Sua mente e seu coração são opostos.
Sua mente quebra tudo em diversos pedaços minúsculos, enquanto seu coração coloca todos juntos como um só.
Seu coração não conhece detalhes. Se ele estiver apaixonado, ficará totalmente envolvido pelo amor.
Se ele ama alguém, a totalidade da pessoa, com todas as suas complexidades, serão todas abraçadas por esse amor. Se alguém lhe disser “Eu amo tudo em você, exceto por um pequeno detalhe que me aborrece”, então saberá que não é o seu coração que está falando, já que o coração é cego aos detalhes – e é precisamente isto que o torna tão fascinante. Quando você pesa cada detalhe individualmente, de alguma maneira, a magia escapa.
Sua mente, por outro lado, é analítica. Ela quebra uma ideia em diversas partes, aceitando algumas, polindo outras, e descartando algumas. Quando algo extraordinário acontece, a tarefa de sua mente é a de lhe ‘esfriar’. Ela sabe, que embora a notícia seja emocionante, é esperta o suficiente para saber que “o diabo está nos detalhes”. A mente lhe fala algo do tipo “Claro, você ama a nova oferta de trabalho, mas você está realmente disposto a colocar tantas horas a mais? Ou “Claro, ele te faz feliz, mas será que ele é o homem ideal para você?”
Então quem você segue? A mente analítica ou o coração apaixonado?
Hoje a tendência é a de “seguir seu coração”, para levar um estilo de vida que é impulsionado pelo desejo. O pensamento chassídico diz o contrário. A paixão do coração e sua unidade são forças poderosas capazes de impulsioná-lo a grandes alturas, mas sem a orientação da mente, sua paixão pode lhe levar a um abismo no qual não gostaria de estar. Enquanto o coração se origina do mundo de “Tohu” (caos), um mundo de intensa paixão, mas sem direção, a mente provem do mundo de “Tikun” (ordem/conserto).
Então, da próxima vez em que você não tiver certeza de que o que ama é o correto, separe uma folha de papel e escreva os prós e contras. Dessa forma você estará conectando coração e mente, levando uma vida mais holisticamente integrada. Na terminologia cabalista, apenas o Mundo da Ordem pode elevar o Mundo do Caos. Por que? Por ele ter visto a energia do caos. Para o judaísmo poder sobreviver, argumenta Yitschac, você precisa de paixão, empenho e força. Isto, diz a filosofia chassídica, explica tudo o que você precisa saber sobre Essav e Yaacov.
Yitschac amava seu filho Essav. Ele viu nele seu potencial de energia do caos. Para o judaísmo sobreviver, argumenta Yitschac, você precisa de paixão, empenho e força emocional.
O intelecto pode ter ideias brilhantes, mas ele não não possui o impulso para lutar e proteger suas ideias. Você precisa de um Essav para transportar, salvaguardar e implementar a sua mensagem.
Rivka discorda. Essav de fato possui um potencial incrível, mas ele precisa de Yaacov como sua bússola. Deixado ao seu próprio instinto, Essav usaria suas bênçãos para continuar seguindo seus desejos mais baixos, em vez de investí-las para perpetuar o legado de seu avô.
Rivka portanto convenceu Yaacov de roubar as bênçãos designadas a Essav. Ela entendeu a qualidade do potencial de Essav. Mas percebeu que o poder caótico de Essav precisava de direção. Ele precisava de Yaacov.
Rabino Menachem Feldman é diretor do departamento da Lifelong Learning no Beit Chabad de Greenwich.
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