A Torá ordena: "Você não pode amaldiçoar uma pessoa surda."

Não podemos amaldiçoar uma pessoa surda, embora ela não possa ouvir nossa maldição e não se aborreça com isso. Então certamente não podemos amaldiçoar um judeu que pode nos ouvir e que se sentirá mal com nossa praga!

Por que a Torá nos proíbe de amaldiçoar?

  1. Uma pessoa que souber que foi amaldiçoada certamente ficará muito magoada.
  2. Mesmo que a pessoa jamais descubra que foi amaldiçoada, mesmo assim é proibido fazer isso. A Torá deseja que sejamos bons e amigos de todos; não podemos desejar-lhes o mal.
  3. Cada palavra dita pela pessoa tem uma força formidável. D’us poderá cumprir a maldição. Então, teremos uma parcela de culpa se o próximo for punido.

Não Podemos dar Maus Conselhos

A Torá nos ordena: "Não faça uma pessoa cega tropeçar, colocando obstáculos em seu caminho."

Esta mitsvá também se aplica se alguém vem até você pedindo um conselho. Você não deve aconselhá-la erradamente, de propósito. Quem lhe pede um conselho é como se fosse "uma pessoa cega". Se lhe der a direção errada, estará fazendo-a "tropeçar", cometer um erro.

Quando você aconselha alguém, esta pessoa não sabe se sua intenção é ajudá-la ou causar-lhe problemas. Ele não pode ler seus pensamentos. Mas há Alguém que lê sua mente – D’us. Ele adverte: "Aconselhe honestamente."

A Mitsvá de Desculpar Outros Judeus que Não se Comportam Como Deveriam

Nossa sagrada Torá nos dá uma mitsvá especial que podemos cumprir muitas vezes a cada dia. Não é fácil, mas, sendo difícil, temos um grande mérito ao cumpri-la. A cada vez que você ver um judeu comportando-se de maneira imprópria, perdoe-o mentalmente.

Esta mitsvá também é mencionada em Pirkê Avot (1:6): "Julgue cada pessoa com brandura!"

Uma História - O Maravilhoso Dr. Aba

Abaye era um dos santos sábios. Era tão notável que uma vez por semana tinha o privilégio de ouvir uma voz vinda do céu.

Certa vez, Abaye escutou algo surpreendente: "Há um certo doutor chamado Aba que escuta uma voz celestial todo santo dia!"

Abaye refletiu: "O que há de tão especial com este doutor Aba que D’us o favorece com uma voz celestial todos os dias? Deixe-me descobrir o que ele faz. Talvez possa imitar suas boas ações e tenha o merecimento de escutar a voz mais freqüentemente, também."

Alguém falou a Abaye: "Você não pode fazer o que este doutor faz."

Doutor Aba era famoso por muitos feitos especiais. Por exemplo, tratava cada pessoa que o procurava, sem se preocupar se podia pagar ou não. Para não constranger quem não lhe pudesse pagar, colocava uma caixa de pagamentos do lado de fora do consultório. Aqueles que podiam pagar punham o dinheiro na caixa: aqueles que não o podiam, nada colocavam. Ninguém sabia qual paciente havia feito o pagamento e qual havia sido tratado graciosamente. Se um jovem erudito de Torá entrava e queria pagar, Doutor Aba respondia: "Não aceitarei pagamento de você." Quando terminava de tratar o estudante de Torá, dar-lhe-ia uma doação e dizia: "Use-a para comprar comida a fim de ter forças para estudar Torá."

O sábio Abaye soube disto, e muitas outras maravilhas sobre o Doutor Aba.
"Ele é realmente um tsadic tão grande?" disse Abaye. "Mandarei dois de meus alunos para testá-lo."

Os dois estudantes foram ao Doutor Aba e disseram: "Somos alunos do sábio Abaye."

"Por favor, entre", Doutor Aba recebeu-os. "Servirei comida e bebida, e podem passar a noite aqui."

O doutor não sabia por que os estudantes tinham vindo visitá-lo. Não lhes fez perguntas, mas tratou-os gentilmente. Quando eles se aprontavam para dormir, estendeu lindos cobertores de lã, para que ficassem confortáveis.

Na manhã seguinte, depois que os estudantes tinham se levantado, dobraram os cobertores, puseram-nos debaixo do braço e deixaram a casa com eles! Doutor Aba nada disse. Não correu atrás deles gritando: "Ladrões!" Apenas deixou-os ir. Os estudantes foram direto ao mercado. Ficaram num local onde sabiam que Doutor Aba passaria e esperaram por ele. Quando o Doutor se aproximou, eles levantaram os cobertores e disseram: "Estamos vendendo estes cobertores. Quer comprá-los?"

Imagine o que faríamos em tal situação. Provavelmente ficaríamos nervosos, gritando furiosamente com os estudantes.

Mas Doutor Aba não ficou nervoso. Apenas olhou os cobertores e disse: "Acho que valem bem umas cem moedas."

"Talvez valham mais," replicaram os estudantes. "Achamos que talvez um bom preço seja cento e cinqüenta moedas."

"Ótimo," disse Doutor Aba. "Compro-os de vocês por cento e cinqüenta moedas."
Abriu a carteira para pegar o dinheiro.

Agora os estudantes resolveram acabar com a bricadeira. "Certamente sabe que os cobertores são seus,"disseram ao médico. "O que pensou a nosso respeito quando os roubamos? E o que achou quando tentamos vender-lhe os cobertores?" "Não pensei, D’us me livre, nada de mal sobre vocês," disse Doutor Aba. "Julguei-os favoravelmente. Imaginei que talvez tivessem sido enviados pelo seu rebe para libertar alguns prisioneiros judeus. É preciso uma grande soma de dinheiro para pagar aos captores não-judeus. Na noite passada vocês não quiseram pedir-me uma tsedacá tão grande, então tiraram os cobertores, imaginando que eu não me incomodaria de dá-los a vocês."

Os estudantes disseram: "Somos gratos por desculpar nosso mau comportamento. Tivemos uma boa razão para pegar os cobertores; demos ouvidos ao nosso rebe que nos disse para testarmos o senhor. Agora queremos devolvê-los."

"Oh, não," disse Doutor Aba. "Não os aceitarei de volta. Já havia decidido comigo mesmo que seriam para tsedacá. Pretendo doá-los."

Os estudantes voltaram ao rebe, Abaye, e contaram-lhe como o Doutor Aba agira. Agora Abaye podia entender por que o Doutor merecia ouvir uma voz celestial todos os dias; era realmente um tsadic excepcional!

Não Devemos Espalhar Rumores

Eis aqui outra importante mitsvá que podemos cumprir com freqüência:

A Torá adverte: Não saia por aí espalhando histórias sobre outras pessoas! Duas mitsvot estão incluídas nesta advertência:

  1. Não fale lashon hará sobre os outros! Lashon hará é uma observação verdadeira sobre outra pessoa, mas não é positiva.
  2. A proibição de rechilut, espalhar boatos. Não conte a uma pessoa o que outra disse a seu respeito.