As tábuas que Constituíam as Paredes do Tabernáculo

As tábuas do Tabernáculo eram de madeira de acácia. Cada tábua foi folheada a ouro. Era cortada embaixo para encaixar-se em dois caixilhos de prata. As tábuas eram unidas por uma fileira superior e inferior de vigas transversais, que eram inseridas em anéis do lado exterior das paredes do Tabernáculo. Além disso, cada uma das tábuas superiores era conectada à seguinte através de um sistema de peças de madeira interconectáveis encaixando-se com perfeição. A parte inferior de cada viga se inseria em dois blocos de prata.

O que as Vigas Simbolizavam

Ao contrário das vigas normais de construções, que são deitadas horizontalmente, estas tábuas ficavam de pé sobre o solo verticalmente. Esta posição - alcançando, como se fosse, o alto, da terra em direção aos céu - simboliza o objetivo espiritual do homem, unir os reinos terreno e celestial, sua natureza inferior com seus mais elevados potenciais e aspirações.

O versículo descreve a posição das tábuas como permanecendo eretos. Os sábios interpretam este termo como sendo um símbolo da continuidade e uma garantia da sobrevivência judaica nas épocas mais difíceis. Apesar de nos parecer que a esperança de retornar à glória do passado findou, a Torá declara: "Madeira de acácia permanecendo ereta - eles permanecerão para sempre!"

As tábuas também eram unidas através de uma viga central que corria horizontalmente através de orifícios entalhados no centro das tábuas. A viga central unia e suportava miraculosamente toda a estrutura do Tabernáculo. Simboliza Mashiach que unirá todas as nações do mundo.

As Paredes do Tabernáculo Nunca se Perderam

Chegou um momento em que as vigas, varas e blocos de prata do Tabernáculo não eram mais necessários. Isto aconteceu quando o Rei Salomão construiu o Templo Sagrado, cerca de quinhentos anos após o Tabernáculo ser erigido no deserto. Então, o que Salomão fez com as partes do Tabernáculo?

Nenhuma parte do Tabernáculo foi jogada fora. Todas as vigas e outras partes foram escondidas por Salomão no Templo Sagrado. Cada uma das partes era sagrada, pois havia sido confeccionada e doada por justos.

As Coberturas do Tabernáculo

A cobertura superior do Tabernáculo consistia de diversas camadas de tapeçaria. Essas não apenas formavam o telhado, mas também desciam pelos lados.

A camada interior da tapeçaria, que compreendia o teto do Tabernáculo era de lã azul-celeste, de beleza estonteante. Era composta de dez peças costuradas entre si e formando dois grupos de cinco. Eram magníficas obras de arte, com figuras de leões e águias tecidas com fios multicolores. Se alguém olhasse para o teto do Tabernáculo, parecia que estava olhando para o céu. Como os dois grupos de cinco eram unidos por meio de laços e ganchos de ouro, quando se olhava para o teto, parecia também que havia estrelas brilhando.

A camada acima das cortinas azuis-celeste consistia de cortinas feitas de lanugem de cabra. D'us ordenou que as maravilhosas tapeçarias azuis-celeste fossem cobertas por uma camada de lanugem de cabra, a fim de nos ensinar uma lição. Devem tratar seus objetos de valor com cuidado a fim de evitar que se estraguem.

Parte desta lanugem caía sobre a entrada do Tabernáculo, de modo que a entrada parecia uma noiva cujo rosto estava coberto com um véu.

As cortinas de lanugem de cabra eram cobertas por mais uma tapeçaria, uma combinação de peles de carneiros tingidas de vermelhos e peles multicolores de tachash (unicórnio).

O que a Cobertura Simbolizava

Cobrindo as paredes e o espaço aéreo do edifício, a cobertura unificava tudo que havia dentro do Tabernáculo; significando que a arca, a mesa, a menorá e o altar não eram utensílios distintos e não-correlacionados, cada qual realizando sua tarefa separada. Eram, sim, partes de um todo unificado.

De fato, isto representa a filosofia da Torá na vida judaica: estudos, orações, negócios, e assim por diante não giram em órbitas separadas, mas trabalham juntos em direção a um único objetivo espiritual.