“Faça um Altar para queimar o incenso.” (Shemot 30:1)

O Mizbeach, o altar dourado para incenso, que ficava no Santuário do Mishkan, é descrito na conclusão da Parashá Tetsavê. Sua colocação nessa conclusão é um tanto peculiar, considerando que a construção do Mishkan e os outros utensílios, que ficavam no Santuário, são descritos na Parashá anterior, Terumá.

Algo que chama a atenção sobre esse altar do incenso é que, ao contrário do altar de cobre, utilizado para oferendas de animais, localizado no pátio do Mishkan, ao ar livre, o Mizbeach do incenso ficava dentro do Santuário, escondido da vista do público.

Na verdade, somente o Cohen podia estar presente no Santuário ou perto da sua entrada quando o incenso era oferecido, ninguém mais. Além disso, segundo o Talmud Yerushalmi (Yoma 5:2), até os anjos não podiam estar presentes no Mishkan, naquele momento tão especial!

Por essa razão, a Torá descreve sobre esse altar somente no final de nossa Parashá, após as ordens sobre a estrutura e utensílios do Mishkan, descritos na Parashá anterior, e após a descrição das vestimentas usadas pelos cohanim (sacerdotes). Com isso, a Torá está indicando que a oferenda de incenso nesse Mizbeach representa a forma mais elevada do serviço Divino realizado no Mishkan.

Pois no serviço supremo e mais completo a D´us estão os atos que alguém faz sem publicidade ou alarde. Da mesma forma que o Mizbeach se encontrava discretamente colocado fora da visão pública no Santuário e ninguém mais podia estar presente além do Cohen, assim também deve ser a observância de Torá e Mitsvot (e particularmente de tsedacá), com discrição, de tal forma que somente a pessoa e D´us estejam cônscios de suas realizações.

Likutei Sichot vol. 1, págs. 171-172