Certa vez, eu tive uma revelação Divina.

Foi no dia sagrado de Rosh Hashaná, mas eu não estava na sinagoga. Estava num hospital, naquela mesma manhã chuvosa, numa ala geriátrica estéril e deprimente, onde algumas bubies (vovós) estavam reunidas para escutarem o toque do shofar.

Todo ano eu faço isso – tocar o shofar em hospitais. Todo ano, pelo menos uma pessoa acaba chorando.

Este ano havia uma bube que não parecia muito velha. Parecia bem esperta. A visão de um shofar encheu-a de entusiasmo. Ela contou-me suas memórias de infância, era como se o passado estivesse vivo para ela. Tinha sido criada num lar chassídico caloroso, e mesmo aqui em Vancouver isso nunca a tinha abandonado.

Ela recitou a bênção e comecei a tocar o shofar, suave mas claramente. As lágrimas começaram a cair. Estou acostumado a isso, portanto simplesmente continuei tocando. Mas quando terminei, foi quando ficou óbvio que D’us estava ali na sala. Porque ela estava falando com Ele.

"Oy, zisse G’tt! Tiere, zisse G’tt! Mein zisse G’tt!"