us prometeu que Sua presença jamais deixaria este local. A fazenda mais tarde tornou-se uma aldeia, depois uma cidade, e por fim a capital da nação judaica sob o Rei David. Seu nome: Jerusalém.
Estes atos de bondade que fizeram nascer Jerusalém a sustentam até o dia de hoje. Ao contrário de qualquer outra cidade, ela representa um estado de conscientização ao qual todos podemos aspirar. De fato, a Torá fala do dia em que Jerusalém se estenderá por todo o globo.
O Zohar ensina que o mundo está agora no limiar desta conscientização, e que as forças das trevas e desespero não se deterão ante nada, para impedir sua alvorada. Particularmente nessa época crítica, cada pensamento nosso, palavra e ação pode iluminar o mundo. Como ensina o Lubavitcher Rebe: "Tudo que é necessário é uma boa ação para mudar o mundo para melhor."
Neste Pêssach, o mundo inteiro está cantando pela segurança e bem-estar de Jerusalém. Não é à toa que terminamos nosso Sêder com quatro poderosas palavras da canção. Nós a temos dentro de nós mesmos, para tornar o mundo inteiro uma cidade de paz e bondade. A maior esperança da humanidade – este sonho, esta conscientização, esta cidade – está à distância apenas de nosso próximo ato de bondade.
"Este ano em Jerusalém!"
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