Ser fazendeiro sempre foi um trabalho muito difícil. Na época do Bet Hamicdash, todo o trabalho no campo era feito à mão.

Quando, finalmente, o fazendeiro acha que pode empilhar as recompensas de seu trabalho e começar a colheita, ele não pode esquecer: D’us ordenou a não colher o canto de cada campo, mas deixar este grão para os necessitados juntarem.

A mitsvá de deixar o grão nos cantos do campo é chamada pea.

Deve-se deixar pea em cada um dos campos que possui: não é permitido deixar duas peot em um campo e nenhuma em outra.

Qual a quantidade da colheita que é deixada?

Os sábios ensinaram que a mitsvá é cumprida com uma sexagésima parte da colheita. Entretanto, se a pessoa é generosa, pode deixar mais. Não há limite; quanto mais deixar, mais D’us o recompensará. Como a colheita é compartilhada com os pobres, como D’us ordenou, é uma colheita jubilosa, todos estão felizes, até os pobres.

Um judeu não pode dizer: "Permitirei apenas que meus parentes (ou amigos) pobres recolham minha pea; não quero estranhos." Qualquer judeu pobre pode servir-se da pea.

D’us deu duas outras mitsvot para fazendeiros em Erêts Yisrael ao colherem grãos:

Leket: Se, durante a colheita, um ou dois ramos caem ao solo, é proibido recolher. Deve-se deixá-los para que os pobres os peguem. Entretanto, se cairem três ramos juntos, pertencem ao fazendeiro e não aos pobres.

Shikcha: Após a colheita, os ramos são amarrados em feixes e levados a um celeiro.Se um feixe foi esquecido no campo, é proibido voltar para apanhá-lo. Ele pertence aos pobres. Esta é a mitsvá de shikcha, esquecer um feixe. A pea também se aplica no caso de uma vinha em Erêts Yisrael. Uma ou duas uvas que caíram por distração são leket, bem como um cacho de uvas que esqueceu-se de recolher após cortar é shikcha. Além disso, quaisquer cachos de uvas que não estavam maduros ou crescidos à época da colheita devem ser deixados para os pobres.

Se a pessoa tem um olival, também deixa pea e ainda tem as mitsvot de leket e shikcha para cumprir.