Para os praticantes, toda refeição tem que terminar do mesmo modo que começou - com uma bênção.

O judaísmo ensina que agradecer após as refeições é muito mais importante do que antes de comer. Quando você está com fome, é fácil agradecer a Deus pela comida que está prestes a comer. O verdadeiro teste para uma pessoa vem quando ele ou ela está saciado:

"E comerás, te fartarás e louvarás ao Eterno, teu Deus, pela boa terra que te deu" (Devarim 8:10).

É mais importante que as pessoas sejam espiritualmente motivadas pela gratidão do que pela satisfação potencial de uma grande necessidade.

Todavia, antes de agradecerem pela refeição que tiveram, alguns judeus completaram uma tradição fascinante: todas as facas são retiradas da mesa, pois as facas, assim como as espadas, são símbolos de guerra e de violência. Quando Deus passou instruções para a construção do altar no interior do Templo, insistiu para que as facas e as espadas não fossem utilizadas para cortar as pedras necessárias para aquela peça sagrada que serviria para promover a paz entre as pessoas.

A mesa onde comemos é como um altar para D’us, e a comida que consumimos pode ser considerada um sacrifício. Mais do que comer pelos mesmos motivos que os animais, alimentamos o receptáculo da alma. Por isso, muito mais do que um restaurante, a sala de jantar é como um Templo em miniatura, onde louvamos a D’us não só com as bênçãos respeitosas mas, também, consumindo alimentos e bebidas que nutrem corpo e alma.

Agradecemos após as refeições, pois uma prece não deve ser dita somente por aqueles que estão famintos e passando por necessidades, mas também por aqueles que são recipientes das bênçãos Divinas.

Texto publicado pela Editora Sefer, sefer.com.br.

Extraído do livro O MAIS COMPLETO GUIA SOBRE JUDAÍSMO, de Benjamin Blech.